Cuiabá, Terça-Feira, 17 de Junho de 2025
LOTERIA ESTADUAL
06.04.2012 | 11h10 Tamanho do texto A- A+

Arrecadação poderá chegar a R$ 40 milhões em MT

Toco Palma, presidente da Lemat, explicou como funcionará o sistema

MidiaNews

O presidente da Lemat, Toco Palma, cuja expectativa de arredação é positiva

O presidente da Lemat, Toco Palma, cuja expectativa de arredação é positiva

ANA ADÉLIA JÁCOMO
DA REDAÇÃO

A Loteria do Estado de Mato Grosso (Lemat) será reativada este ano. O governo planeja lançar o edital de licitação no próximo mês e, até junho, a empresa vencedora já poderá explorar a atividade.

Segundo estimativas ainda não oficiais, a arrecadação poderá chegar a R$ 40 milhões no segundo ano de funcionamento da loteria.

O governador Silval Barbosa (PMDB) baixou um decreto, recentemente, regularizando a autarquia, que terá três diretores, o administrativo financeiro, assessor, diretor de loteria e um presidente. Após a concessão, eles deverão fiscalizar, editar normas e monitorar as modalidades de loterias que serão implantadas.

Segundo o presidente da Lemat, Manoel Antônio Garcia Palma, o Toco Palma, em todos os municípios do Estado em que houver mais de 10 mil habitantes o jogo poderá ser implantado.

Palma afirmou que o governador Silval encomendou uma pesquisa, em 2010, e 84% da população se mostrou favorável à implantação da Lemat, enquanto apenas 15,2% são contra.

O estudo também apontou que a Caixa Econômica Federal arrecadou R$ 120 milhões em jogos naquele ano. Desse montante, R$ 2,5 milhões voltaram para o Estado, em forma prêmios que comtemplaram mato-grossenses.

Com esse dado, segundo Toco Palma, o governo ganhou forças para implantar a lei nº 8651, criada pelo presidente da Assembleia Legislativa José Riva (PSD), em 2007.

Riva propôs a volta da Lemat. “No Brasil, com a Mega Sena da virada, a Caixa arrecadou R$ 9 bilhões em apostas. Por isso, o governador se animou para abrir uma loteria estadual”, disse Palma.

Fundo Social

A Lemat foi criada em 1953. Nessa época, ela também era terceirizada, mas na década de 80 ganhou força e o Estado voltou a assumir a exploração dos jogos. Pouco tempo depois, a loteria foi suspensa e só agora, com a concessão, ela voltará a atuar.

Para Toco Palma, a importância dos jogos se dá pelo fato de Silval ter estipulado cláusulas claras, que obrigam a empresa vencedora do certame adestinar 7% da renda líquida para a pasta de Esportes, 3% para o Fundo Social e 8% à Lemat, ou seja, para que a estrutura seja mantida.


Raspadinha

O modelo a ser adotado será o mesmo da Caixa Econômica Federal, nas modalidades: convencional (Loteria), instantânea (Raspadinha) e prognóstica (Mega Sena).

Os pontos de venda ainda não foram definidos, mas Toco Palma disse que a Loteria Estadual não poderá ser vendida nas casas lotéricas federais. Contudo, os proprietários das mesmas lotéricas poderão concorrer no certame.

Apesar de não dizer como os bilhetes serão vendidos, o presidente cita alguns exemplos de outras capitais, como Minas Gerais, que, segundo ele, não tem pontos de loja, apenas uma sede. No Rio de Janeiro, ao contrário, é vendido em bancas de revistas, online e em qualquer lugar público, como bares e restaurantes.

“Aqui nós vamos fazer um acordo com a CDL (Câmara de Dirigentes Logistas) para vendermos em lojas, mas isso ainda será finalizado no edital e vamos debater melhor esse assunto em uma audiência pública que haverá em abril. Essa audiência vai discutir todos esses detalhes práticos”, disse Toco.

Investimentos

A concessão dos serviços será de 10 anos, podendo ser prorrogável por mais cinco.

As empresas que demonstrarem interesse no novo nicho de mercado, terão que começar o investimento do “zero”.

O presidente da Lemat explicou que a empresa vencedora precisará desembolsar cerca de R$ 15 milhões para começar a operar. O lucro, no primeiro ano de trabalho, deve girar em torno de R$ 7 milhões e, no segundo, pode chegar a R$ 15 milhões.

“O Estado não vai investir em nada, quem for vencedor do certame vai investir sozinho. É de responsabilidade de a concessionária investir em publicidade, divulgar a loteria, bem como consolidar a credibilidade da loteria do Estado, que deverá ser aprovada pela Lemat e pela Secom, não podendo promover o nome da concessionária”, pontuou Palma.

Premiação

O valor unitário de jogo ainda não foi definido, mas as premiações deverão ser equivalentes a 46% do total de faturamento bruto obtido.

 “Na Caixa, eles trabalham com 36%. O nosso tem um percentual bem maior. Se a empresa arrecadar R$ 100 mil, 46% fica para a premiação. Depois tira 3% para o Fundo Social, 6% para o desporto e 8% pra Lemat. Vai sobrar 36% para a concessionária. Ela deverá pagar os custos e tirar o lucro desse montante”, explicou o presidente.

“A empresa tem que dar garantias de que vai pagar o prêmio. São apenas 18 estados do Brasil que podem ter loteria”, salienta ele.

Para animar os possíveis empreendedores, o presidente citou como exemplo uma inovação feita no Rio de Janeiro. Lá, eles lançaram a “Raspadinha UFC”.

A tiragem foi de 3 milhões de unidades e, segundo Toco, venderam 2,4 milhões de bilhetes.

“Se a concessionária quiser vender uma série especial da Copa do Mundo em Mato Grosso vai poder fazer. Aqui, as vendas vão ajudar muito no social e no esporte. As pessoas que comprarem, além de concorrerem a prêmios financeiros interessantes, ainda irão ajudar a própria cidade”, afirmou.

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8 Comentário(s).

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Jlmota  07.04.12 00h11
Depois de toda história com o Cacheira e cia ainda acreditam que isso é viável? Legalização da roubalheira e da corrupção... Lemat vai nos matar!
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Marcelo  06.04.12 20h13
Engraçado... Existem milhares de funcionários públicos, que agora passaram a trabalhar menos ainda... com sálário na maioria das vezes bem maior que "mereceriam" na iniciativa privada e tudo o que o governo faz, tem que ter um terceirizado para gerir... vide MT Saúde, OSS's, agora a loteria... será que não existem pessoas capacitadas para gerir nada neste estado?
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Roberto Marques   06.04.12 19h33
Isso nao vai durar muito. Esse povo sabe que o Supremo Tribunal Federal tem jurisprudencia firmada poibindo essas lotecas estaduais.
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Alexandre Candido  06.04.12 17h18
As criança que estão no segundo ano de educação basica do estado não sabe ler polissilabas e não dominan as operações matematicas com numeros de dezenas. A saude tem hospital regional como de sorriso no caos. A segurança Publica registra latrocinicios e homicideos... mas esse governo de desgoverno insiste em copa do mundo e agora "Lemat"
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joão  06.04.12 15h50
Caro Edmar Roberto Prandini O objetivo de se instituir a LEMAT não tem como objetivo o financiamento da prestação de serviço, para isto já existem muitos impostos, na verdade é apenas mais uma forma de se arrecadar recursos sem o incômodo gerados pela fiscalização do MP e do TCE, portanto, não pense vc que essas questões já não foram pensadas. Mesmo assim, acredito que o empreendimento será um sucesso, pois vai facilitar a vida dos políticos que não precisarão lançar mão de atitudes criminosas para financiar suas campanhas, basta que tenham a lealdade do bicheiro que arrematar a jogatina. Ah ia me esquecendo, apesar do Cachoeira e do Arcanjo estarem fora do páreo, ainda existem muita gente boa com as quais ainda se pode contar para estar à frente do negócio.
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