LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
O canteiro de obras do Viaduto do Despraiado, que está sendo erguido na Avenida Miguel Sutil, em Cuiabá, voltou a ser ocupado por pessoas, durante "passeio”, no último domingo (1º); desta vez, no período noturno.
Apesar de estar em reta final, o elevado, que deveria ter sido inaugurado em 29 de agosto, segue sem nova data de entrega prevista.
A obra, que está sendo executada pelo Consórcio Atracon – formado pelas empresas Atrativa Engenharia Ltda e Constral Construtora Ltda. – se tornou o local “favorito” de passeio de alguns pedestres.
Um internauta que mora nas proximidades registrou, com o celular, o momento em que aproximadamente seis pessoas deixavam o canteiro de obras, passando pelo tapume que cerca o local, nas proximidades da sede da Superintendência do Banco do Brasil, na Avenida Filinto Müller.
Nas fotos, é possível identificar um jovem sem camisa, um idoso (de camisa listrada), duas crianças e mulheres empurrando dois carrinhos de bebês.
O morador que registrou o ato – e que prefere não ser identificado – afirmou que, diariamente, vê pessoas quebrando ou pulando os tapumes que cercam a obra, a fim de passear pelo viaduto ou ir ao Parque Mãe Bonifácia – cujo acesso está sendo feito pela portaria dos fundos, localizada no bairro Duque de Caxias.

"Trabalho com obras e acho muito fácil ficar culpando os responsáveis da obra; por mais que sinalizemos, as pessoas que não querem nem saber"
“Trabalho com obras e acho muito fácil ficar culpando as empresas. Por mais que sinalizamos, há pessoas que não querem nem saber. Acredito que a população tem que tomar consciência também”, disse.
O consórcio chegou a ser notificado pela Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa), para que aumentasse a segurança no local e inibisse o acesso ao canteiro, quando do primeiro registro de um grupo que caminhava em um dos pontos mais altos do viaduto, a nove metros de altura, no domingo (25).
Na ocasião, o engenheiro Vandinei Pinheiro, do Consórcio Atracon, afirmou ao
MidiaNews que a prática de entrar na obra sem autorização é comum no local e que a empresa já havia tomado todas as medidas possíveis, como instalação de cercas de segurança e placas de sinalização.
Pinheiro salientou que há riscos para quem entra na obra sem autorização da diretoria da empresa e sem o uso dos equipamentos de proteção individual (EPIs) necessários.
“Se a pessoa entrou na obra sem autorização, está querendo correr risco de vida”, disse, na ocasião.
A obraO viaduto – que tem 325 metros de comprimento e nove metros de altura em seu ponto mais alto – faz parte do pacote de Travessia Urbana firmado entre o Governo do Estado e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) no valor de R$ 165,7 milhões, que visa ao tratamento viário das rodovias federais 163,364 e 070 – que cortam Cuiabá e Várzea Grande pelas avenidas Miguel Sutil, Fernando Corrêa da Costa e FEB.
Reprodução/TVCA
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Recentemente, grupo de pessoas foi flagrado caminhando pela obra
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O projeto do Viaduto do Despraiado compreende, além da construção da obra de arte em si, o alargamento da Avenida Miguel Sutil em alguns trechos e a restauração da pavimentação da via.
A obra inteira é de 1,8 km, do acesso à Rodoviária até a rotatória do Centro de Eventos do Pantanal, e engloba serviços de drenagem, pavimentação, sinalização e calçamento.
Quando o viaduto estiver liberado para uso, o trânsito na região será alterado. Dessa forma, o motorista que estiver trafegando pela Avenida Miguel Sutil e quiser continuar na via, passará por cima e percorrerá toda a extensão do elevado.
O motorista que quiser seguir em direção aos bairros Santa Marta, Despraiado, Araés e Quilombo, deverá trafegar pela pista marginal da Perimetral, acessando a rotatória já existente no local e que será reestruturada para suprir o fluxo de veículos.
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