LAÍSE LUCATELLI
DA REDAÇÃO
O governador Silval Barbosa (PMDB) defendeu que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) apure a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), que o acusa de seis crimes, supostamente cometidos quando ele era deputado estadual, entre 1999 e 2002.
“A Justiça tem o direito de investigar tudo e eu espero que investigue a fundo”, afirmou o governador, na última sexta-feira (17).
De acordo com a denúncia do MPF, quando era primeiro-secretário e ordenador de despesas da Assembleia Legislativa, Silval teria participado de um suposto esquema que desviou dinheiro público.
O MPF acusa o governador de ter cometido os crimes de fraude em licitação, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha ou bando, supressão de documento, peculato e ordenação de despesa não autorizada.
Silval negou participação no episódio. “Quando eu entrei [na Mesa Diretora da Assembleia], o processo licitatório já estava em andamento. Eu era o ordenador de despesas e só conclui pagamentos. Eu não participei de licitação”, afirmou.
“Com certeza absoluta, eu não tenho nada a ver com isso. Se meu nome está citado ou está na ação, certamente, eu vou me defender”, completou.
O governador minimizou a ação e disse que denúncias surgem o tempo todo.
“Denúncia tem todo dia. Agora, o caso está nas mãos da Justiça, e eu espero que use o bom senso”, disse.
Atualmente, a Ação Penal nº 662 está no STJ, que ainda não apreciou se aceitará a denúncia contra Silval. Antes de decidir se o processo terá seguimento, o tribunal vai ouvir a Assembleia Legislativa.
Conforme prevê a Constituição Estadual, é preciso que dois terços dos deputados estaduais votem pela continuidade dos procedimentos para que a ação tramite normalmente. Caso contrário, ela será sustada.
No último dia 10, o relator do processo, ministro Massami Uyeda, notificou o Legislativo de Mato Grosso para que se manifeste sobre o assunto. (Leia mais
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Questionado se achava que os deputados aprovariam a continuidade da ação, Silval preferiu não opinar. “Não sei. A Assembleia é o parlamento; ela pode aprovar ou não aprovar”, disse.