O ex-diretor-geral do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre), Luiz Antonio Pagot, em entrevista ao programa “
Resumo do Dia” (TV Rondon/SBT), ancorado por Roberto França, analisou o andamento das obras da Copa do Pantanal 2014 e criticou o ritmo lento dos trabalhos.
Ele colocou em dúvida a capacidade dos gestores e técnicos da Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa) em concluir as obras em tempo hábil para a realização de jogos do Mundial na Capital.
“Nós trabalhamos muito para sediar esses jogos da Copa do Mundo e é preciso que administrem essas obras convenientemente. Eu não consigo entender o marasmo com que as obras estão sendo tocadas, as empreiteiras parece que estão trabalhando com o 'freio de mão' puxado. Além disso, parece que não tem nenhum chefe de obra nos canteiros e, muito menos, fiscalização. Essas obras têm de ser tocadas em turnos ininterruptos de 24 horas, sem feriado nem fim de semana. As empreiteiras precisam pular para dentro dos canteiros. Os administradores da Secopa têm que sair dos gabinetes e ir para a rua, exigir mais celeridade nos trabalhos, fazer um cronograma apertado... Só assim, nós vamos ter essas obras prontas em 2014”, afirmou Pagot.
Ácido em suas críticas, o ex-diretor do DNIT disse que as empresas contratadas estão "fazendo de conta" que estão executando as obras, mas os resultados não aparecem.
“E tem outro detalhe importante: fazer obras desse porte na Capital do Estado, que já tem uma restrição viária muito grande, é preciso se pensar primeiro em engenharia de tráfego, ou seja, como serão os desvios, como resolver os problemas dos gargalos, como superar os problemas criados pelas obras que estão sendo feitas. Ou seja, minimizar o máximo possível que essas obras afetem a malha viária que, já é comprometida naturalmente”, disse ele.
Pagot considerou que as empreiteiras estão trabalhando de maneira descompromissada, do tipo "se terminar, bem; senão terminar, amém".
“Tem de haver compromisso, sim. Se não temos gente capacitada para fazer esse trabalho andar, que se tragam profissionais de Curitiba, de São Paulo, acostumados a implantar obras em rodovias de grande fluxo de veículos. Ou, pelo menos, copiando o que eles fazem lá para que seja feito aqui também”, completou.
Avaliação do Governo
Ao avaliar o desempenho do Governo Silval Barbosa (PMDB), Pagot disse que há poucos recursos para investimentos, o que, de acordo com ele, já é uma característica de Mato Grosso.
Mas, ele reconheceu o esforço que o governador vem desenvolvendo, junto ao BNDES e ao Orçamento Geral da União, para conseguir a liberação de dinheiro federal. O Governo Federal, segundo ele, também está encontrando dificuldades para atender a todos os pedidos feitos pelos Estados e municípios.
“Imagino que, nos próximos meses, tendo em vista essa questão da mobilidade urbana e a liberação de recursos pelo BNDES, ele (Silval) vai ter condições de mostrar a que veio e ter uma gestão mais pró-ativa. Mas, para isso, também vai ter que reduzir a burocracia e fazer com que os secretários de Estado se empenhem, efetivamente, na administração estadual”, concluiu Pagot.