O Supermercado Big Lar, em Cuiabá, está sendo processado pelo funcionário público Pitter Johnson da Silva Campos por danos morais. Ele afirmou ter sido "exposto ao ridículo", perante grande número de pessoas, ao ser acusado de não ter feito o pagamento de suas compras, por problema no computador do caixa do estabelecimento. O fato aconteceu no último domingo (29).
“Senti minha honra e meu direito de locomoção violados. Foi humilhante”, afirmou Pitter, que é cliente do supermercado há tempos.
Ao relatar o caso, o servidor contou que se dirigiu até o estabelecimento comercial, localizado na Avenida Miguel Sutil, por volta das 18 horas.
Conforme consta na reclamação, proposta junto ao Juizado Especial em Cuiabá, “após efetuar o pagamento da compra através de cartão de crédito, na modalidade débito, o pagamento foi devidamente autorizado pela administradora do cartão, mas o computador do supermercado paralisou e não foi possível imprimir o cupom fiscal”.
Nesse momento, ele disse para a atendente do caixa que não precisava do comprovante. E saiu com as compras.
“Quando eu estava no estacionamento, para minha surpresa, uma funcionária informou que eu tinha que retornar para dentro do supermercado para fazer o pagamento da compra, sob o argumento de que o pagamento não teria sido efetivado. Fui coagido”, comentou, dizendo que um atendente e um segurança o observavam de longe.
O funcionário público disse que explicou à atendente que, quando passou o cartão, a compra foi autorizada e que recebeu uma mensagem do banco, confirmando o pagamento, via mensagem para o seu aparelho de celular.
"Como bandido"
Ainda de acordo com as informações constantes da reclamação, apesar das explicações, Piter diz que foi “coagido a retornar ao interior do mercado, empurrando o carrinho cheio de compras por uma rampa, sendo observado pela grande quantidade de clientes que se faziam presentes no estacionamento, bem como dentro da loja”.
“Eu fui tratado como se estivesse passando a perna no mercado, como se eu fosse um bandido. Como se eu estivesse saindo do mercado sem pagar, isso perante todo mundo. Foi o maior constrangimento”, desabafou.
O servidor público afirmou que somente conseguiu provar que o pagamento foi efetivado, depois de muito tempo de discussão. “Só que, nesse tempo, muitos clientes que estavam na loja ficaram presenciando a situação. Foi humilhante”, afirmou.
Depois da confusão, segundo consta na reclamação, ele exigiu que o Big Lar realizasse o estorno do valor pago e se recusou a levar a compra.
“Com todo o transtorno, depois que fui humilhado e que tive violado o meu direito de locomoção, que é o direito de ir e vir, não tinha mais como ser cliente desse supermercado e levar as compras. Eles assumiram que eu estava certo, que eu fiz o pagamento, ao estornar a minha compra”, desabafou.
Na reclamação feita contra o Big Lar, Pitter esclarece que “era inadmissível o tratamento dispensado pelos funcionários do supermercado em questão, ainda mais por conta da reconhecida propaganda que se veicula na mídia, nos casos plásticos e no próprio comprovante de estorno, informando que é ‘diferente pra você’, porquanto não passa de um estabelecimento qualquer que não respeita os seus clientes”.
“Não ajuizei a ação pela indenização, mas sim para que o supermercado não faça mais isso com ninguém. É mais pelo valor pedagógico da pena. Senti-me humilhado e fui maltratatdo pelos funcionários. Sinceramente, não esperava isso”, afirmou.
O outro lado
A reportagem entrou em contato com o gerente do Big Lar, Marcos Fromer.
Ele informou que não tinha autorização para prestar nenhum tipo de esclarecimento sobre o caso. "Somente o setor jurídico da empresa pode prestar essas informações", disse.