Cuiabá, Terça-Feira, 9 de Dezembro de 2025
FRAUDE NA SEDUC
13.12.2016 | 08h18 Tamanho do texto A- A+

“Novas fases podem surgir envolvendo personagens com foro”

Promotor Marco Aurélio não descarta novas fases de operação em razão da delação de Giovani Guizardi

MidiaNews

O coordenador do Gaeco, promotor Marco Aurélio, que prevê novas fase de operação

O coordenador do Gaeco, promotor Marco Aurélio, que prevê novas fase de operação

AIRTON MARQUES E THAIZA ASSUNÇÃO
DA REDAÇÃO

O coordenador do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), promotor de Justiça Marco Aurélio de Castro, afirmou que a delação do empresário Giovani Guizardi, dono da Dínamo Construtora, pode acarretar em novas fases da Operação Rêmora envolvendo, até mesmo, investigados com foro privilegiado.

 

Na tarde desta segunda-feira (12), o empresário prestou depoimento no Fórum da Capital em ação penal relativa às investigações sobre o suposto esquema de propina e fraudes em licitações da Secretaria de Estado de Educação (Seduc). A audiência foi conduzida pela juíza Selma Arruda, da Vara Contra o Crime Organizado da Capital.

 

“Novas fases podem surgir, inclusive envolvendo personagens com foro. Tudo depende das provas e do contexto que se tem uma delação, com base no que já pré-existe. Esse é o cenário que a gente trabalha", afirmou o promotor.

 

Novas fazes podem surgir, inclusive envolvendo personagens com foro. Tudo depende das provas e do contexto que se tem uma delação, com base com o que já pré-existe

“Em uma operação nós sabemos como começa, mas não como termina. A Rêmora é um exemplo disso. Tivemos a primeira fase com a prisão de alguns personagens, sem o envolvimento do então secretário de Educação. O Permínio [Pinto] não entrou nessa fase, pois não tínhamos elementos para dizer que ele participava. Outras fases podem surgir e novos indivíduos podem ser colocados ao polo passivo das demandas”, completou.

 

De acordo com Marco Aurélio, o empresário confirmou em seu depoimento o que já havia relatado ao Gaeco, em sua delação.

 

 

Guizardi – que estava preso desde maio deste ano e foi solto no início do mês - confessou ter integrado o esquema e deu detalhes das tratativas, apontando o empresário Alan Malouf, o ex-secretário Permínio Pinto (atualmente preso) e o deputado estadual Guilherme Maluf (PSDB) como os principais beneficiários das propinas.

 

À juíza, ele confirmou os fatos e disse que foi ele próprio quem montou o esquema e definiu os percentuais destinados ao membro do grupo. Segundo o empresário, o esquema visava recuperar os R$ 300 mil investidos por ele e os R$ 10 milhões investidos pelo empresário Alan Malouf na campanha do governador Pedro Taques (PSDB).

 

"Alan ficava com 25%, o Guilherme Maluf com 25%, Permínio com 25%, eu com 10%, Fabio Frigeri e Wander com 5%". 

 

Ele também afirmou que Permínio Pinto era o líder do esquema e "mandava e desmandava" na secretaria. Em seu depoimento, Guizardi ainda citou que um dos depósitos do esquema beneficiou o deputado federal Nilson Leitão (PSDB).

 

Taques e Leitão citados

 

O coordenador do Gaeco também disse que não deve encaminhar o depoimento de Guizardi à Procuradoria Geral da República (PGR), como foi realizado com sua delação.

 

A colaboração do empresário foi enviada à PGR por citar os nomes do governador Pedro Taques e do deputado federal Nilson Leitão.

 

No entanto, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, decidiu não instaurar inquérito contra os políticos por falta de indícios.

 

“Nesses autos eu não vejo necessidade de nova remessa. Eu sempre reafirmo que delação não é prova, mas caminho de prova. Se a procuradoria entendeu assim, ela abre uma clausula de que nada será feito até que não se altere o cenário. Não vi que o cenário se alterou”, esclareceu.

 

“Ele foi exatamente fidedigno ao que já havia sido dito para nós e que foi encaminhado a PGE [Procuradoria Geral do Estado]. É obvio que se tivermos outros elementos de prova, além do depoimento dele, será encaminhado em um momento oportuno”, pontuou.

 

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