O secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, afirmou nesta segunda-feira (11) que o Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) não deve ser totalmente concluído antes que a gestão do governador Pedro Taques (PDT) chegue ao fim, em 2018.
No entanto, Paulo Taques garantiu que o próximo gestor receberá a obra encaminhada, sem os problemas que existiam quando o atual governador tomou posse.
A afirmação foi dada no início da noite de hoje, durante audiência da Frente Parlamentar em Prol da Retomada e Conclusão das Obras do VLT, na Assembleia Legislativa.
“Todo o VLT não deve ficar pronto até o fim da gestão. Aliás, esta é uma pergunta pertinente. Se perguntar a alguém nesta sala, quem será o governador do Estado em 1º de janeiro de 2019, ninguém sabe responder”, disse.
“O que quero dizer com isso? O governador Pedro Taques está fazendo com que o próximo governador não receba dele, o que nós recebemos da gestão passada. Vai receber uma obra não 100% pronta, mas vai receber uma obra com todo o planejamento feito. Com orçamento, de onde veio o dinheiro”, completou.
Retomada da obra
O estudo da empresa de consultoria KPMG apontou que a construção do modal já consumiu R$ 1,06 bilhão dos cofres públicos e mais R$ 600 milhões serão empregados.
Além disso o relatório também demonstrou a viabilidade do VLT desde que o Governo invista, anualmente, R$ 37 milhões, pelos próximos 30 anos. Somente desta forma, a tarifa ficaria a mesma dos ônibus coletivos.
Apesar da viabilidade, ainda há uma série de incertezas, já que a questão está judicializada e o Consórcio VLT pode não aceitar uma conciliação com o Governo. Além disso, a licitação é questionada pelo Ministério Público e pode ser anulada.
Por conta destas incertezas, o secretário da Casa Civil, Paulo Taques, disse ser impossível dizer quando a obra será realmente retomada.
Ele não descarta, inclusive, a necessidade de realização de um novo processo licitatório, caso o Governo do Estado não chegue a um acordo com o consórcio responsável pela obra.
“Também é uma agonia nossa. Impossível dizer isso, pois as variáveis são muitas. Vou dizer apenas uma coisa: na próxima quarta-feira [13] vou receber em meu gabinete o consórcio [VLT]. Nós, por orientação da Controladoria Geral do Estado e pelo resultado do relatório da KPMG, só podemos gastar R$ 600 milhões. O Consórcio entende que nós ainda temos que repassar R$ 1 bilhão. São R$ 400 milhões de diferença. Se não houver um acordo, aí nós vamos ter que partir para uma licitação. Apenas nessa variável já vamos consumir muito tempo”, declarou.
Marcus Mesquita/MidiaNews
Pinheiro: "O que nós vimos foi um protocolo de boas intenções"
“Protocolo de boas intenções”
O coordenador da Frente Parlamentar em Prol da Retomada e Conclusão das Obras do VLT, na Assembleia Legislativa, deputado Emanuel Pinheiro (PMDB), criticou a demora para a retomada da obra.
Ele apontou “letargia” na solução do problema e afirmou que o Governo, ao invés de garantir a data de reinício da instalação do modal, apresenta apenas um “protocolo de boas intenções”.
“Ficou claro que muitas ações deixam a desejar. Primeiro que se estabeleceu a intenção de se retomar as obras, não a decisão de retomar. Segundo que houve uma negligência clara do Estado, tanto é que está sofrendo uma investigação do Ministério Público, com relação as obras de revitalização da Prainha e da Fernando Corrêa da Costa”, afirmou.
“Recebi as declarações dos secretários com desalento e tristeza. Esperávamos aqui, depois de um ano e quatro meses de espera, um anúncio efusivo e contagiante para a população cuiabana e várzea-grandense: a decisão política da retomada das obras. O que nós vimos foi um protocolo de boas intenções, que aliás, nós já estamos cansados”, completou.
Além disso, o parlamentar também condenou o fato de já ter se passado um ano e quatro meses da gestão do atual governo e o imbróglio envolvendo o modal ainda não ter sido resolvido.
“Acho um desrespeito a população. Defendo a retomada das obras com responsabilidade e agilidade. Depois de um ano e quatro meses, não se vê nada. Nenhuma decisão política. Estou achando que este chavão [retomar as obras com responsabilidade] é para esconder a inércia e letargia do Governo em relação ao VLT”, finalizou.
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29 Comentário(s).
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Ricardo 15.04.16 13h17 | ||||
Não vai terminar e nem começar! | ||||
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Paul 13.04.16 09h44 | ||||
Caro José Herculano: A verba para o VLT é do PAC. Dinheiro marcado. Não tem como desviá-la para hospital, etc. Você tem que assoprar o berrante nos ouvidos do ministro da Saúde. Além do mais, de que adianta ter hospital novo e transporte podre? Você calculou o alto custo social desses ônibus, com acidentes com mortos e feridos? Você tem que brigar com os políticos pelas duas coisas. | ||||
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José Herculano da Silva 12.04.16 21h40 | ||||
37 milhoes por ano durante 30 anos. Significaria que teríamos no mínimo 1 hospital de ponta em cada grande cidade do estado, resolvendo de vez o problema de saúde. Será que o povo não entende que fazem política com chapéu alheio? Pão e circo é apenas o que sabem fazer. Foram gastos mais de 700 milhoes no estádio e não conseguem 40 milhoes para construir o novo pronto socorro. E aidna falam em gastar 37 milhões por ano com esse elefante branco? | ||||
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Arnaldo Paula 12.04.16 17h14 | ||||
Se não terminar, o que vai acontecer com os mais de 1 bilhão que ja foi gasto? Quem vai pagar essa montanha de dinheiro? Porque não se faz uma concessão por 30 anos então, com a empresa vencedora dessa concessão pagando esse 1 bilhão? 37 milhões para manter esse VTL por ano da os mesmos 1 bilhão pelo período concedido, não é mesmo? | ||||
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Paul 12.04.16 14h18 | ||||
Pessoal Gosto de transporte moderno, o VLT. Mas tenho grande admiração por sistemas mais antigos. Os VLTs da cidade de Cottbus, na Alemanha, com 23 km de trilhos. A cidade com apenas 100 mil habitantes ainda preserva os VLTs tchecos, fabricados pela TATRA. Pasme! A população não quer trocá-los por VLTs mais novos. Faz parte da história da cidade. Mas até quando? Rssss http://hampage.hu/trams/cottbus/e_index.html | ||||
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