Mendes critica Alcolumbre por travar impeachment: “Autoritário”

O governador Mauro Mendes (União) disse ser “autoritária” a postura do presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União-AP), de se negar a pautar o pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

Quando ele diz que mesmo que 81 senadores aceitarem o impeachment, ele não vai pautar. Quer dizer, isso é autoritarismo

A ala bolsonarista do Congresso Nacional tem se mobilizado ao longo das últimas semanas para coletar assinaturas suficientes para a abertura do processo.

Porém, em uma declaração recente, Alcolumbre afirmou que nem com a assinatura de todos os senadores ele iria levar adiante o pedido de impeachment contra Moraes.

“Eu vi uma declaração do presidente Alcolumbre hoje e me preocupou. Quando ele diz que mesmo que 81 senadores aceitarem o impeachment, ele não vai pautar. Quer dizer, isso é autoritarismo. Como é que quer condenar alguém quando se age dessa forma?”, questionou.

Os pedidos de impeachment de Alexandre de Moraes não são novos, mas a pauta voltou a esquentar entre os parlamentares da direita após as últimas decisões do ministro contra o ex-presidente, Jair Bolsonaro (PL).

As lideranças políticas acusam Moraes de extrapolar suas funções constitucionais e de atuar de forma autoritária. Eles alegam que já têm 41 assinaturas para abertura do processo.

A tensão em Brasília aumentou esta semana com senadores da direita ocupando a Mesa Diretora para travar os trabalhos na intenção de pressionar Alcolumbre a pautar o impeachment.

No entanto, o presidente da Casa afirmou aos parlamentares que não iria “ceder à chantagens”.

Se mostrando preocupado com o aumento da tensão no Congresso Nacional e uma crise eminente no Brasil, Mendes rechaçou a atitude do líder do Senado.

“Não podemos aceitar, sob hipótese alguma, sob o pretexto de defender a democracia, tolerar o autoritarismo. E me parece que isso está acontecendo hoje no Brasil”.

“As coisas do governo federal não andam bem. Nós temos uma dívida interna gigantesca, o da previdência é alto, o déficit fiscal continua crescendo nesse país, enquanto isso nós estamos discutindo coisas que não vão resolver os nossos mais graves problemas”, disse.

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