ANTONIELLE COSTA
DA REDAÇÃO
O alto índice de reprovação no exame da Ordem dos Advogados do Brasil causou revolta nos bacharéis em Direito, que prestaram o concurso, em todo país. Em Mato Grosso, apenas 7% dos 2.600 inscritos foram aprovados, segundo o presidente da entidade, Claúdio Stábile.
Em entrevista ao MidiaNews, a estudante Talitha Laila Ribeiro denunciou a existência de supostas irregularidades nos critérios de correção das provas relativas à segunda fase (prova prática), adotados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), responsável pela aplicação do exame.
Segundo a bacharel em Direito, a FGV teria descumprido o provimento de nº 136/2009 - OAB, que prevê que "na prova prático-profissional, os examinadores avaliarão o raciocínio jurídico, a fundamentação e sua consistência, a capacidade de interpretação e exposição, a correção gramatical e a técnica profissional demonstrada".
Para Thalita, a correção foi feita pela via eletrônica, não sendo levado em consideração o raciocínio jurídico exposto nas respostas. Esse fator, segundo ela, resultou na reprovação de milhares de alunos em todo o país. A estudante foi uma das alunas reprovadas e vai recorrer para que tenha sua prova recorrigida.
Após a divulgação do resultado do exame, no último dia 6, o Conselho Federal da OAB, presidido por Ophir Cavalcante, solicitou a recorreção das provas, em função de equívocos ocorridos na divulgação dos gabaritos.
Ontem (9), Ophir voltou atrás e descartou a hipótese, após a FGV emitir um comunicado informando que o problema foi solucionado e negando qualquer problema na correção das provas.
Diante disso, os alunos que se sentiram prejudicados deverão decorrer do resultado junto à fundação. O prazo para recurso encerra se nesta sexta-feira (10). Segundo a FGV, a segunda fase teve 12.634 candidatos aprovados em todo Brasil, 11,8% do total de 106.941 inscritos no exame.
Outro lado
A reportagem tentou contato com a FGV e a assessoria de imprensa ficou de enviar, por e-mail, um posicionamento sobre o assunto, que, até a edição da matéria não fora enviado.
O presidente da OAB-MT, Cláudio Stábile, afirmou que a Ordem confia no trabalho da fundação e que os candidatos que se sentiram lesados deverão recorrer, solicitando a recorreção das provas.