Cuiabá, Sexta-Feira, 25 de Julho de 2025
MATOU CASAL
16.05.2025 | 17h54 Tamanho do texto A- A+

Juíza: empresário recusou cirurgia após ter domiciliar negada

Justiça manteve a prisão de Carlinhos por entender que ele não está gravemente debilitado

Chico Ferreira/Gazeta

O empresário Carlos Alberto Gomes Bezerra, que matou casal

O empresário Carlos Alberto Gomes Bezerra, que matou casal

THAIZA ASSUNÇÃO
DA REDAÇÃO

A Justiça negou colocar em prisão domiciliar o empresário Carlos Alberto Gomes Bezerra, réu confesso pelo assassinato da ex-companheira Thays Machado e do namorado dela, William Cesar Moreno.

 

Não se verificou a ocorrência de qualquer fato novo ou circunstância relevante que justifique a revisão das decisões anteriores

O crime ocorreu em 18 de janeiro de 2023, no bairro Consil, em Cuiabá. Conhecido como Carlinhos Bezerra, ele é filho do ex-deputado estadual Carlos Bezerra (MDB).

 

A decisão foi assinada pela juíza Ana Graziela Vaz de Campos Alves Corrêa, da 1ª Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher.

 

A magistrada citou que desde que ele foi preso em flagrante, em 19 de janeiro de 2023, a defesa do empresário tenta converter a prisão em domiciliar, sob o argumento de que ele é portador de diabetes e outras doenças que exigiriam tratamento e cirurgias inviáveis no sistema prisional.

 

Ela lembrou que autorizou um pedido anterior, permitindo que Carlinhos fosse submetido a cirurgia oftalmológica para implante de lente intraocular em ambos os olhos.

 

Contudo, segundo a magistrada, ele se recusou a comparecer à unidade médica na data e horário previamente agendados por não ter sido autorizada a prisão domiciliar para a realização do pós-operatório em casa.

 

Os advogados voltaram a pedir a realização da cirurgia, mas mediante a prisão domiciliar, alegando que o empresário não teria condições de se recuperar adequadamente na Penitenciária Ahmenon de Lemos, devido à precariedade da estrutura da unidade.

 

Na decisão, a juíza destacou que não há comprovação inequívoca de que o réu esteja gravemente debilitado por doença grave, nem evidências de que o tratamento necessário não possa ser realizado no sistema prisional. 

 

“Ademais, observa-se que, desde a prolação da decisão constante no documento de identificação nº 175847653, não se verificou a ocorrência de qualquer fato novo ou circunstância relevante que justifique a revisão das decisões anteriormente proferidas por este Juízo. Diante disso, indefiro o pedido formulado pela defesa”, decidiu a magistrada.

 

O crime

 

Thays Machado e William Cesar Moreno foram executados a tiros em frente ao Edifício Solar Monet, em Cuiabá. O casal havia ido até o local, onde reside a mãe de Thays, para deixar um veículo na garagem. Ao saírem na portaria, aguardando um carro de transporte por aplicativo, foram surpreendidos pelo assassino.

 

Segundo a investigação, Carlinhos Bezerra conduzia um Renault Kwid e passou a efetuar diversos disparos contra o casal. As vítimas morreram ainda no local.

 

Laudo da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) apontou que Thays foi atingida por três tiros – dois nas costas e um na altura do quadril. William também foi alvejado três vezes, no braço esquerdo e no tórax. Mesmo ferido, tentou correr, mas caiu na calçada, a poucos metros de Thays.

 

Carlos Alberto se entregou à polícia horas após o crime e confessou os assassinatos. Desde então, está preso preventivamente e responde por duplo homicídio qualificado, com características de feminicídio.

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