TRT mantém reintegração de bancário demitido pelo BB

O Tribunal Regional do Trabalho de Mato Grosso (TRT-MT) manteve a reintegração de um funcionário do Banco do Brasil que foi vítima de ataque a banco, sendo refém de bandidos, na cidade de Campo Novo do Parecis (396 km a Noroeste de Cuiabá).

O bancário havia se afastado das funções com licença médica, após o trauma do assalto e o banco o demitiu neste período. A manutenção da reintegração foi aprovada neste mês de abril.

Após ação da juíza Roseli Moses Xocaíra, sua reintegração foi determinada em setembro de 2011, e o bancário voltou a atuar na agência de Campo Novo, onde estava anteriormente lotado. O bancário estava no período de estágio probatório e, após ser vítima de assalto e se afastar por questões psicológicas, o banco o demitiu, com a justificativa de não atender as expectativas da instituição.

O Sindicato dos Bancários de Mato Grosso atuou no âmbito jurídico para que o bancário fosse reintegrado. Além de sofrer com os traumas pós assalto, onde o funcionário ficou até sob mira dos bandidos e levado como refém, o trabalhador também sofreu com a demissão do banco sem justificativa plausível.

O bancário entrou com uma ação de dano moral e o Banco do Brasil foi condenado a pagar R$ 100 mil ao trabalhador. O entendimento do TRT/MT foi que os estabelecimentos bancários respondem objetivamente pelos danos causados aos empregados em virtude de assaltos.

De acordo com o secretário de Assuntos Jurídicos do sindicato e funcionário do Banco do Brasil, Alex Rodrigues, o TRT reafirmou que o Banco do Brasil agiu de forma arbitrária e que deve se reavaliar em sua gestão de pessoas.

 “A Justiça deixou claro que o direito do trabalhador deve ser respeitado. Além de ser vítima do assalto, o trabalhador teve que lidar com o trauma de ser mandado embora. Ao invés de apoiar o bancário, o banco preferiu humilhar o bancário e deixar sua estima em baixa. Uma empresa como o Banco do Brasil deveria saber como gerir pessoas”, disse Rodrigues.

Para o presidente do sindicato, Arilson da Silva, o Banco do Brasil deve atuar investindo em segurança e não punir os trabalhadores que são vítimas de assaltos. “O banco deve priorizar as pessoas, valorizar seus funcionários e a população. A decisão do TRT só reforçou a nossa luta pelos direitos dos trabalhadores. Esta postura do banco é absurda”, afirmou. 

Outro caso

Mesmo com a decisão do TRT-MT, o Banco do Brasil continua desrespeitando seus funcionários. Outro bancário lotado em uma agência de Cuiabá foi demitido neste mês de abril, mesmo estando de licença saúde.

O sindicato está atuando para que o bancário não seja mais uma vítima do desrespeito do banco.