LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
A Grande Cuiabá possui 35 obras de mobilidade urbana, com vistas à Copa do Mundo de 2014, em execução e dentro do prazo, segundo a Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa).
Apesar dos problemas enfrentados pela pasta com a remoção de interferências (tubulações de saneamento, abastecimento e rede elétrica) bem como a falta de mão-de-obra – que resultaram em reajuste do cronograma de todas as obras em andamento – o secretário Maurício Guimarães descarta qualquer possibilidade de atraso ou de não conclusão dos projetos.

"Todas as obras estão com as medições em dia e o governador Silval Barbosa vai inaugurar de duas a três obras por mês este ano", afirma o secretário da Copa
“Enquanto líder desse processo, eu trabalho 24 horas para fazer a Copa do Mundo em Cuiabá acontecer. E vai acontecer. Todas as obras estão com as medições em dia e o governador Silval Barbosa vai inaugurar de duas a três obras por mês este ano. Sobre isso não há dúvidas”, afirmou, em entrevista ao
MidiaNews.
Guimarães disse que entende a angústia da população pelo término das obras e admitiu que, pelos menos durante as últimas semanas, não houve progresso das obras.
Isso foi causado, de acordo com o secretário, devido às férias coletivas de final de ano, que já estavam previstas pelas construtoras. Porém, segundo ele, a ausência de trabalhadores não impacta no andamento das construções.
“As pessoas realmente não viram, nesses últimos 30 dias, as obras funcionando. Porque todo o contingente, que já não era grande, é formado por trabalhadores de fora do Estado. E por regras trabalhistas, essas pessoas tem que voltar para suas cidades durante as festas de fim de ano”, disse.
Como exemplo, o secretário citou as obras de construção do Viaduto do Despraiado, que está sendo erguido na Avenida Miguel Sutil, e que foram paralisadas totalmente no dia 21 de dezembro.
“Essa obra, por exemplo, volta agora no dia 10 de janeiro, por causa das férias coletivas. Todo o contingente de trabalhadores de fora do Estado foi fazer visita [aos familiares]. Se a sensação já era de um movimento não muito intenso antes, nesse período isso potencializou negativamente. Mas todas as empresas começaram a retomar as atividades na segunda-feira (7)”, afirmou.
Sem “know-how”Guimarães atribuiu a descrença da população na entrega das obras da Copa ao histórico negativo do poder público em concluir os projetos nos prazos anunciados inicialmente.

"As pessoas realmente não viram, nesses últimos 30 dias, as obras funcionando"
“Nós vivemos um momento em que as pessoas não acreditavam que algo ia acontecer. Passamos a contratar e iniciar a execução das obras e as pessoas entraram agora em mais um momento de dúvida: vai terminar? E é normal. Porque, ao longo do tempo, o poder público nunca teve um ‘know-how’, um histórico de terminar as obras no prazo”, disse.
O secretário ressaltou que o grande desafio do Governo, agora, é provar que as promessas e projetos podem ser concluídos no tempo certo.
“Nesse caso, nós temos um diferencial. Porque eu tenho uma parede, um limite, que é o dia 13 de junho de 2014. Esse é o dia do primeiro dia de jogo aqui. Eu não posso pedir pra Fifa [Federação Internacional de Futebol] para adiar mais dois dias, cinco dias ou um mês. Isso me obriga a ser um gestor que quebre esse paradigma, esse conceito público de não ver as coisas acontecerem os prazos contratados. É a oportunidade de mostrar que a gestão pública, quando tem um compromisso de entregar algo no prazo, pode fazer as coisas acontecerem”, disse.
ObstáculosGuimarães ressaltou que a demora na tratativa com a CAB Ambiental [atual concessionária dos serviços de água e esgoto da Capital] e a dificuldade em movimentar toda a máquina pública em prol das obras da Copa foram os principais obstáculos no progresso significativo dos projetos.
“Para fazer tudo isso acontecer, eu preciso movimentar toda uma máquina pública, não só do Estado, mas das prefeituras também. É uma luta diária”, disse.

"Ao longo do tempo, o poder público nunca teve um ‘know-how’, um histórico de terminar as obras no prazo"
Como exemplo, o secretário citou a “dança de negociação” feita entre a Secopa e a CAB Cuiabá para a remoção de interferências que atrapalhavam o andamento das obras na Capital, que durou um ano até ser finalizada.
“Estávamos tratando tudo de remoção de interferências de adutoras com a Sanecap [Companhia de Saneamento da Capital]. Aí, no dia 19 de abril de 2012, entrou a CAB Ambiental para assumir os serviços e eles disseram que não tinha em seu contrato com o município a previsão de nenhum serviço de remoção. Daí, nós demoramos um ano para assinar um convênio diretamente com a CAB”, exemplificou.
Guimarães ressaltou, porém, que todos os problemas foram superados e que em 2013 a Secopa tem apenas a tarefa de concluir as obras e entregá-las.
“As coisas têm e vão acontecer neste ano. Temos que deixar 2014 só para os refinamentos”, afirmou.