LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
Considerada uma das obras mais atrasadas no contexto da Copa do Mundo de 2014, a Trincheira do Santa Rosa foi visitada, na manhã desta terça-feira (15), por representantes das comissões de Acompanhamento da Copa do Pantanal 2014 e de Infraestrutura Urbana e de Transportes, da Assembleia Legislativa (AL).
Com prazo de entrega previsto para dezembro deste ano, a obra tem apresentado atrasos em sua evolução, que, segundo a Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa), estariam sendo causados pela demora na remoção, por parte da CAB Cuiabá, de três adutoras de água que passam pelo canteiro de obras e que respondem pelo abastecimento de 60% da Capital.
De acordo com o presidente da Comissão de Infraestrutura, deputado estadual Sebastião Rezende (PR), a concessionária dos serviços de água e esgoto da Capital recebeu para a realização dos serviços há seis meses, mas não estaria dando prioridade ao trabalho.
Pedro Alves/MidiaNews
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Deputado Sebastião Rezende (PR): "Atraso na obra tem ocorrido porque dependemos da CAB"
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“A informação que nós temos da Secopa é que, infelizmente, o atraso da obra tem ocorrido porque dependemos da CAB Cuiabá para remover as adutoras existentes aqui. O serviço não é de graça e deveria ter sido realizado. Quem está passando informações sobre as adutoras é a própria Secopa, porque nem a CAB sabe onde há tubulações”, disse o parlamentar.
De acordo com o secretário da Copa, Maurício Guimarães, foram pagos à empresa R$ 5 milhões para a remoção de interferências nas obras da Copa e não há repasses em atraso. Só para a remoção das três adutoras existentes no local, o valor pago foi de R$ 560 mil.
“Já tem mais de seis meses que a CAB iniciou essa obra e, até hoje, não terminou. Ela já foi notificada e a obra está em execução, com algo em torno de 80% do serviço concluído, mas há uma demora muito grande da CAB em concluir essa parte da obra. Quando há adutoras no trecho, não dá para terminar a drenagem, não termina a terraplanagem, não termina as cortinas. E isso tudo compromete a obra”, disse.
CeleridadeRezende afirmou que, na avaliação da comissão, a obra já está com praticamente 60% dos serviços concluídos e o que resta fazer precisa ser acelerado para que o compromisso de concluir a obra até dezembro deste ano seja cumprido.
O parlamentar ressaltou que a empresa responsável pela execução da obra, Camargo Campos S.A. Engenharia e Comércio, está trabalhando em volta das adutoras, mas que não se pode exigir muito mais dela.
“Nós ficamos em uma situação difícil: como a empresa vai trabalhar, se a CAB Cuiabá, que é responsável por remover as adutoras, não faz o seu serviço? Os 40% restantes [da obra] precisam ser feitos com celeridade porque o prazo de entrega é curto. E nós ficamos travados porque há empresas que têm concessão pública e que, infelizmente, não têm acompanhado as obras no ritmo que nós queremos”, afirmou.

"Nós ficamos em uma situação difícil: como a empresa vai trabalhar, se a CAB Cuiabá, que é responsável por remover as adutoras, não faz o seu serviço?"
A obraAtualmente, com 98 homens atuando em toda a extensão da obra, a Trincheira do Santa Rosa segue com os serviços de escavação, execução das obras de drenagem e cortina atirantada (técnica de contenção).
Ao todo, já foram içadas 22 de um total de 44 vigas que darão sustentação ao tabuleiro (pista) de acesso para automóveis, localizada entre as pistas marginais da trincheira.
Com 520 metros de extensão, a Trincheira do Santa Rosa deverá revitalizar o fluxo de trânsito de diversos bairros da Capital, como o Goiabeiras, Duque de Caxias e o Santa Rosa.
Orçada em R$ 26,2 milhões, a obra integra o convênio de R$ 165,7 milhões firmado entre o Governo do Estado e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para a execução de obras de Travessia Urbana na Capital.
O pacote engloba, além da obra no Santa Rosa, a construção das trincheiras Jurumirim/Trabalhadores e Verdão, os viadutos do Despraiado e Dom Orlando Chaves/FEB, bem como o Complexo Viário do Tijucal.
As obras são executadas nos trechos urbanos de três rodovias federais (BRs 364/163/070), que cortam a Grande Cuiabá pelas avenidas Miguel Sutil, Fernando Corrêa da Costa e FEB.
Outro ladoO
MidiaNews entrou em contato com a assessoria da CAB Cuiabá, que afirmou que deverá se posicionar ainda hoje sobre o assunto.