LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
O secretário extraordinário da Copa do Mundo (Secopa), Maurício Guimarães, contestou, em entrevista ao
MidiaNews, os números apresentados pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) no 7º relatório de avaliação das obras em execução na Grande Cuiabá, divulgado na última quarta-feira (4).
Como exemplo, Guimarães afirmou que as medições apresentadas pelo órgão relativas às trincheiras do Santa Rosa e Verdão, na Avenida Miguel Sutil, não condizem com a realidade das obras.
Essas obras tiveram os contratos anteriores rescindidos e foram assumidas por novas empreiteiras, não tendo somados, nas últimas medições realizadas pelo TCE, os trabalhos realizados pela Ster Engenharia (antiga responsável pelas obras).
“Tem que agregar [o que já havia sido feito]. Eles não estão somando. Se você pegar os contratos dessas trincheiras e agregar o que já tinha sido executado pela Ster, não dá para me dizer que a trincheira do Santa Rosa, por exemplo, tem apenas 13% [executados]”, afirmou o secretário.

"Quando você faz as análises só do ponto de vista financeiro, de faturas e medições, não necessariamente representa uma realidade da obra"
No último relatório divulgado pelo TCE, que tem como data de corte o dia 31 de julho deste ano, as trincheiras do Santa Rosa e Verdão aparecem com 13,04% e 25,41% dos serviços já executados, respectivamente.
Os atrasos nessas obras, segundo o Tribunal, variam de 30 a 60 dias. Mas, segundo Guimarães, não há razões para que a população desconfie da não entrega das duas trincheiras no prazo estipulado pelo Governo do Estado, que expira em dezembro deste ano.
“O relatório do TCE serve como um referencial, um alerta, mas temos nossos números e controles que indicam que vamos cumprir os cronogramas”, disse.
Medições divergentesGuimarães explicou que a questão do percentual já executado de cada obra varia de acordo com as normas utilizadas por cada um no momento da medição.
No caso do relatório do TCE, as obras são avaliadas de acordo com a evolução físico-financeira que apresentam. Segundo o órgão, é avaliado o que foi pago pelo Estado e efetivamente executado por cada empreiteira.
“Quando você faz as análises só do ponto de vista financeiro, de faturas e medições, não necessariamente representa uma realidade da obra. Dependendo da fase, você consegue até aproximar, mas não é sempre real. Por isso temos cuidados ao trabalhar com os percentuais”, disse Guimarães.
Segundo o secretário, se uma obra for analisada somente do ponto de vista financeiro, por exemplo, há fases em que pouca coisa é efetivamente feita, mas cujos materiais consomem um valor alto.
Como exemplo, Guimarães citou a fase do atirantamento nas trincheiras, cujo material é caro, mas, segundo ele, a população pouco vê de evolução física na obra.
“Então você dá um crescimento percentual grande [para a obra], mas visualmente pequeno. E também acontece o contrário, como é o caso das escavações, por exemplo. Você tem o crescimento físico muito grande, porque o trabalho é visual, aparece muito, mas o financeiro é muito pequeno, porque as escavações custam pouco. Você adianta 15% da obra fisicamente, mas 1% somente na parte financeira”, explicou.
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