Cuiabá, Quinta-Feira, 25 de Setembro de 2025
"PRESO INJUSTAMENTE"
25.09.2025 | 11h00 Tamanho do texto A- A+

Júri absolve réu por feminicídio cometido pelo "Maníaco da UFMT"

Julho César da Silva ficou mais de 2 anos preso pelo estupro e feminicídio de Marinalva Soares

MidiaNews

O acusado Reyvan da Silva Carvalho (detalhe), que foi  identificado por exame de DNA como o autor do crime

O acusado Reyvan da Silva Carvalho (detalhe), que foi identificado por exame de DNA como o autor do crime

ANGÉLICA CALLEJAS
DA REDAÇÃO

O Tribunal do Júri de Cuiabá absolveu, na última terça-feira (23), Julho César Correa da Silva, pelo crime de estupro e feminicídio de Marinalva Soares da Silva, em 2020, na Capital.

 

Além disso, Reyvan da Silva Carvalho relatou que o réu era considerado uma pessoa perigosa

A reviravolta no caso se deu quando o estuprador em série Reyvan da Silva Carvalho foi preso em agosto deste ano, identificado por exame de DNA como o autor do crime.

 

Marinalva foi estuprada e assassinada no dia 27 de dezembro de 2020, em um terreno baldio na rua dos Beija-Flores, no bairro Parque Ohara. 

 

Julho foi preso em junho de 2021 e passou dois anos e seis meses na cadeia, sendo liberado em 13 de janeiro de 2024 mediante medidas cautaleras. A pronúncia para julgamento pelo Tribunal do Júri foi proferida em abril do mesmo ano. 

 

Conforme a investigação, Julho e Marinalva já se conheciam, e no dia em que a vítima foi morta, ele afirmou tê-la encontrado em uma esquina quando ela comprava "crack" e a convidou para tomarem cerveja em um bar próximo. O encontro, segundo Julho, durou meia hora. Eles teriam bebido duas cervejas e ele foi embora para a casa da avó.

 

Uma das testemunhas ouvidas durante a investigação, foi o próprio Reyvan, atualmente apontado como autor do crime. Em duas ocasiões que depôs na Polícia Civil, ele afirmou que não havia nenhum outro suspeito, além de Julho. 

 

"Além do mais, a testemunha Reyvan da Silva Carvalho, ao ser interrogada durante o processo policial (conforme consta nas páginas 89 a 92 do arquivo físico, equivalente às páginas 10 a 13 no documento identificado como 49002549), afirmou que, além do acusado Julho César Correa da Silva, conhecido como "Peba", "Boquinha" ou "Maike", não há outros suspeitos", consta em trecho do processo.

 

"E ainda, a testemunha Reyvan da Silva Carvalho, ao ser interrogada pela segunda vez durante o processo policial (registrado nas páginas 125 a 126 do arquivo físico, correspondente às páginas 04 a 06 no documento identificado como 58990884), após visualizar as imagens captadas, reconheceu e identificou "Boquinha" como o indivíduo que acompanhava a vítima Marinalva nas filmagens. Além disso, relatou que o réu é considerado uma pessoa perigosa".

 

O estuprador em série

 

Reyvan Carvalho foi preso no dia 29 de agosto, pelo estupro e feminicídio de Solange Aparecida Sobrinho, ocorrido em 24 de julho deste ano, na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Apesar de ter negado o crime, foi constatado por exame de DNA sua autoria. 

 

Segundo o delegado Bruno Abreu, que investiga o caso, a negativa é comum em casos como esse. “Ele vai negar, acho que porque não entende a prova que nós temos. Prova de DNA é irrefutável e não se discute. Graças ao empenho da Politec (Perícia Oficial e Identificação Técnica) descobrimos o autor desse estupro seguido de morte”, disse. 

 

O assassinato de Solange foi semelhante ao de Marinalva. Ambas foram estupradas antes de serem mortas, e depois asfixiadas por meio de estrangulamento. As vítimas também tinham em comum o fato de serem pessoas em vulnerabilidade. Solange porque tinha transtorno mental, e Marinalva era usuária de drogas.

 

Quando o material genético de Reyvan foi registrado no banco Banco Nacional de Perfis Genéticos, ele foi apontado como autor não só do feminicídio de Marinalva, mas também do estupro de outras duas mulheres em Cuiabá, em 2021 e 2022.

 

Na terça-feira (23), ele foi indiciado pelo delegado Bruno pelo crime cometido contra Solange.

 

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