Cuiabá, Terça-Feira, 18 de Novembro de 2025
ACUSADA DE GOLPE FINANCEIRO
18.11.2025 | 11h55 Tamanho do texto A- A+

Justiça aponta risco no parto e retira tornozeleira de empresária

Alvo da Operação Cleópatra, Taiza Tosatt Eleotério teve a prisão domiciliar revogada por estar grávida

Reprodução

Taiza Tossat Eleotério da Silva (detalhe), proprietária da DT Investimentos, ré por suspeita de golpe financeiro

Taiza Tossat Eleotério da Silva (detalhe), proprietária da DT Investimentos, ré por suspeita de golpe financeiro

ANGÉLICA CALLEJAS
DA REDAÇÃO

A Justiça de Mato Grosso revogou a prisão domiciliar da empresária Taiza Tosatt Eleotério da Silva, acusada de um esquema de pirâmide financeira que teria lesado diversas vítimas de todo o País, e determinou a retirada imediata da tornozeleira eletrônica. Ela está grávida. 

 

Cumpriu fielmente a prisão domiciliar durante meses e que sua condição de saúde exige cuidados especiais, além de vedar o uso da tornozeleira no parto

A decisão é do juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, e foi publicada na última semana. 

 

Taiza foi presa no dia 31 de outubro do ano passado, e ficou detida na Cadeia Feminina de Colíder até fevereiro deste ano. Ela foi alvo da Operação Cleópatra, deflagrada pela Decon (Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor).

 

A defesa alegou que Taiza está prestes a entrar em trabalho de parto e apresentou atestado médico indicando que o equipamento poderia causar riscos durante o procedimento, como problemas de circulação, inchaço dos membros inferiores e interferência em aparelhos hospitalares.

 

O Ministério Público Estadual (MPE) deu parecer favorável ao pedido, destacando que a acusada vinha cumprindo todas as condições impostas e comparecendo a todos os atos do processo.

 

Na decisão, o magistrado destacou que a empresária "cumpriu fielmente a prisão domiciliar durante meses" e que sua condição de saúde exige cuidados especiais, além de vedar o uso da tornozeleira no parto.

 

Ele ressaltou ainda que deve prevalecer o princípio do melhor interesse da criança, considerando o estágio avançado da gestação.

 

O juiz também citou entendimento de tribunais sobre a necessidade de remoção do monitoramento eletrônico em gestantes em situação de risco, reforçando o princípio da dignidade da pessoa humana.

 

Apesar da revogação da prisão domiciliar, o juiz manteve outras medidas cautelares, como comparecimento mensal em juízo, proibição de sair da comarca e suspensão do passaporte. A empresária também continua proibida de usar redes sociais ou participar de grupos de mensagens.

 

O suposto esquema

 

Conforme a investigação da Decon, Taiza seria a líder do suposto esquema criminoso, no qual já foram oficialmente identificadas dezenas de vítimas e um prejuízo de ao menos R$ 2,5 milhões.

 

Entretanto, o MidiaNews apurou que a maioria das vítimas preferiu não registrar boletim de ocorrência contra a empresária. O número de lesados, conforme fonte da reportagem, pode chegar a 100 pessoas, que juntas teriam perdido mais de R$ 15 milhões. 

 

Entre 2021 e 2022, o escritório da DT Investimentos funcionou no Edifício Helbor Business, no Bairro Alvorada, na Capital. Taiza se apresentava como proprietária, enquanto seu ex-marido, o ex-policial federal Ricardo Mancinelli Souto Ratola, e o cirurgião-geral Diego Rodrigues Flores, se apresentavam como seus sócios.

 

Ricardo e Diego também foram alvos da Operação Cleópatra, e tiveram cumpridos contra eles mandados de busca e apreensão, bloqueios de bens e valores e suspensão de atividades econômicas de empresas.

 

Na operação, entretanto, somente Taiza foi presa, por mandado, e seu marido pelo flagrante com materiais ilícitos. 

 

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