Candidatos "apelam" para tentar conquistar votos em Cuiabá

Os candidatos à Prefeitura de Cuiabá têm pautado o começo de campanha por agendas que tentam aproximá-los das camadas populares.

Os que mais chamam a atenção, com suas incursões, são os dois candidatos considerados "da elite" - o empresário Mauro Mendes (PSB) e o médico e deputado estadual Guilherme Maluf (PSDB).

Mendes e Maluf, por exemplo, almoçaram no Restaurante Popular, mantido pela Prefeitura, e que serve bandejão ao preço de R$ 1,50 - por mais R$ 0,75, o cliente leva também um suco.

O tucano não se

Aelson Ribeiro/Assessoria

Maluf almoça em Restaurante Popular

cansou de elogiar o serviço e o cardápio – o tradicional “cozidão” cuiabano, acompanhado de arroz, feijão e salada.

 

Maluf se empolgou tanto que prometeu até construir mais duas unidades do restaurante: na região do CPA e no Coxipó.

 

Outro "apelo" do tucano, acostumado a carros de luxo, foi andar de ônibus coletivo pelas ruas da Capital.

 

Na manhã de sexta-feira (3), Maluf pegou um ônibus na Av. Fernando Corrêa e foi até à Praça Ipiranga; de lá, seguiu para o Terminal do CPA I – tudo devidamente fora do horário de pico.

O candidato disse ter enxergado diversos problemas nos ônibus e, no trajeto, reclamou das calçadas e da falta de sinalização nos pontos, e prometeu equipar a frota com ar-condicionado, caso seja eleito.

Pergunta: precisou esperar a campanha eleitoral para andar de transporte público e fazer tal constatação?

“Um candidato tem que ser presente onde o povo está. Não pode se omitir e ter receio de encarar os problemas de sua cidade”, disse Maluf.

 

Da Assessoria

Maluf promete ciclovias em Cuiabá

Outro destaque na campanha do candidato tucano é a adoção da bandeira da sustentabilidade ambiental, com especial atenção aos ciclistas.

 

Guilherme Maluf até pedalou, meio que desajeitado, nas ruas de Cuiabá, e prometeu 100 km de ciclovias – embora haja dúvidas se a causa tem realmente apelo popular, em uma cidade com mais de 300 mil carros.

Pastel e bandejão

No caso de Mauro Mendes, "expedições gastronômicas" pautam, também, sua agenda eleitoral. Além do bandejão, seu cardápio de campanha inclui muito pastel e caldo de cana.

As visitas às feiras livres nos bairros se tornaram uma das marcas de sua campanha. Segundo definição do próprio candidato, as feiras são os melhores locais para conversar com a população dos bairros, ouvir suas necessidades e reivindicações. Será?

Além de usar as feiras como local estratégico para se aproximar do povo, o candidato prometeu melhorar a estrutura desses locais, como providenciando a instalação de banheiros públicos.

A mais beneficiada seria a tradicional feira do Mercado do Porto, que Mendes pretende transformar em ser um ponto turístico da capital.

Divulgação

Mendes divide pastel com a esposa Virgínia

 

Copa do Mundo

O candidato Lúdio Cabral (PT) é outro que não dispensa visitas a feiras – embora elas tenham sido em número bem menor que as de seu adversário.

Caminhadas pelas ruas de bairros são recorrentes em sua agenda, assim como reuniões com sindicatos e associações.

Lúdio que explorar, ainda, a imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apontado em pesquisas como o melhor cabo eleitoral deste pleito.

O petista tem investido, também, nos elogios às obras da Copa 2014, aproveitando que tem o apoio do Governo do Estado, que está tocando a maioria

Divulgação

Mendes promete melhorias no Mercado do Porto

absoluta das obras relacionadas ao Mundial em Cuiabá, e do Governo Federal, “que trouxe a Copa para o Brasil”.

 

Lúdio capitaliza eleitoralmente com discursos como a defesa do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) e a exaltação das transformações pelas quais Cuiabá passará, em função das obras da Copa.

Movimento comunitário

O candidato Carlos Brito (PSD), por sua vez, já construiu sua candidatura totalmente apoiada em elementos com forte apelo popular.

Oriundo do movimento comunitário, Brito, que foi presidente do bairro Parque Cuiabá, escolheu como vice o pastor evangélico Paulo Roberto (PSD), da Igreja Assembleia de Deus.

Com uma campanha ainda tímida, que não ganhou as ruas de forma intensiva, Brito se dedica a reuniões fechadas, e trabalha para assegurar o apoio de associações de moradores e sindicatos.

Algumas frases proferidas com frequência nos eventos de sua candidatura, como “um candidato que saiu dos bairros para o centro”, “prefeito comunitário” e “a vez dos bairros chegou” dão o tom da campanha.

Aquecimento 

Reprodução/Facebook

Lúdio quer Lula de cabo eleitoral

 

 

Os candidatos Adolfo Grassi (PPL) e procurador Mauro Lara de Barros (PSOL) ainda não colocaram, efetivamente, suas campanhas nas ruas, e não estão divulgando suas agendas.

Ambos aguardam o começo do horário eleitoral gratuito na TV, em 21 de agosto, para intensificar o contato com os eleitores. Ambos não têm estrutura para montar grandes cenários.

Preocupação?

As estratégias de todos os candidatos devem incluir, obviamente, a aproximação máxima da população. O que o leitor deve observar, no entanto, é se os mesmos candidatos costumam, ao longo do dia-a-dia, e fora do período eleitoral, se preocupar, de fato, com o que acontece com as camadas mais humildes da sociedade.

 

 

Reprodução

Carlos Brito se apoia em movimentos sociais