Cuiabá, Sábado, 27 de Setembro de 2025
AUMENTOS ABUSIVOS
12.05.2023 | 12h20 Tamanho do texto A- A+

MPE aciona Justiça para barrar reajuste do IPTU em Chapada

Lei aprovada em dezembro do ano passado altera os valores da planta genérica no Município

MidiaNews

O procurador-geral de Justiça de Mato Grosso, Deosdete Cruz Junior

O procurador-geral de Justiça de Mato Grosso, Deosdete Cruz Junior

CÍNTIA BORGES
DA REDAÇÃO

O procurador-geral de Justiça, Deosdete Cruz Junior, ingressou com uma ação direta de inconstitucionalidade contra a lei que aumentou o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) em Chapada dos Guimarães (a 72km de Cuiabá) de 2023.

 

A ação foi encaminhada desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, no início desta semana.

 

A legislação que alterou a planta genérica da cidade foi aprovada pela Câmara Municipal em dezembro do ano passado, a exemplo do que aconteceu em Cuiabá, onde a legislação semelhante já foi derrubada.

 

Segundo o MPE, em Chapada houve logradouros em que a planta genérica, na qual a Prefeitura se baseia para calcular o IPTU, sofreu aumento de até 1000%.

 

É o exemplo de imóveis no Bairro Aldeia Velha. Em dos casos, o valor unitário por metro quadrado na Rua Guanús passou de R$ 10,56 para R$ 120.

 

O chefe do MPE ainda cita como exemplo imóveis na Rua Almeida Modesto, no Bairro Bom Clima, cujo maior valor por metro quadrado da região passou de R$ 35,24 para R$ 200, um aumento de 467%.

 

A primeira parcela e cota única do IPTU em Chapada vence no dia 31 de maio.

 

“Inegável prejuízo”

 

O procurador-geral apontou que a legislação eleva o IPTU “de forma drástica e que não corresponde à realidade fática do País”, que está em um momento de grave crise econômica pós-pandemia da Covid-19.

 

Ele pede urgência na análise do pedido, sob risco de “efeito de confiscatório” e “inegável prejuízo” à população chapadense.

 

“O risco da demora apto a demonstrar a necessidade do deferimento da cautelar está justamente na aplicação de regramento inconstitucional, que impõe cobranças de tributos de forma absolutamente desproporcional, com efeito confiscatório e inegável prejuízo aos contribuintes, pegos de surpresa com uma lei criada no final do ano de 2022”, argumento.

 

O efeito confiscatório, citado pro Deosdete, é vedado pela Constituição Federal, que proíbe os entes federativos de penalizar a população com cargas tributárias elevadas.

 

O chefe do MPE ainda argumentou que, caso a lei não seja derrubada, "trará enorme impacto social e terá, em verdade, efeito contrário ao pretendido pela municipalidade, dado que a súbita mudança dos valores implicará, na prática, vultuosa inadimplência, eis que a população brasileira [...] encontra-se em sensível situação financeira".

 

Deosdete já ingressou com ações de inconstitucionalidade – e conseguiu derrubar – as legislações que aumentaram o IPTU em Cuiabá e Várzea Grande este ano.

 

Entre no grupo do MidiaNews no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).




Clique aqui e faça seu comentário


COMENTÁRIOS
2 Comentário(s).

COMENTE
Nome:
E-Mail:
Dados opcionais:
Comentário:
Marque "Não sou um robô:"
ATENÇÃO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do MidiaNews. Comentários ofensivos, que violem a lei ou o direito de terceiros, serão vetados pelo moderador.

FECHAR

Marta   12.05.23 17h11
CHAPADA precisa de asfalto, rede de esgotos, mas agora teremos uma praça que está custando 15 milhões. Patrimonio histórico se deteriorando, mas teremos Praça!
6
0
Lisandro Peixoto Filho  12.05.23 14h42
Parabéns ao MPE! Planilha de custo parece coincidência na causa , que planta genérica com valores absurdos do IPTU Cuiabá, V. Grande e Chapada. Chapada nos bairros citados Bom Clima e Aldeia Velha maioria das ruas não existem qualquer ação publica como asfalto e saneamento básico quanto a rede regular de abastecimento de água, rede pluvial e de tratamento de esgoto.
8
1