LAÍSE LUCATELLI
DA REDAÇÃO
A um ano e meio da campanha eleitoral de 2014, o cenário para a disputa ao Governo do Estado está afunilado em torno de dois senadores e um deputado estadual.
Até o momento, Blairo Maggi (PR), Pedro Taques (PDT) e José Riva (PSD) são os nomes mais lembrados para entrar na disputa.
Os líderes do PR em Mato Grosso são unânimes em afirmar que o ex-governador é candidatíssimo a retornar para o governo, apesar de o próprio Maggi evitar comentar o assunto publicamente.
O senador se diz satisfeito em Brasília, e até começou a articular para assumir um ministério no Governo Dilma Rousseff (PT).
Os republicanos, porém, não se deixam abater pelas evasivas, e têm afirmado, com cada vez mais frequência, que Maggi disputará a sucessão do governador Silval Barbosa (PMDB).
A campanha em torno de José Riva é mais discreta, e o próprio deputado diz que não pretende mais disputar nenhuma eleição. Entre os líderes do PSD, o mais entusiasmado é o vice-governador Chico Daltro, que não perde a oportunidade de lançar o presidente da Assembleia Legislativa como candidato a governador.
Enquanto Maggi e Riva negam qualquer interesse em disputar o cargo máximo do Estado nas próximas eleições, Taques já está trabalhando abertamente com vistas a reforçar seu nome para a disputa.
Em entrevistas, o senador pedetista diz que é cedo para discutir a questão, e não afirma que será candidato em 2014. Porém, ele admite que a possibilidade existe, e a considera natural.
Prós e contrasBlairo Maggi tem a seu favor o fato de ter deixado o governo em 2010 com grande aprovação popular, o mérito de ter conseguido trazer a Copa do Mundo a Cuiabá e a penetração no interior do Estado. Além disso, o republicano possui prestígio em Brasília, circula com facilidade no Palácio do Planalto e é visto com bons olhos pela presidente Dilma.
Contra ele pesa, principalmente o escândalo que estourou no final do seu mandato, do superfaturamento de R$ 44 milhões na compra de máquinas pesadas e caminhões pelo Governo do Estado do programa Mato Grosso 100% Equipado – o chamado “Escândalo dos Maquinários”.
A favor do deputado José Riva está, principalmente, sua popularidade no interior do Estado e a força política. Ele conseguiu eleger o presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), o prefeito de Juscimeira, Chiquinho do Posto, e a presidente da União das Câmaras Municipais de Mato Grosso (Ucmmat), a vereadora por Colider Ismaili Donassan – ambos pertencentes ao PSD.
A principal dificuldade de Riva é a rejeição na Capital e na Baixada Cuiabana – que o deputado pretende reverter por meio do seu genro João Emanuel (PSD), presidente da Câmara de Cuiabá – e a possibilidade de ser condenado em algum processo e se tornar ficha-suja.
Pedro Taques, por sua vez, tem ganhado força rapidamente. Em sua curta carreira política, iniciada há dois anos, ele já se tornou um dos senadores mais prestigiados do Congresso Nacional, com atuação pautada na constitucionalidade e na defesa da ética. Eleito com discurso de renovação e moralidade, o pedetista possui ampla base eleitoral em Cuiabá.
O principal obstáculo a ser vencido por Taques é a falta de penetração nos municípios do interior, onde Maggi e Riva lideram. Além disso, a postura firme e muitas vezes intransigente do pedetista, ex-membro do Ministério Público Federal, causa apreensão em alguns setores econômicos e políticos do Estado.
Outros nomesAlém dos três parlamentares, outros nomes despontam no cenário político de Mato Grosso para a sucessão de Silval. O juiz federal Julier Sebastião não esconde que possui pretensões políticas, e vem sendo cortejado por vários partidos há alguns anos para disputar um cargo eletivo.
Atualmente, o PT é o partido mais empenhado em conseguir sua filiação, para lançá-lo ao governo. Porém, ainda é uma incógnita se Julier abandonará a toga para disputar a eleição de 2014, ou se adiará os planos políticos.
Ainda dentro do PT, o ex-vereador Lúdio Cabral, que perdeu a disputa pela Prefeitura de Cuiabá para Mauro Mendes (PSB), é visto com bons olhos para encampar a candidatura própria da sigla em 2014.
O vice-governador Chico Daltro é outro que pode acabar saindo candidato – principalmente se o governador Silval deixar o mandato alguns meses antes do fim, para trabalhar uma candidatura ao Senado, e se José Riva acabar se tornando ficha-suja. Nesse caso, Daltro sentará na cadeira de governador por alguns meses e acabará sendo um candidato natural à reeleição.
O PMDB também estuda lançar candidato. O ex-governador Carlos Bezerra é cotado para a vaga, assim como sua esposa, a deputada estadual Teté Bezerra.