Cuiabá, Domingo, 17 de Agosto de 2025
RENATO DE PAIVA PEREIRA
17.08.2025 | 05h30 Tamanho do texto A- A+

Bullying

Deveria haver uma punição severa para os pais de que cometem este crime

Palavras usadas para definir sentimentos e relatar sintomas às vezes podem causá-los. Veja o caso do termo estresse, que entrou no uso popular do país há uns 20 ou 30 anos.

 

Defendo com fervor o combate ao preconceito, ao etarismo e ao assédio em todas as suas formas e manifestações

Antes dele, encarávamos cansaço, tédio ou mau humor como estados normais e passageiros, insuficientes para justificar faltas ao trabalho ou à escola.

 

Aí, um dia, copiamos do inglês a palavra estresse (stress) que passamos a usar na definição de cansaço, desânimo, apatia, mas também para justificar preguiça ou malandragem e tirar alguma vantagem.

 

Do estresse para a depressão foi um pulo. A tristeza, desânimo, sensação de infelicidade ou desalento, ainda que passageiros, passaram a ser chamados de depressão e tratados como tal.

 

Um pouco depois, adicionamos a palavra LER (lesão por movimentos repetitivos), nome novo para um mal antigo, que no passado raramente afastava alguém de suas obrigações. Incorporada a palavra, foi uma fila aos ortopedistas e consequentes ausências do serviço.

 

Os estressados e os acometidos por LER abusaram dos atestados médicos para encobrir a malandragem, a indolência e a preguiça.

 

Copiamos, também do inglês, a palavra bullying, que no original define um tipo de agressão física ou psicológica intencional e recorrente.

 

Distorcida, ela está servindo para qualificar qualquer brincadeira feita entre adolescentes ou crianças, que de alguma maneira desagrada a pessoa atingida pelo gracejo. Essa afirmação não atenua a malignidade do bullyng verdadeiro. Este sempre existiu nas escolas, mas muitas vezes não foi tratado com a severidade que merece. 

 

Ainda temos as palavras: discriminação, assédio, etarismo, homofobia ou transfobia e racismo.

 

A tal da discriminação ficou tão popular que se atribui a ela qualquer insucesso na vida social, no emprego ou na escola. Uns se acham discriminados porque são negros, outras dizem que foram preteridas por serem mulheres. Há os que se dizem prejudicados por pertencerem ao grupo LGBTQIA+, ou por frequentarem  tal ou qual religião, sem falar dos idosos que acham que não estão recebendo atenção por conta desta condição.

 

O assédio, que originalmente, significava somente cercar ou importunar (sexualmente), a partir deste século, impulsionado por debates trabalhistas e pela difusão de conceitos internacionais, passou a designar qualquer conduta reiterada que constranja, intimide ou pressione.

 

A palavra da vez é woke O “movimento woke” que surgiu nos EUA significa literalmente acordado. Era usada (a palavra) entre os afro-americanos para mostrar a revolta contra desigualdades, discriminação e violações de direitos. Mas seus seguidores, estenderam de tal forma a ação e abrangência desta teoria identitária que despertou o atual movimento “anti-woke”, que começa a alastrar-se pelo mundo.

 

Defendo com fervor o combate ao preconceito, ao etarismo e ao assédio em todas as suas formas e manifestações. Também repudio a transfobia, a misoginia, o racismo e concordo que seus praticantes sejam tratados como criminosos que são.

 

Parece-me, entretanto, que destes, o pior é o bullyng por atingir crianças e adolescentes quando eles mais precisam de acolhimento. Deveria haver uma punição severa para os pais dos garotos e garotas que cometem este crime e um esforço das escolas para diferenciá-lo de uma simples “zoada”, comum entre a molecada.

 

Renato de Paiva Pereira é empresário e escritor. 

 

*Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do MidiaNews. 

 

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