LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
O Consórcio VLT Cuiabá-Várzea Grande, responsável pelas obras de implantação do Veículo Leve sobre Trilhos na Grande Cuiabá, deu início, na manhã desta terça-feira (21), à etapa de supressão e transplante das árvores localizadas ao longo dos canteiros centrais por onde o novo modal de transporte coletivo vai passar.
Ao todo, serão suprimidas ou transplantadas 2.584 árvores (exóticas, expressões ornamentais, frutíferas e nativas), hoje localizadas nos 22,2 km de canteiros centrais por onde o VLT irá passar, nas principais avenidas de Cuiabá e Várzea Grande.
Dentre estas, foram escolhidas 250 que poderão ser replantadas em outros locais. As demais, por terem o tronco ou raiz já comprometidos ou por serem muito grandes, serão apenas retiradas do caminho.
Edson Rodrigues/Secopa
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Árvores serão transplantadas para o campus da UFMT, em Cuiabá
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Segundo o gerente de contrato do Consórcio, Fernando Orsini Nunes de Lima, a licença de supressão arbórea para todo o trajeto do VLT já foi concedida, porém, as empresas só deverão mexer nos locais que passarão, em seguida, pelas obras civis.
A ação começou na rotatória que dá acesso à Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), na Avenida Fernando Corrêa da Costa, e no canteiro central, localizado no trecho entre a instituição de ensino e o Shopping Três Américas.
Nesses locais, 26 árvores serão retiradas para a construção de um viaduto, e transplantadas para dentro do campus da UFMT, no entorno do teatro da unidade.
O prazo para conclusão dos transplantes e supressão das árvores localizadas nos trechos compreendidos entre o Viaduto da Miguel Sutil e o Trevo da MT-040, na Avenida Fernando Corrêa da Costa, bem como da rotatória do Km Zero até à Avenida Dom Orlando Chaves, na Avenida da FEB, é de 10 dias.
No total, 70 pessoas trabalham no local e, caso seja necessário, Orsini não descarta a possibilidade das equipes trabalharem durante o período noturno, principalmente nos casos de remoção de árvores muito grandes.
“Cidade Verde”De acordo com o engenheiro florestal responsável pela ação no consórcio, Ricardo Mastrangelli, todo o cuidado está sendo tomado pelas empresas para que a Grande Cuiabá não perca a alcunha de “Cidade Verde”.
“A Grande Cuiabá é conhecida como ‘Cidade Verde’ e nós não queremos descaracterizar isso. Então, nós estamos tomando todo o cuidado com essa vegetação, que precisará ser removida por conta das obras civis, porque não há outra solução. Tentamos remediar o máximo possível os plantios”, afirmou.

A Grande Cuiabá é conhecida como ‘Cidade Verde’ e nós não queremos descaracterizar isso
Ele garante que todas as árvores removidas ou transplantadas serão reordenadas após a implantação do VLT. O projeto do consórcio é plantar, após a instalação dos trilhos, 3,5 mil novas mudas de árvores, com planejamento, por todo o percurso, bem como colocar aproximadamente 100 mil m² de grama por todo trajeto, que servirão para “disfarçar” os trilhos do trem.
“A população tem que entender que, quando a implantação do VLT terminar, nós vamos repor todas essas árvores, logicamente com novas unidades, baseados em um projeto com critérios técnicos, paisagísticos e urbanísticos. Isso tudo para que nós tenhamos árvores adequadas, em lugares adequados, com tamanhos de copas adequadas e que não destruam passeios, enfim. Ou seja, nós vamos reordenar a arborização urbana no trajeto do VLT”, argumentou.
TransplantesA ação, que começou no lugar que deverá se transformar em canteiro de obras do Viaduto da UFMT, terá continuidade em Várzea Grande, onde já ocorrem as obras para construção da Trincheira do Km Zero.
Na região, 40 espécies de árvores serão transplantadas e o Consórcio já está em negociação com a Infraero para que as unidades possam ser replantadas dentro do Aeroporto Marechal Rondon.
Outras árvores deverão ser replantadas, ainda, no chamado Campus II da UFMT, que será erguido na rodovia MT-040, que leva ao município de Santo Antônio (27 km da Capital).