Cuiabá, Segunda-Feira, 16 de Junho de 2025
SUPOSTA DESOBEDIÊNCIA
05.10.2012 | 17h15 Tamanho do texto A- A+

Presidente do MT Saúde pode ser preso por rejeitar liminar

Paciente teve cirurgia desmarcada; bloqueio de recursos do Estado também foi solicitado

MidiaNews/Reprodução

Gelson Smorcinski, presidente do MT Saúde, que corre o risco de ser preso por desobediência

Gelson Smorcinski, presidente do MT Saúde, que corre o risco de ser preso por desobediência

LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
O presidente do MT Saúde, Gelson Esio Smorcinski, poderá ser preso, caso descumpra uma decisão judicial que obriga o plano de saúde do Governo do Estado a assumir os custos da cirurgia e internação de uma usuária, E. P. M., de 73 anos.

Além da prisão, o descumprimento da decisão pode resultar no bloqueio de R$ 33 mil dos cofres públicos do Estado, referentes aos custos dos procedimentos médicos levantados pelos familiares, em um hospital particular de Cuiabá.

Professora aposentada, a usuária possui um tumor no intestino e, após ter passado por todos os exames de avaliação necessária, estava com cirurgia marcada e aguardava apenas a internação.

Porém, um dia antes da data prevista, E. P. M. foi surpreendida com a ligação da secretária do médico que realizaria a cirurgia, informando que o MT Saúde havia suspenso todas as cirurgias marcadas - inclusive, a dela.

Como não tem condições financeiras de arcar com as despesas médico-hospitalares que o procedimento prevê, a filha da paciente buscou, junto à Defensoria Pública, recorrer à Justiça para resguardar o direito de realizar a cirurgia.

A defensora Jaqueline Maria de Oliveira foi a primeira a atender o caso. Ela impetrou com uma ação de obrigação de fazer contra o MT Saúde, afirmando que a cobertura dos planos de saúde deve ser obrigatória para casos de urgência e emergência, como está previsto em lei.

“Os serviços de assistência à saúde são cada vez mais caros e complexos, inacessíveis à renda da maior parte dos indivíduos e famílias, que é obrigada a confiar nas promessas de segurança contra os riscos que a levou a contratar um plano de saúde”, afirmou a defensosa.

Uma liminar favorável foi concedida pelo juiz plantonista José Antônio Bezerra Filho, na madrugada do dia 21 de setembro, mas, segundo a assessoria da Defensoria Pública, foi rejeitada pelo MT Saúde, que não cumpriu a decisão.

A família voltou a procurar o órgão e foi orientada pelo defensor Francisco Pinheiro Junior a levantar o custo, em um hospital particular, de todos os procedimentos cirúrgicos e tratamentos prescritos pelo médico.

O orçamento totalizou aproximadamente R$ 33 mil e um novo pedido foi protocolado pela Defensoria, com o objetivo de advertir o presidente do MT Saúde a prover o cumprimento da liminar, sob pena de prisão e bloqueio de recursos.

A partir do momento em que a Justiça autorizar o bloqueio, a paciente poderá ser internada em um hospital particular, para passar por todos os procedimentos cirúrgicos, prescritos e necessários ao restabelecimento de sua saúde.

Outro lado


A assessoria de imprensa do MT Saúde afirmou ao MidiaNews que, em momento algum, o plano de saúde ordenou aos hospitais que desmarcassem cirurgias ou procedimentos médico-hospitalares já agendados, e que tal postura partiu do hospital, em decorrência do atraso no pagamento por parte do Governo do Estado.

A assessoria negou, ainda, que o plano de saúde tenha se rejeitado a cumprir a liminar, justificando que o presidente do órgão apenas tomou conhecimento da decisão judicial na quinta-feira (4) e que já está tomando as providências necessárias para o cumprimento da decisão.

A dificuldade encontrada pelo MT Saúde, no momento, é de que o hospital onde a cirurgia já estava agendada estaria se negando a realizar o procedimento sem que os débitos sejam quitados anteriormente.

Agora, o plano está procurando uma outra unidade hospitalar que possa realizar a cirurgia e todos os demais procedimentos necessários.

Outros casos


Mais de 20 ações judiciais já foram propostas pela Defensoria Pública, nos últimos dez dias, para garantir o atendimento de saúde aos usuários do plano MT Saúde.

De acordo com informações da assessoria do órgão, o número só não é maior porque alguns servidores desconhecem seus direitos e outros não possuem toda a documentação necessária, no momento em que buscam auxílio jurídico, a fim de propor a ação imediatamente.

Os principais pedidos tratam de agendamento de consultas e realização de cirurgias e internações, bem como para garantir tratamentos, tais quais quimioterapia e radioterapia, aos pacientes.

Segundo o defensor público João Paulo Carvalho Dias, que atua no Nudecom (Núcleo de Defesa do Consumidor), o saldo das decisões tem sido positivo até o momento.

“Todas as decisões já proferidas foram favoráveis aos nossos assistidos. A Justiça tem se mostrado sensível quando se trata de questões de saúde”, afirmou o defensor.

Serviço


O usuário de plano de saúde que se sentir lesado em seu direito ou ter o atendimento negado pode procurar o Núcleo de Defesa do Consumidor, que está localizado na Av. Historiador Rubens de Mendonça, 917.

Os telefones para contato são (65) 3613-8529 e 3613-8542.

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3 Comentário(s).

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Ozelito Josetti de Oliveira   06.10.12 10h34
Nem com força de Liminar,eles atendem. Isso,que é Alinhamento,hem? E segundo as pesquisas,o Ludio está na frente.Eta povo,que gosta de levar chicote.Já erram em escolher o Silval,agora vão errar denovo.Não tenho nada,contra o Ludio.Mas o que ele,já administrou? Nada. Só foi 2 vezes Vereador.Pense bem.Vão errar denovo? Cuidado,são 4 anos.Depois não vai reclamar.
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ALVARO MARCAL MENDONCA  06.10.12 10h11
Na placa placa indicativa, vê-se que a palavra GROSSO está quase sumindo. Sendo o que se lê, com clareza, traduz o que o tal plano faz: MATO SAÚDE.
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sergio lopes  05.10.12 21h11
então o mt saude tem que devolver o dinheiro que foi descontado faz tempo em folha do servidor publico.tem que estornar esse dinheiro ao servidor associado.
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