Cuiabá, Quinta-Feira, 11 de Dezembro de 2025
RÊMORA 3
15.12.2016 | 11h30 Tamanho do texto A- A+

Engenheiro é conduzido coercitivamente para depor no Gaeco

Edezio Silva prestou esclarecimentos sobre delação do empresário Giovani Guizardi

Marcus Batista/Jornal Fotografico

O engenheiro eletricista, Edezio Silva, foi conduzido coercitivamente pelo Gaeco, para novos esclarecimentos

O engenheiro eletricista, Edezio Silva, foi conduzido coercitivamente pelo Gaeco, para novos esclarecimentos

AIRTON MARQUES
DA REDAÇÃO

O Gaeco cumpriu na manhã desta quinta-feira (15) mandado de condução coercitiva contra o engenheiro eletricista Edezio Ferreira da Silva, durante a 3ª fase da Operação Rêmora, denominada "Grão Vizir".

 

A operação investiga esquema de propinas e fraudes em licitações na Secretaria de Estado de Educação (Seduc).

 

De acordo com o coordenador do Gaeco, promotor de Justiça Marco Aurélio de Castro, o engenheiro já prestou depoimento, esclarecendo alguns pontos da delação do empresário Giovani Guizardi, dono da Dínamo Construtora.

 

A nova fase da operação foi deflagrada nesta quarta-feira (14), com a prisão do empresário Alan Malouf, sócio do buffet Leila Malouf.

 

Ele já tinha prestado depoimento para o Gaeco anteriormente, e dito que havia alugado a sala, mas hoje ele disse que fez depósitos e falou em nome de quem tais depósitos foram feitos

Edezio já havia sido ouvido pelo Gaeco ainda na primeira fase da operação. Em maio deste ano, o engenheiro afirmou que, a pedido do empresário Giovani Guizardi (delator do esquema), alugou uma sala comercial na Avenida Miguel Sutil, no bairro Santa Rosa, em Cuiabá, local que teria sido usado para reuniões “mais reservadas”.

 

O depoimento foi confirmado no dia 18 de novembro, quando Edezio foi ouvido pela juíza Selma Arruda, da Vara Contra o Crime Organizado da Capital, responsável pela ação penal oriunda das primeiras fases da Rêmora.

 

De acordo com Marco Aurélio, o cumprimento do mandado de condução coercitiva do engenheiro um dia após a prisão de Alan Malouf foi uma “estratégia de investigação”.

 

Além destes mandados, o Gaeco também realizou busca e apreensão no Buffet Leila Malouf e na residência de Alan Malouf.

 

“Ele [Edezio Ferreira] já foi ouvido e confirmou basicamente tudo [o que foi perguntado]. Ele já tinha prestado depoimento para o Gaeco anteriormente, e dito que havia alugado a sala, mas hoje ele disse que fez depósitos e falou em nome de quem tais depósitos foram feitos”, disse ao MidiaNews.

 

O promotor ressaltou que outros mandados podem ser cumpridos futuramente e que a participação do Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco) na operação confirma que autoridades com foro privilegiado também estão envolvidos na investigação.

 

“Hoje não terá novas conduções. Temos várias situações em andamento e a própria expectativa de operação gera movimentação interessante para a investigação”, pontuou.

 

Depoimento de Engenheiro

 

De acordo com o Gaeco, em seu primeiro depoimento o engenheiro confirmou encontros do empresário Giovani Guizardi com os ex-servidores da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), Wander Luiz e Fábio Frigeri, apontados como os braços da organização criminosa na Secretaria.

 

Edezio contou, no depoimento, que em abril de 2015 foi contratado para prestar serviços técnicos de engenharia elétrica para a empresa Guizardi Junior Construtora, de Miguel Guizardi Júnior, pai de Giovani Guizardi.

 

“Fui contratado por prazo determinado de seis meses, pelo valor mensal de R$ 15 mil. Inicialmente comecei trabalhando na sede da empresa Guizardi Júnior Construtora onde também se encontra sediada a empresa Dínamo Construtora”, disse o engenheiro.

 

Foi nesta oportunidade que, segundo Edezio Silva, ele conheceu Giovani Guizardi, acusado pelo Gaeco de ser o responsável pela cobrança e recebimento das propinas. 

 

O engenheiro afirmou que, em agosto daquele ano, Guizardi pediu que ele alugasse uma sala comercial em nome de sua empresa, a Edezio Ferreira da Silva EPP, para a realização de reuniões reservadas. 

 

“Então eu loquei, em nome de minha empresa, uma sala comercial, situada na Avenida Miguel Sutil, bairro Santa Rosa, Cuiabá, e passei a dividir o espaço físico com Giovani Guizardi”, afirmou o engenheiro.

 

Edezio Silva também declarou que a sala foi alugada pelo valor de R$ 2,3 mil, mais o condomínio.

 

Por fim, o engenheiro revelou que, por falta de uso, em fevereiro deste ano ele acabou rescindindo o contrato de locação da sala no bairro Santa Rosa.

 

A prisão de Alan 

 

O decreto prisional, segundo apurou a reportagem, teve como base a delação premiada do empresário Giovani Guizardi, que estava preso desde maio e foi solto no início deste mês. 

 

Em sua delação, ele confessou ter integrado o esquema e afirmou que ele e Alan Malouf arquitetaram as fraudes na Seduc. Guizardi disse que Alan investiu R$ 10 milhões na campanha de Taques e, por isso, queria receber o investimento de volta por meio do esquema. 

 

Guizardi contou que era o responsável por cobrar a propina dos empresários que integravam o cartel, no valor de 5% dos contratos e das medições que os mesmos tinham a receber da Seduc. 

 

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Eunicio  15.12.16 11h55
Ta certo convocar e elucidar todos os fatos, mas é bom refletir, o GAECO mandou intimação antes?? Se sim, e o cara não apareceu, ta certo conduzir coercitivamente. Se não, ta errado! O judiciário tem que entender que não pode usar o poder de polícia à bel prazer, mas dentro dos rigores da lei.
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