Cuiabá, Domingo, 19 de Outubro de 2025
GUNS EM CUIABÁ; VÍDEOS
18.10.2025 | 18h00 Tamanho do texto A- A+

"Teremos esquadrão antibomba, 500 seguranças e plano de evacuação”

Secretário cita força-tarefa montada para que maior show já realizado em Cuiabá não decepcione

Victor Ostetti/MidiaNews

O secretário de Cultura, Esporte e Lazer, David Moura, que detalhou plano de segurança para show do Guns

O secretário de Cultura, Esporte e Lazer, David Moura, que detalhou plano de segurança para show do Guns

PIETRA NÓBREGA
DA REDAÇÃO

A operação de segurança para o show do Guns N' Roses em Cuiabá no próximo dia 31 de outubro, envolverá mais de 500 seguranças, um esquadrão antibomba do Bope e um plano de evacuação. A informação é do secretário de Estado de Cultura, Esporte e Lazer, David Moura.

É um marco histórico, isso traz ganhos incríveis para o Mato Grosso. Está tudo sendo pensado e planejado para que no dia seguinte do show  possamos estar comemorando

Ao MidiaNews, ele classificou o evento como um "marco histórico" que exigirá um aparato logístico sem precedentes no Estado.

 

"Estão sendo contratados mais de 500 seguranças para trazer todo esse apoio para esse grande evento. E isso exige, por exemplo, trazer do interior, trazer de outros lugares, porque não tem aqui o suficiente", explicou. A PM fará a segurança periférica da Arena Pantanal.

 

"A vinda do Guns exige alguns cuidados também de segurança. Até em parceria com o Bope, que tem um esquadrão antibomba e vai fazer a averiguação do local antes deles chegarem".

 

A logística também inclui pontos de hidratação e atendimento médico para o público que tende a formar filas desde as 9h da manhã. De acordo com o secretário, 40% dos ingressos foram adquiridos por fãs de fora de Cuiabá, o que sobrecarregou a capacidade hoteleira da região.

 

Segundo ele, os hotéis de Cuiabá, Chapada dos Guimarães e até o Malai Manso Resort estão lotados. O secretário projetou que a arrecadação direta supere R$ 30 milhões, com uma movimentação econômica ampliada que pode chegar a R$ 400 milhões no fim de semana.

 

A expectativa, de acordo com Moura, é que o evento consolide Cuiabá no circuito de grandes turnês, em especial após a finalização do Parque Novo Mato Grosso.

 

 

Confira os principais trechos da entrevista (e o vídeo com a íntegra ao final da matéria):

 

MidiaNews - O show do Guns N' Roses está sendo considerado um acontecimento histórico no Estado, como está a questão da organização, da mobilidade urbana, de trânsito, de segurança, de logística, planejamento, porque a expectativa é que seja uma organização à altura do evento, até para o estado não passar vergonha?

 

Sabemos que a partir de 9 horas da manhã, dependendo até um dia antes, os fãs tentam ficar ali desde o início para pegar o melhor lugar

David Moura -  É um marco histórico. E isso traz ganhos incríveis para Mato Grosso. Em cadeia produtiva, empregos... A gente está prevendo mais ou menos 1.500 empregos temporários só relacionados aos shows, hotéis, alimentação, restaurante. Estima-se que vamos fazer, no final de semana de show, de R$ 300 a R$ 400 milhões, se pegar um número ampliado. É uma previsão.

 

E isso exige de todo o staff do Governo uma atenção especial para que a experiência de todos que vão ao show seja incrível, positiva. A gente tem feito reuniões na Sesp [Secretaria de Estado de Segurança], já fizemos duas e vamos para a terceira para ajustar todos os detalhes em parceria com a Semob, em parceria com a Polícia Militar, Polícia Civil, o Juizado, o Procon. Todos trabalhando bastante para prever qualquer tipo de dificuldade que possamoa ter. E em parceria com a produtora de Ditado Produções, que está envolvida e trazendo também as soluções, a gente tem já alguma experiência com grandes eventos na arena, em outros formatos. Sabemos que, muitas vezes, existem algumas dificuldades que, com antecedência, a gente consegue superar.

 

Por exemplo, a quantidade de segurança, o plano de evacuação. Estão sendo contratados mais de 500 seguranças para trazer todo esse apoio para esse grande evento. E isso exige, por exemplo, trazer do interior, trazer de outros lugares, porque não tem aqui o suficiente. A Polícia Militar está toda engajada também em nos ajudar ali em todas as entradas do show. Vão ser feitas estruturas do lado de fora das forças de segurança, dos juizados, para qualquer problema que tenha fora.

 

Tem algumas situações que precisam ser cuidadas, por exemplo, um show como esse, sabemos que a partir de 9 horas da manhã, dependendo até um dia antes, os fãs tentam ficar ali desde o início para pegar o melhor lugar, para ficar perto do ídolo e isso pode gerar problemas. Então, prevendo isso, estamos colocando pontos de hidratação, ambulância desde o início para caso tenha algum problema de alguém passar mal. Enfim, tudo isso está sendo pensado, planejado para que realmente esse sucesso que está sendo, que foi inclusive no Brasil todo, e aqui foi o local que vendeu mais, no dia seguinte do show todos possamos estar comemorando esse marco de forma positiva.

 

 

 

MidiaNews - Vai haver alguma simulação de segurança, de bombeiro, de polícia?

 

David Moura - Vai ter separadamente, cada força, cada setor vai fazer as precauções e vamos fazer todo o trajeto de todas as entradas, qual dificuldade poderia ter em cada local. A gente está prevendo bastante coisa e a vinda do Guns exige alguns cuidados também de segurança. Até em parceria com o Bope, que tem um esquadrão antibomba e vai fazer a averiguação do local antes deles chegarem. Então, para gente está sendo muito legal, mas um grande desafio, porque as exigências são mais detalhadas. Mas vale a pena todo esse esforço, vai ser um grande ganho para Mato Grosso. E esperamos que seja o primeiro de muitos, porque quando o primeiro grande show internacional der certo, como a gente espera que dê, temos aí futuramente, muito breve agora, final do ano, o grande espaço de shows que vai ser uma referência no Brasil inteiro, o Parque Novo Mato Grosso.

 

MidiaNews - Vocês estão em contato com os responsáveis por esse show? Estão em contato com a equipe do Guns? Houve algum pedido de ajuda deles? Alguma exigência da equipe deles?

 

David Moura - Eles têm algumas exigências dos artistas que são grandes nomes mundiais. Eles têm algumas exigências que para a gente é um pouco diferente. Cada um tem um camarim, cada camarim é diferente, eles não têm muito acesso um ao outro. Parece que cada um tem seu sistema e obviamente que a gente vai cumprir com tudo isso, não cabe a gente julgar. Mas  tenho que dizer que a Ditado Produções tem se dedicado muito, sabe da grandiosidade do evento e como eles são os produtores responsáveis, estamos aqui para apoiar no que for preciso. Isso tudo vai ser feito na Arena Pantanal. Então, todas as exigências que acabam impactando ali na nossa área, a gente tem feito o possível para ser feito.

 

 

 

MidiaNews - E sobre o número de hotéis, já tem uma estimativa de quanto vai gerar no mercado de hotéis, de Airbnb?

 

Estamos prevendo, por exemplo, essa questão da água no dia do show, vamos encher as caixas d 'água com caminhão-pipa

David Moura - Os hotéis estão lotados, não tem mais vaga. Tenho proximidade com alguns, o próprio Hotel Odara, que é um hotel referência, uns amigos que virão para cá e estavam tentando, tive que entrar em contato para ver se ainda tinha vaga. Não tem mais vaga, a gente sabe que é uma super lotação que não acontece sempre e todos os hotéis do entorno, da Baixada, Chapada dos Guimarães, Malai, todos estão cheios para essa data.

 

Isso também é uma das coisas que vai trazer investimentos para a cidade. Vai deixar um legado, porque os investidores em hotéis, os investidores que estão olhando praças para onde investir, com certeza isso chama atenção. Não podemos obviamente prometer nada, mas a gente já sabe de grupos de investidores entrando em contato querendo saber o que vai acontecer, por exemplo, no Parque Novo Mato Grosso, querendo saber o quanto isso vai crescer daqui para frente para trazer marcas de hotéis. E isso é maravilhoso. A gente sabe o quanto isso vai fazer crescer a hotelaria no Estado.

 

MidiaNews - Recentemente teve um show do Henrique e Juliano na Arena, que foi muito criticado pela falta de estrutura. Filas para conseguir pegar uma bebida, banheiro sujo e desorganizado. Teme que isso possa se repetir no show do Guns?

 

David Moura - Acho que isso foi excelente, tentando pensar no lado positivo dessa experiência do show do Henrique e Juliano. Algumas coisas deram errado, empresas que eles contrataram para cuidar dos banheiros não cumpriram com o que tinham prometido. A empresa de segurança, que tinha promessa de contratar 200 seguranças, não entregou. Isso tudo notificamos e buscamos respostas, mas acho que foi um aprendizado.

 

Por isso, com essa experiência, estamos sanando todos esses problemas. A Arena, quando a gente cede, tem todos os deveres e responsabilidades da pessoa, da empresa que estará usando. Da nossa parte, existem algumas coisas que a gente pode melhorar nos detalhes. Estamos prevendo, por exemplo, essa questão da água no dia do show, vamos encher as caixas d 'água com caminhão-pipa. Tudo isso está sendo previsto para não ter, no dia, nenhum problema. Nossa manutenção está toda dedicada aos banheiros e na estrutura. A Arena é muito grande. Se a gente em casa muitas vezes vai usar o chuveiro e ele está estragado, imagina uma estrutura gigante como é a da Arena. Mas eu não tenho essa preocupação justamente porque tudo isso está sendo muito pensado, previsto e com folga, para não ter nenhum problema.

 

 

MidiaNews - E há uma estimativa de quanto esse show já movimentou ou ainda vai movimentar em termos financeiros?

 

Desde o transporte de todo mundo que vem, o quanto essas pessoas vão gastar no comércio, é previsto que gire em torno de R$ 300 a R$ 400 milhões vindo para Cuiabá

David Moura - Existe uma expectativa de lotação máxima e se não me engano uma arrecadação direta de mais de R$ 30 milhões. Agora, o quanto isso gira, desde o transporte de todo mundo que vem, o quanto essas pessoas vão gastar no comércio, existe um chute, que gira em torno de R$ 300 a R$ 400 milhões vindo para Cuiabá. Tem dados de que quase 40% dos ingressos foi vendido para fora de Cuiabá. Ou seja, é recurso vindo de fora. E normalmente a pessoa que vem para o show vem com a família, vem para passar 2, 3 dias, vai conhecer Chapada, vai conhecer o entorno, vai girar muito. É muito difícil prever, mas sem dúvida vai ser um marco que vai aquecer bastante a economia.

 

MidiaNews - Tem muitos shows de artistas nacionais, internacionais, que não entram em Cuiabá. Às vezes, vão para Campo Grande, muitas vezes Brasília, mas não Cuiabá. A que atribui isso? É uma questão de logística, da distância? E como quebrar essa barreira?

 

David Moura - Não sei dizer se há algum artista que não viria para cá. Tivemos show do Gustavo Lima que foi um sucesso. Qual artista é maior que o Gustavo Lima ou pelo menos que não aceitaria fazer um show aqui que tem sido sucesso? Ainda mais com o espaço que está sendo feito como o Parque Novo Grosso. E todas as vezes que a gente entrou ou entra em contato com algum artista nacional, todos estão muito abertos a vir. Sabem do potencial que tem aqui em Mato Grosso, no sentido de consumir a música, que tem coisa muito boa planejada para esse ano. 

 

MidiaNews - E quanto aos shows internacionais?

 

David Moura - Para acontecer um show como esse, são vários pontos que precisam ocorrer. Precisa ter uma estrutura aqui de produção, porque, obviamente, o Guns precisa de um apoio. Estou dando o exemplo do Guns, mas é algo que pode acontecer com qualquer artista. E, muitas vezes, existe a facilidade de conhecimento em São Paulo, no Rio, em grandes centros, que bandas como essa querem ponto certo, que não arriscam. Então quando a gente conseguiu fazer com que o Guns N' Roses viesse para cá, já credencia para outros grandes artistas internacionais quererem vir também. Tivemos, de certa forma, uma sorte que a produtora nacional arriscou isso em outro estado, fizeram um show um pouco descentralizado, que foi um sucesso. Então isso abriu a mente para testar Mato Grosso. E quando eles vieram nos fazer a visita, viram que a gente teria todo o interesse de fazer todo o possível para trazer.

 

 

MidiaNews - E acha que com a entrada do Parque Novo Mato Grosso, que terá espaço para shows de mais de 100 mil pessoas, pode mudar esse cenário?

 

Temos um time muito preparado, dedicado, pessoas ali que se apaixonam pelo que fazem

David Moura - Sem dúvida. Um show como esse que está acontecendo na Arena, por mais que a Arena já tenha recebido grandes eventos, exige um investimento de estrutura, o que faz o cálculo do produtor ficar um pouco mais denso. Quando a gente fala do Parque Novo Mato Grosso, que tem o estacionamento como tem, fora toda a estrutura gigante, de camarim, de palco, de som, isso facilita muito para o artista vir para cá, porque o investimento é menor, basicamente tem que trazer os equipamentos dele, mas quando tudo está resolvido, fica muito mais fácil. O risco dele é muito menor e, sem dúvida, isso vai acontecer num curto prazo. A gente já tem ouvido, inclusive, conversas. 

 

MidiaNews - O você fez parte da seleção brasileira de judô, disputou o Mundial Panamericano e ganhou medalhas. Como está o desafio de deixar a carreira de esportista profissional de alta performance para assumir um cargo público como secretário?

 

David Moura - Entrei como adjunto de Esporte, então foi uma excelente escola. Logo que me aposentei, já queria algum desafio e surgiu esse. Eu não entendia muita coisa de como funcionava, mas meu coração dizia que tinha que aceitar esse desafio e tem sido muito proveitoso, em vários sentidos, de aprendizado, de entender como funciona o Poder Público, a gestão, a política,. Todo dia agradeço essa oportunidade. Porque a gente vive num mundo que entender como funcionam as coisas de verdade ajuda, economiza energia, onde que a gente precisa apertar e no momento incrível que o Estado vive. De um governo que conseguiu ajustar todas as contas, consegue investir muito.

 

 

MidiaNews - E há alguma similaridade entre as duas profissões? Ambas exigem um desafio, uma superação, um esforço. Tem alguma similaridade?

 

David Moura - Similaridade não tem muito, mas tudo que vivi como atleta e como atleta de alto rendimento me ajuda muito para ser um bom secretário, que é o que estou tentando fazer. Como atleta, a gente vive momentos, vive a próxima luta, a próxima competição, o próximo Mundial. E como secretário também, a gente está sempre vivendo com metas, prazos. Então, aprender a lidar com essa pressão, aprendi durante todos esses 10, 11 anos de seleção brasileira. E a gente acorda hoje sempre com metas, prazos, entregas para fazer. E isso me deixa, de certa forma, confortável, porque estou acostumado com essa sensação. 

 

MidiaNews - E que balanço faz da secretaria? Como que está o esporte em Mato Grosso?

 

David Moura - A Secel tem crescido muito nos últimos anos. Temos um time muito preparado, dedicado, temos pessoas ali que se apaixonam pelo que fazem. Hoje, a Secretaria tem investido muito em infraestrutura, por exemplo, no entorno da Arena Pantanal. A gente acabou de entregar o Palácio das Artes Marciais, que já está sendo utilizado para eventos e para o dia a dia, para projetos sociais. Vamos entregar esse ano ainda a Piscina Olímpica com arquibancada para 5 mil pessoas, com toda uma estrutura que não existia. Então a gente tem esses desafios também de trazer infraestrutura. Nós temos recorde esse ano de bolsa atleta, o Projeto Olympus que também vem crescendo muito. E não tem como não falar do Parque Novo Mato Grosso, que é um investimento que o Governo tem feito. Eu brinco que está sendo feito para a Secel, porque é um parque multieventos maior da América Latina para cultura, lazer e esporte. 

 

 

MidiaNews - E quais são os principais desafios, são questões de cumprir prazo, de obra, de entrega? 

 

David Moura - Os principais desafios da porta para dentro de um secretário é lidar com as pessoas. E isso exige uma dedicação, exige um esforço de entender as pessoas. Acredito muito que as pessoas, quando estão felizes num ambiente legal, trabalham muito melhor. E muitas vezes, uma pessoa lá dentro que está fazendo uma coisa que não gosta, gostaria de estar fazendo outra coisa, você trocar as pessoas somente de local e de missão, já tem um ganho significativo. Então, tem toda a parte técnica que é um desafio da Secretaria, pelo volume de coisas que a gente tem que fazer e motivar o nosso time e fazer entender que vale a pena se dedicar um pouco a mais.

 

Lá, praticamente, todo mundo trabalha mais do que o esperado. Tudo isso é uma cultura que a gente vem criando de empatia e de entendimento do quanto aquilo é importante ou para o município, ou para a associação, ou para o terceiro setor, porque é algo que realmente muda e transforma a vida das pessoas na ponta. E isso é um desafio, mas é um desafio não no sentido pejorativo, é um desafio muito legal.

 

Veja a entrevista completa: 

 

 

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