Sindicalista diz que nova proposta é tentativa de dividir grevistas

A presidente do Sindicato dos Servidores do Detran (Sinetran), Daiane Renner, afirmou que a proposta do Governo do Estado de pagamento da Revisão Geral Anual (RGA), apresentada na última sexta-feira (10), é uma tentativa de dividir o movimento grevista.

Isso porque ela defendeu que os servidores públicos somente encerrem a greve com uma proposta de pagamento integral da reposição inflacionária e em parcela única.

Durante reunião com membros do Fórum Sindical, o secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, propôs quitar 6% dos 11,27% da RGA, em três parcelas - em setembro deste ano, e janeiro e abril de 2017.

Proposta de hoje é a prova que a força do movimento está levando o Governo a uma estratégia de divisão das categorias. Essa proposta é péssima para todos

Ele também reiterou a possibilidade de o Governo pagar os 5,27% restantes da reposição, a partir de março do ano que vem, desde que o Estado esteja enquadrado nos gastos com folha salarial exigidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Além disso, ele garantiu o pagamento das perdas inflacionárias, retroativas a maio deste ano, em três parcelas, nos meses de maio, junho e julho de 2017.

“A proposta de hoje é a prova que a força do movimento está levando o Governo a uma estratégia de divisão das categorias. Essa proposta é péssima para todos, mas é ainda pior para aquelas categorias que tem os menores salários do Estado”, disse Daiane aos sindicalistas que estavam em frente a sede da Secretaria de Gestão, logo após a reunião com os secretários.

A sindicalista criticou, ainda, o fato de o Executivo enquadrar a reposição inflacionária dentro da LRF.

A lei estabelece que a folha de pagamento do poder público não pode exceder os 49% da Receita Corrente Líquida com a folha. Atualmente, Mato Grosso compromete 50,46%.

No entanto, para a presidente do Sinetran, a RGA não pode ser contabilizada na LRF.

“É uma tentativa de nos fazer aceitar o congelamento dos salários. O governo quer que nós entremos nesse pacto, entremos nesse acordo indecoroso. Porque condicionar a RGA ao limite de gastos com a folha de pagamento significa exigir que os servidores abram mão dos seus direitos”, disse.

“Querem inverter de fato a LRF em um dos únicos pontos que nos beneficia, que é garantir que a RGA não está condicionada ao limite de gastos da folha. Eles querem inverter essa condição e nos responsabilizar. Ao invés de o Governo assumir essa responsabilidade, porque ele foi eleito para isso, para governar de maneira decente”, afirmou.

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