Cuiabá, Segunda-Feira, 16 de Junho de 2025
CRISE EM RONDONÓPOLIS
04.04.2012 | 17h38 Tamanho do texto A- A+

Vereador vai para o "sacrifício" e assumirá Prefeitura

Ananias Filho deve substituir Zé do Pátio e não poderá se candidatar à reeleição na Câmara

Divulgação

Mesmo com a possibilidade de ficar inelegível em 2012, Ananias assumirá a Prefeitura

Mesmo com a possibilidade de ficar inelegível em 2012, Ananias assumirá a Prefeitura

LAÍSE LUCATELLI
DA REDAÇÃO

O presidente da Câmara de Rondonópolis (212 km ao Sul de Cuiabá), Ananias Filho (PR), cogitou renunciar ao cargo para não ter que assumir a Prefeitura de Rondonópolis, após a cassação do prefeito José Carlos do Pátio (PMDB) e da vice Marília Salles (PSDB) pela Justiça Eleitoral.

Isso porque o prazo para se desincompatibilizar de cargo público e concorrer a vereador (no caso, à reeleição) é de seis meses antes do pleito, que será em 7 de outubro. Nesse caso, se assumir a cadeira de prefeito a partir da semana que vem, mesmo que seja por apenas um dia, Ananias estará impedido de se candidatar a vereador.

“O PR discutiu, ontem e hoje, qual a melhor caminho a seguir. Concluímos que ele tem que assumir [o cargo], mesmo com possibilidade de inelegibilidade. É importante que o Ananias assuma o mandato para ajudar a cidade, nesse momento de instabilidade no nosso Município. Mas, é difícil para o PR e para o vereador Ananias abrirem mão da candidatura dele a vereador”, declarou o presidente regional da sigla, deputado federal Wellington Fagundes, na tarde desta quarta-feira (4), logo após reunião com o governador Silval Barbosa (PMDB), no Palácio Paiaguás.

Os republicanos concluíram que não ficaria bem aos olhos da população se o vereador renunciasse à possibilidade de ser prefeito, para atender aos seus interesses pessoais e políticos de se candidatar a vereador. “A cobrança da população, nesse momento de instabilidade, é muito grande”, afirmou Fagundes.

Ele se reuniu com Silval para comunicar a decisão do partido de assumir a Prefeitura de Rondonópolis e pedir o apoio do governador, nesse momento de crise no terceiro maior Município do Estado. “Precisamos do apoio do Governo”, ressaltou o presidente.

Fagundes reclamou que o momento em que o TRE cassou Pátio foi inoportuno. Mas, comemorou a oportunidade de o partido assumir o comando do município, ainda que interinamente.

“A Justiça Eleitoral tomou essa decisão num momento muito ruim. Se fosse há seis meses, não haveria o problema do impedimento do Ananias para se candidatar à reeleição como vereador. Se for para a Justiça conceder uma liminar ao Zé do Pátio, devolvendo a ele o cargo de prefeito, torcemos para que seja logo, antes de o Ananias assumir o cargo”, avaliou o deputado.

“Porém, ao assumir, o Ananias já será julgado pelas atitudes que terá como prefeito. Em 30 ou 60 dias, já dá para mostrar a que veio. A competência e a forma que nós conduzirmos a prefeitura vai mostrar para a população que o PR merece a Prefeitura de Rondonópolis”, arrematou.

Eleições

A cúpula do PR está decidida a lançar candidato no município nas eleições de outubro, e Ananias está entre os nomes cotados. Os republicanos avaliam também as candidaturas dos deputados estaduais Ondanor Bortolini, o “Nininho”, e Sebastião Rezende.

Além disso, o partido já planeja emplacar Ananias como prefeito-tampão, a ser escolhido nas eleições indiretas, que terão que ser realizadas no município no prazo de 30 dias. Nesse pleito, os 12 vereadores elegerão um novo prefeito, que comandará o município até o final do ano. A bancada do PR é composta por três vereadores.

“Assumindo na interinidade, Ananias é o candidato natural na eleição indireta. Mas, ele tem que convencer os seus pares. Ele teve competência e articulação política para ser eleito presidente, e precisa ter também na eleição indireta. É uma conquista que ele tem que fazer, o PR não pode chegar lá e impor”, argumentou Wellington Fagundes.

A reportagem do MidiaNews tentou contato com Ananias, mas seu celular estava desligado.

Para ler mais sobre a cassação de Zé do Pátio e Marília Salles, clique aqui.

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joaoderondonopolis  05.04.12 09h52
Cerca de 90% da população de Rondonópolis voltou a sorrir com a cassação do prefeito Zé do Pátio. Com os recursos que vão ser intentados, se Deus quiser não vai haver mudança nenhuma do que foi decidido pelo TRE/MT.
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joao cavucante  05.04.12 08h55
Veja decisão do TSE do dia 29.03.2012 caso semelhante a de Pátio. Por 4 votos contra 2 o prefeito de Esperantina, Francisco Antonio, teve seu mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta noite de quinta-feira (29), em Brasília. O placar de votação no TSE estava em 3 x 2 já pela cassação. Com pedido de vista pelo ministro Marco Aurélio de Mello o julgamento foi suspenso e hoje teve o seu desfecho final. O ministro Marco Aurélio de Mello trouxe seu voto e julgou procedente o pedido de cassação do mandato do prefeito, ficando agora o placar em 4 x 2 pela perda do mandato eletivo. A votação de hoje também foi suspensa em virtude de pedido de vista pelo ministro presidente do TSE, Ricardo Lewandovski. Porém, o voto do ministro não poderá mais alterar o resultado, que foi pela cassação do prefeito. Isso porque a maioria (4 votos) já foi atingida na Corte, no sentido de afastar o profeito Chico Antônio do cargo em Esperantina, cidade a 220 km de Teresina. Com a votação de hoje, o prefeito permanecerá no cargo até o último voto no TSE, que deverá ocorrer nas duas primeiras semanas de abril. Após, a decisão será lavrada em acórdão e este será publicado no Diário Oficial, para somente então a decisão ser comunicada ao Tribunal Regional Eltoral do Piauí (TRE-PI). O TSE é quem vai decidir se haverá ou não nova eleição em Esperantina, ou se assume o segundo colocado na eleição de 2008, o ex-prefeito Felipe Santolia. A cassação do prefeito Chico Antônio ocorreu por abuso do poder político e econômico, crime eleitoral que prevê uma pena de oito (08) anos de inelegibilidade, o que ensejará, também, a aplicação das penalidades da Lei da Ficha Limpa.
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Agenor Sales Fernandes  05.04.12 07h57
Com certeza, a decisão da Justiça foi inoportuna aos olhos da população que por certo dará uma resposta nas urnas oa PR e seus aliados. Uma vergonha total.
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