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LOGÍSTICA PRECÁRIA
30.10.2012 | 10h40 Tamanho do texto A- A+

Estradas em MT estão entre as piores, diz pesquisa

No Estado, só 16% da malha rodoviária foi bem avaliadas pela CNT

CNT

BR-163, no Norte de MT: ponto crítico da rodovia demonstra necessidade de investimentos

BR-163, no Norte de MT: ponto crítico da rodovia demonstra necessidade de investimentos

LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Transportes (CNT) revela que mais de 84% das rodovias federais e estaduais pavimentadas em Mato Grosso estão em estado geral regular, ruim e péssimo.

A Pesquisa CNT de Rodovias, divulgada na segunda-feira (29), aponta que, dos 4.464 km analisados pelas equipes técnicas da confederação – dos quais, 3.798 km são vias federais e 664 km são estaduais –, todos geridos pela administração pública, apenas 709 km foram avaliados como “bons” para o tráfego. Nenhum trecho foi avaliado como ótimo pela CNT.

O levantamento é baseado na qualidade da pavimentação apresentada, na sinalização das rodovias e na geometria das vias.

CNT

BR-364: buracos colocam em perigo os motoristas que trafegam na rodovia

Em Mato Grosso, dentre as rodovias analisadas, a sinalização e a pavimentação das vias foram os maiores problemas encontrados.

A MT-320, por exemplo, que liga municípios "na faixa" de Nova Santa Helena a Alta Floresta, no Extremo-Norte do Estado, recebeu avaliação péssima em todos os quesitos.

No Estado, o CNT analisou o estado das seguintes rodovias: MT-130/208/240/246/320/343/358 e BR-070/158/163/174/242/364.

Avaliação

No quesito pavimentação, apenas as BR-152/242 foram avaliadas como boa e ótima, respectivamente.

As demais rodovias tiveram o asfalto avaliado como regular (MT-358 e BR-070/163/174), ruim (MT-130/208/240/246/343) e péssimo (MT-320).

Os problemas mais comuns se tratam de superfícies desgastadas (70%), trincas e remendos (19,9%) e afundamentos, ondulações ou buracos (5,8%).

Quando o assunto é sinalização, mais uma vez, problemas foram encontrados pelo CNT e as rodovias foram avaliadas como “ruins” e “péssimas”, com exceção das BR-158 e BR-242, avaliadas como tendo sinalização regular.

O maior problema, de acordo com o estudo, se trata da pouca visibilidade de algumas placas de sinalização – cobertas por mato (20%) ou inexistentes (13,1%) – e a legibilidade da sinalização existente, uma vez que algumas placas se encontram desgastadas (48,1%) ou totalmente ilegíveis (3,8%).

CNT

BR-158: CNT aponta necessidade de investimentos em rodovias federais que cortam o Estado

As pinturas das rodovias também foram avaliadas. A maioria da pintura da faixa central se encontra desgastada (86,9%) ou inexistente (9,7%). As faixas centrais seguem o mesmo caminho, com a pintura desgastada e inexistente em 97,8% das rodovias avaliadas.

Ligações rodoviárias

A pesquisa CNT de Rodovias fez também o ranking de 109 ligações rodoviárias, que são trechos que interligam territórios de uma ou mais unidades da federação. Segundo o estudo, essas extensões têm importância socioeconômica e volume significativo de tráfego de veículos de cargas e de passageiros.

Mato Grosso aparece cinco vezes no ranking. A primeira aparição é na 51ª posição, com as rodovias BR-060/163/359, que ligam Ponta Porã (MS) a Rondonópoli, trecho que foi classificado como “bom” pelos técnicos.

As rodovias que cortam o Estado voltam a aparecer no 72º lugar no ranking, com as BR-060/070/354/364, que ligam Brasília (DF) a Cuiabá, que foi considerada “regular” pelo CNT.

Na 91ª posição está a ligação entre Cuiabá e Porto Velho (RO), também classificada como “regular”, e que compreende as rodovias BR-070/174/364.

Ligando Cuiabá a Barra do Garças Brasília (DF), foram avaliadas as rodovias BR-070/158/414/070. Essa ligação foi avaliada como “regular” e ocupa o 93º lugar no ranking.

A última aparição do Estado na lista é na 105ª posição, com a ligação entre Alta Floresta e Cuiabá, formada pelas rodovias BR-163/364 e MT-320, classificada como “ruim” pelos técnicos da CNT.

CNT

BR-174: falta de visibilidade das placas de sinalização coloca em risco a vida dos motoristas

Investimentos


A pesquisa aponta que é necessário um investimento de R$ 2,3 bilhões para a recuperação do pavimento das vias no Estado.

Em 1.147 km de rodovias, a restauração se faz necessária, colocando um fim a trechos com trincas, buracos, ondulações e afundamentos, totalizando assim R$ 770 milhões, o que equivale a R$ 675 mil por km restaurado.

Para a manutenção de trechos desgastados, que somam 3.123 km, a CNT prevê um gasto de R$ 1,56 bilhão, equivalente a R$ 500 mil por km recuperado.

Já para a conservação das rodovias, o investimento necessário é de R$ 186 milhões.

Para as rodovias com pistas simples de mão dupla (98% dos casos), que somam 4.371 km, a Confederação prevê um investimento de R$ 179,21 milhões – resultado de R$ 41 mil/km.

As pistas simples de mão única, que somam 34 km, também deveriam passar por investimentos para conservação da via, num montante que soma R$ 2,55 milhões (75 mil/km).

Já para as rodovias com pista dupla, que somam 57 km, a CNT prevê a necessidade de investimentos RS 4,28 milhões (75 mil/km).

Confira AQUI estudo completo, o resumo com os dados e fotos das principais rodovias na página especial da Pesquisa CNT de Rodovias 2012.

Em anexo, seguem os dados da pesquisa referentes à Mato Grosso.



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COMENTÁRIOS
4 Comentário(s).

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Celso Moessa  18.03.15 12h20
O comentário de João Moessa, é uma fotografia de MT, pois não há ninguém que rode mais pelo MT, que ele, além de ser Engenheiro Civil, e sabe do que fala...
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João Moessa  30.10.12 20h50
Não tenho nenhuma admiração pelo Sr. Luiz Antônio Pago, mas as rodovias federais na média nunca estiveram em condições melhores que hoje. Discordo da pesquisa em especial sobre a BR 158 de longe uma das melhores de Mato Grosso com exceção do trecho entre Nova Xavantina e trevo de acesso a Canarana que está sendo recapeada e dos trechos entre Alo Brasil e logo depois do Posto da Mata que não tem pavimentação asfáltica devido a pendenga com a reserva indígena e entre Confresa e Vila Rica até a divisa com PA também em obras de pavimentação o asfalto está em perfeito estado e sem buraco, sendo alguns trechos novinhos e com plataforma de 14 metros de largura, não precisa melhorar.
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rodrigo  30.10.12 15h28
E governador Silval Barboza você está fazendo uma péssima gestão, as estradas nunca foi tão abandonada como agora faz vergonha a rodovia dos imigrantes toda esburacada
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Zé Mendes  30.10.12 11h42
Zé Mendes, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas