LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
Após ter três obras embargadas devido à falta de segurança em canteiros de obras constatada pelo Ministério do Trabalho, a Secretaria Extraordináraio da Copa do Mundo (Secopa), sob Maurício Guimarães, determinou o imediato isolamento das demais trincheiras que estão sendo escavadas na Grande Cuiabá.
Uma equipe do Grupo Móvel Nacional de Infraestrutura, do Ministério do Trabalho, que está percorrendo as obras da Copa do Mundo de 2014 em todas as doze cidades-sede do Mundial de 2014, suspendeu os trabalhos nas trincheiras que estão sendo construídas pela empresa Ster Engenharia Ltda.: Verdão e Santa Rosa, na Avenida Miguel Sutil, e na Avenida Ciríaco Cândia, no encontro da Rodovia Mário Andreazza com a Perimetral (
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"Em função da interdição, nós antecipamos a ação [colocação de barreiras] nas demais obras. Tudo que exigiram nessas três trincheiras, nós já estamos fazendo nas demais"
Os fiscais apontaram que as obras apresentavam risco à segurança da população e dos operários que nelas trabalham, uma vez que não possuíam barreiras de isolamento e sinalização adequada.
“Em função disso, nós antecipamos a ação [colocação de barreiras] nas demais obras. Quando a fiscalização chegar, já vai encontrar ações concretas, no sentido de corrigir essas falhas onde elas ainda não haviam sido identificadas. Tudo que exigiram nessas três trincheiras, nós já estamos fazendo nas demais”, afirmou o secretário da Copa, Maurício Guimarães.
Entre os riscos oferecidos pela falta de isolamentos, segundo o secretário, estão a possibilidade de algum pedestre ou motorista cair nos buracos resultantes das escavações, ou um dos operários ser atingido por objetos atirados nos canteiros.
Guimarães assegurou que equipes de fiscalização da Superintendência do Trabalho em Cuiabá, da Secopa e os engenheiros de cada obra já haviam vistoriado os canteiros de obras em outras ocasiões e apontado outras falhas, já corrigidas pelas empresas.
No entanto, a inexistência de barreiras de acesso não havia sido identificada como um problema grave e a pasta preferiu deixar as obras assim, como uma forma de “transparência”.
“Nós preferimos não ter obras fechadas, para a população poder acompanhar a evolução. Se elas estivessem fechadas, ninguém ia ver quando as obras avançassem ou se tinham poucos trabalhadores. Nós procuramos trabalhar com a maior transparência possível, inclusive, não fechando as obras. Porém, da forma como está hoje, com as barreiras curtas, o Ministério do Trabalho entende que se trata apenas de uma sinalização”, disse Guimarães.
O secretário ressaltou que não há acidentes de trabalhos registrados nos canteiros de obras da Copa e descartou a possibilidade de os embargos serem motivo de constrangimento para o Governo do Estado.

"Não vejo isso como um constrangimento para a Secopa. Apenas dá tanta repercussão porque estamos lidando com obras da Copa e todo mundo está olhando, acompanhando"
“Não vejo isso como um constrangimento para a Secopa. Apenas dá tanta repercussão porque estamos lidando com obras da Copa e todo mundo está olhando, acompanhando. Se fosse uma obra comum, isso poderia passar despercebido. Constrangimento seria se nós tivéssemos a ocorrência de um acidente, já tivéssemos sido alertados e não houvéssemos corrigido essas falhas”, afirmou.
Retomada das obras
Maurício Guimarães disse que a Ster Engenharia já deu início aos trabalhos de instalação da barreira de acesso nas obras, atendendo à recomendação do Ministério do Trabalho, e que tudo deverá ser regularizado antes do final de semana.
“Eu acredito que amanhã ou depois [quinta e sexta-feiras] nós já estaremos com as obras em ritmo normal, voltando às escavações. Na verdade, eles continuam trabalhando, mas fazendo os ajustes que foram solicitados pelo Ministério do Trabalho”, disse.
O secretário da Copa garantiu que a paralisação das obras não irá resultar em novos atrasos na entrega das trincheiras, que já haviam sofrido reajustes no cronograma de conclusão.
“Não atrasa o cronograma porque, felizmente, isso aconteceu em um momento em que as obras estão em um ritmo muito lento, em função das chuvas. Então, eu vou usar esse tempo para realizar as correções. Dentro desse cronograma, que já previa um ritmo lento por agora, não causará impactos esses dois ou três dias de obras paradas”, ressaltou.
Segundo Guimarães, no caso específico das trincheiras do Verdão e do Santa Rosa, as obras já estavam com um atraso de 60 dias, prazo que já foi incorporado ao cronograma atual de entrega, após reajuste.
“Essas obras já estavam com atraso de 60 dias, não em função do cronograma ou do período chuvoso, mas em decorrência da remoção de interferências e adequações de projetos, como identificação de prédios que não existiam no local antes. E esse atraso já está previsto no atual cronograma de entrega”, disse.

"Ainda nesta semana, estaremos com as obras em ritmo normal, voltando às escavações"
CronogramaAs trincheiras do Santa Rosa e do Verdão fazem parte do pacote de Travessia Urbana – resultado de um convênio fechado entre o Governo do Estado e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Trânsito (DNIT) – e já possuem, respectivamente, 25% e 35% dos trabalhos concluídos.
A Trincheira do Santa Rosa tem um orçamento de R$ 23,3 milhões e teve o prazo de entrega reajustado para setembro deste ano.
Já a Trincheira do Verdão, que dá acesso ao bairro de mesmo nome, irá custar R$ 19,9 milhões aos cofres públicos.
A expectativa da Secopa é de que a empresa conclua os trabalhos até setembro deste ano.
Considerada uma das obras essenciais a serem realizadas no entorno da Arena Pantanal, a fim de facilitar o acesso de todos ao estádio, a Trincheira da Ciríaco Cândia já atingiu 65% de conclusão dos trabalhos.
Orçada em R$ 5,2 milhões, a obra está agendada para ser entregue em março de 2013.