Eder anuncia "rebelião" contra Mendes e pró-Lúdio

O ex-secretário extraordinário da Copa do Mundo, Eder Moraes (PR), ressurge no cenário eleitoral como cabeça de uma suposta “rebelião” contra o candidato a prefeito de Cuiabá Mauro Mendes (PSB), apoiado pelo seu partido.

Magoado com o tratamento recebido no PR após deixar o comando da Secopa, Eder decidiu manifestar apoio ao candidato Lúdio Cabral (PT).

O republicano disse que já tem a seu lado 32 candidatos a vereador dispostos a apoiar o petista.

Desse total, segundo ele, cerca de 60% fazem parte da coligação que dá sustentação à candidatura de Mendes. Os outros 40% pertenceriam a partidos que apoiam Carlos Brito (PSD).

Questionado sobre a identidade dos "rebeldes", Eder se negou a revelar "para  evitar problemas para eles, dentro de seus partidos".

“Eu servi ao Estado por dez anos e, desde que saí do governo, tenho sido totalmente desprestigiado pelo PR”, disse Eder ao MidiaNews.

“Realizei muito como servidor do Estado, comprei brigas, enfrentei desgastes e assumi riscos. O mínimo que líderes do partido, como o senador Blairo Maggi e o presidente regional do PR, deputado federal Wellington Fagundes, poderiam ter feito seria me dar um telefonema de conforto, quando eu deixei o governo. Mas, simplesmente me ignoraram, me trataram como se eu tivesse uma doença contagiosa”, desabafou.

O ex-secretário reclamou que foi rejeitado, até mesmo, para ajudar na campanha do candidato do PSB.

“O deputado Emanuel Pinheiro, que é coordenador da campanha do Mauro Mendes, sequer me ligou para que eu ajudasse na eleição. E eu tinha me colocado à disposição dele”, afirmou.

O ex-homem forte dos governo Blairo Maggi (PR) e Silval Barbosa (PMDB), ressaltou, porém, que não tem nenhum problema com o candidato a vice-prefeito de Mendes, o deputado estadual João Malheiros (PR).

“Não tenho nada contra o João Malheiros. Ao contrário, ele é um irmão”, afirmou.

Secom/MT

Eder Moraes, quando comandava a Secopa: abandono

“PR estava morto e enterrado”

Após a sua turbulenta saída do comando da Secopa, em meio a escândalos de que teria “plantado” notícias contra o Tribunal de Contas do Estado (TCE) e o ex-deputado, hoje conselheiro Sérgio Ricardo, Eder Moraes deixou também o comando do PR em Cuiabá.

Ele afirmou que deixou a presidência da sigla após ter “ressuscitado” o PR, no contexto municipal.

“Antes de eu assumir a presidência, o PR estava morto e enterrado na Capital. Nas reuniões municipais, iam somente dois ou três gatos pingados. Então, nós encampamos um projeto de candidatura própria, com Francisco Vuolo disputando a Prefeitura, e conseguimos motivar a militância e os candidatos a vereador”, relatou.

“Mas, por decisão de uma hierarquia mais alta, tivemos que abandonar esse projeto. Então, eu deixei a presidência da sigla porque sou um homem de uma palavra só, e nosso projeto era com o Vuolo”, afirmou.

Mendes e Brito: contra o VLT

Eder Moraes contou que decidiu apoiar o projeto petista após ser procurado pelo candidato a vice-prefeito na chapa de Lúdio, o advogado Francisco Faiad (PMDB).

“Faiad foi o único candidato a me procurar, em busca de apoio. Posteriormente, o Lúdio também conversou comigo. Eles disseram que viam minha liderança nos segmentos sociais, souberam do meu descontentamento no PR, e deixaram as portas abertas para mim”, disse.

“Firmei compromisso com Lúdio e Faiad por duas razões: eles têm o melhor projeto para Cuiabá e estão alinhados com o Governo do Estado, que está transformando esta cidade com obras”, observou.

O ex-titular da Secopa destacou que Lúdio está alinhado com os projetos do Governo do Estado relacionados à Copa 2014, e afirmou que tanto Mendes quanto Brito são contra o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos).

“Eles mudaram o discurso agora, porque viram que o povo quer o VLT, e que é uma realidade. Mas, basta ver os discursos passados. Mauro Mendes e Carlos Brito são veementemente contra o VLT. E esse desenvolvimento de Cuiabá não pode parar”, disse.

O republicano informou que, além dos 32 candidatos a vereador, tem também o apoio de 56 entidades, como sindicatos, associações, igrejas, entre outros. Ele disse, ainda, que o movimento pró-Lúdio tende a crescer. “Há uma debandada muito grande, e a virada do Lúdio começou”, completou.