LAÍSE LUCATELLI
DA REDAÇÃO
A articulação em torno da candidatura do senador Pedro Taques (PDT) ao Governo de Mato Grosso avança na base de apoio do parlamentar, de tal forma que a definição de um nome para uma eventual candidatura de vice-governador já entrou na pauta de discussão.
A um ano e meio das eleições, o nome do ex-prefeito de Lucas do Rio Verde (354 km ao Norte de Cuiabá), Marino Franz, surge como o cotado para a vaga.
Marino está de malas prontas para sair do PPS e se filiar ao PSDB – com o aval do principal líder do PPS, o prefeito de Rondonópolis, Percival Muniz.
Nos bastidores, os comentários são que o ex-prefeito, ao migrar de partido, consolidaria uma aliança entre PSDB e PDT com vistas à disputa majoritária, na condição de candidato a vice.
O presidente regional do PDT, deputado estadual Zeca Viana, informou que as conversações visando a uma aliança com os tucanos estão adiantadas.
“Estamos bem próximos do PSDB, e a construção dessa aliança está bastante avançada. Eles [tucanos] sinalizaram positivamente para a possibilidade de apoiar o senador Taques para o Governo, e vamos aprofundar os diálogos para consolidar esse apoio”, disse o parlamentar.
Ao ser questionado sobre a negociação para o ex-prefeito de Lucas assumir a candidatura de vice-governador, Viana não negou.
“O Marino, com certeza, é um ótimo nome para vice. E o Pedro Taques precisa ter como vice uma pessoa com esse perfil, que venha do agronegócio. Porém, é cedo para definir isso e qualquer partido que estiver conosco terá a prerrogativa de indicar um vice. Então, caberá às cabeças pensantes do grupo escolher quem estiver mais habilitado, e puder somar mais”, disse.
O ex-prefeito, porém, negou os planos e disse que sequer pretende ser candidato em 2014.
Marino Franz contou que deixou o PPS em função de o partido estar encolhendo em Mato Grosso. “O PPS ficou muito sozinho e está fragilizado. Devo oficializar a mudança de partido em cerca 15 dias. Mas, não estou indo para o PSDB para ser candidato. Meu compromisso com o Nilson Leitão [presidente regional do partido] é contribuir para fortalecer a legenda no Norte do Estado, em um projeto que o PSDB tem para Mato Grosso”, disse.
“Eu fiquei oito anos como prefeito e, antes disso, quatro como vice-prefeito. Então, preciso de um tempo para me dedicar aos meus negócios. Quero ficar uns dois ou três aos longe de mandato”, completou.
Aliança de oposição A eventual candidatura de Pedro Taques pode representar a formação de uma grande aliança de oposição ao Governo Silval Barbosa (PMDB) e seus aliados.
Além do PSDB, o PDT pretende buscar, também, o apoio DEM dos irmãos senador Jaime e deputado federal Júlio Campos – que já demonstrou disposição em apoiar Taques em 2014 (Leia
AQUI) – e o PTB do ex-prefeito de Cuiabá, Chico Galindo.
“É prematuro falar essas coisas agora. Mas, se as eleições fossem neste ano, o processo estaria bem avançado, quase definido, no contexto de uma grande aliança com os partidos que não apoiam o atual Governo. Eu acho que é muito viável a formação de um bloco como esse, até o ano que vem”, disse o presidente regional do PDT, Zeca Viana.
Além disso, o deputado sonha com o apoio do PR e do senador Blairo Maggi, apesar de os republicanos estarem na base do governo Silval (Leia
AQUI).
O dirigente quer assegurar, também, o apoio do bloco denominado movimento Mato Grosso Muito Mais, que reúne o PDT, o PPS, o PSB e o PV, e está unido desde 2010.
No entanto, o grupo caminha para um rompimento, já que o PSB está em um movimento de aproximação com o PSD de José Riva, e consequente afastamento do PDT.
A possibilidade de uma aliança nacional entre as duas siglas, para dar sustentação à candidatura de Eduardo Campos (PSB-PE) à Presidência da República, também contribui para a insegurança quanto ao apoio do PSB a Taques.
“Eu não posso falar pelo PSB. Sem dúvida, a nossa expectativa é de que o Mato Grosso Muito Mais continue junto, agregando ainda partidos como DEM, PSDB, PTB etc. Mas, não sei dizer quais são as intenções do presidente do PSB, deputado Valtenir”, disse.
“O que eu sei é que, se eles não apoiarem o Taques, vai haver um racha interno. Muita gente do partido quer estar conosco, como a deputada Luciane Bezerra, que está planejando sair do PSB. Há grandes chances de ela vir para o PDT, mas ela não é a única que ficará descontente”, completou Viana.