É triste e vexatório, mais uma vez, ter que fazer alusão a um dos atos mais insanos e vergonhosos da humanidade: a barbárie.
O termo remete a comportamentos ou práticas extremamente cruéis, brutais e desumanas, contrários a qualquer princípio ético e moral que sustente uma sociedade civilizada.
A violência no Brasil tornou-se tão recorrente e brutal que parece não haver limites para a bestialidade de alguns indivíduos, especialmente quando as vítimas são mulheres.
O país assiste, estarrecido, ao avanço de uma cultura de agressão, marcada pela impunidade e pela omissão do poder público.
Crise moral e institucional.
Vivemos hoje atônitos diante do elevado índice de corrupção e do desmando que assolam o Brasil. O atual governo mostra-se gastador e descontrolado com as finanças públicas, e essa instabilidade atinge também o setor privado.
Um exemplo é o caso do Banco Master, que enfrenta um rombo bilionário estimado em R$ 12 bilhões, resultado de práticas fraudulentas e gestão temerária.
Enquanto escândalos como esse dominam o noticiário, temas de urgência social, como a violência contra a mulher, acabam sendo relegados a segundo plano, quando na verdade, deveriam ser pauta permanente de Estado e de sociedade.
O caso que chocou o país.
O episódio mais recente e revoltante ocorreu em São Paulo, no dia 30 de novembro, quando Douglas Alves da Silva, de 26 anos, atropelou sua ex-esposa Tatiana Souza Santos, de 30 anos.
Não satisfeito, o agressor passou a arrastá-la por dezenas de metros na Marginal Tietê, como se protagonizasse um desfile macabro.
O resultado foi devastador: Tatiana teve as duas pernas amputadas.
A cena, registrada por câmeras e testemunhas, chocou o país pela sua brutalidade e desumanidade. Um verdadeiro ato de barbárie, a personificação da maldade e do desprezo pela vida.
Falência da segurança pública
Ao citar o governo, faço referência direta à ausência de investimento sério em segurança pública, setor que há tempos agoniza em meio a políticas falidas e à falta de prioridade.
O modelo atual, marcado pela lógica do “prende e solta”, permite que criminosos perigosos voltem rapidamente às ruas, expondo a população e, em especial, as mulheres, a um ciclo interminável de violência.
Vozes que resistem.
Poucos parlamentares têm demonstrado preocupação genuína com essa causa. Em Mato Grosso, a deputada estadual Janaina Riva (MDB) tem sido uma das exceções.
Pois, além de empunhar a bandeira da defesa das mulheres, foi uma das primeiras vozes a se manifestar com indignação diante desse crime hediondo, dando rosto e voz à vítima e denunciando a banalização da violência de gênero.
Enquanto isso, a maioria dos políticos parecem mais empenhados em garantir reeleições e acordos de bastidores do que em enfrentar problemas que destroem famílias e ceifam vidas.
Reflexão final.
Vivemos tempos sombrios. A barbárie não é mais uma exceção, tornou-se rotina.
E quando o Estado se mostra incapaz de proteger seus cidadãos, especialmente as mulheres, estamos diante de um colapso ético e civilizatório.
Pare o mundo, quero descer!
Licio Antonio Malheiros é jornalista e geógrafo.
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1 Comentário(s).
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| ANA LUZIA TIMO MANFIO 03.12.25 08h01 | ||||
| PENA DE MORTE PRA FEMINICÍDIO; QUEM MATA MULHER MATA HOMEM TAMBÉM! | ||||
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