Cuiabá, Segunda-Feira, 16 de Junho de 2025
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Brito e Mendes criticam "obra bilionária" do VLT em Cuiabá

Ambos apontaram alto custo dos investimentos das obras da Copa de 2014

Thiago Bergamasco/MidiaNews

Brito e Mendes, em evento no Crea: em comum, o discurso contra as obras do VLT em Cuiabá

Brito e Mendes, em evento no Crea: em comum, o discurso contra as obras do VLT em Cuiabá

LAÍSE LUCATELLI
DA REDAÇÃO
Os candidatos a prefeito de Cuiabá, Carlos Brito (PSD) e Mauro Mendes (PSB), aproveitaram um evento sobre sustentabilidade, no Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea), nesta terça-feira (24), para criticar o que consideram "altos investimentos" nas obras da Copa do Mundo 2014, na Capital.

Como um dos objetivos do encontro era debater o legado da Copa, ambos usaram a oportunidade para criticar, principalmente, o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), que foi contratado ao custo de R$ 1,47 bilhão pelo Governo Estadual.

“Não adianta um sistema de transporte moderno, que não irá atender à população. Tive embates e acabei deixando sonhos porque não concordava com os encaminhamentos dados a determinadas questões”, discursou Carlos Brito.

Ele estava se referindo à sua tumultuada saída da extinta Agecopa (atual Secopa), onde foi diretor de Infraestrutura. Em setembro do ano passado, Brito protagonizou um bate-boca público com o então presidente Eder Moraes.

Ambos divergiam a respeito da mudança do modal de transporte coletivo urbano da Copa, que passou de BRT (Bus Rapid Transit) para VLT, e Brito criticou em público a falta de informações sobre o novo modelo escolhido para a Capital.

Durante a entrevista coletiva, o candidato apontou alguns dos pontos de discordância citados em seu pronunciamento. “Eu não sei se o VLT está caro ou barato, não sei avaliar. Essa é uma das questões. Para tomar a decisão de uma grande intervenção, é preciso avaliar a conjuntura das outras possibilidades e necessidades que a cidade tem. Então, era uma questão de priorizar os investimentos. Mas, esse era meu entendimento, não foi o que prevaleceu. Contudo, hoje o VLT é uma decisão tomada, e a obra vai começar”, afirmou.

Brito ressaltou que não está combatendo o VLT, mas voltou a reclamar da falta de informações sobre o sistema.

“Eu não estou mais discutindo o VLT, pois já está tudo decidido, as obras estão anunciadas. Mas, faltam algumas respostas. Qual o valor da tarifa? Como vai ser operado o sistema? Os outros modais de transporte vão ser viáveis economicamente, com um volume menor de passageiros? A passagem será subsidiada? E quem pagará por isso? As obras vão começar e nós continuamos com várias perguntas sem respostas”, pontuou.

Obras faraônicas

O social-democrata disparou também contra o que chamou de “obras faraônicas”.

“Quando se pensa em estruturas de equipamento público, você pensa em obras caras. Isso é uma cultura, e precisa ser revertido. Nós precisamos chegar aos bairros, com estruturas simples e funcionais, que não precisam ser caras, e dar oportunidades para a prática do esporte e da caminhada, áreas de lazer. Para caminhar, você precisa de calçada e verde”, afirmou.

O candidato afirmou, ainda, que os investimentos da Copa do Mundo deveriam mirar além das obras de mobilidade urbana. “O VLT é um item da mobilidade urbana. Quando se fala em sistema de transporte, temos, além do VLT, ônibus, táxis, mototáxis, pedestre. Além disso, a Copa não pode se resumir a obras de mobilidade urbana. É preciso falar de também de Saúde, Segurança, Turismo, Lazer e Sustentabilidade”, observou.

Em seguida, Mauro Mendes também discursou contra o "investimento bilionário" do VLT.

“É muito bom ter um VLT e é necessário, mas não podemos entender como é possível gastar R$ 1,5 bilhão em um trem, em uma cidade que tem grande parte dos pontos de ônibus descobertos, sem abrigo para sol ou chuva, ou tem grande parte dos ônibus sem ar-condicionado, em uma temperatura média de mais de 35°C”, criticou.

“O VLT é um elemento da cadeia da mobilidade urbana. Ele, por si só, não resolve os problemas”, afirmou. “Como você implanta um transporte que vai custar R$ 1,5 bilhão e, até agora, ninguém sabe dizer quanto vai custar uma simples tarifa?”, disparou.

O empresário não poupou também os investimentos na Arena Pantanal.

“É muito bom construir um estádio e gastar R$ 500 milhões, mas a grande parte dos ginásios e praças esportivas dessa cidade estão sucateados. Tem que estabelecer prioridades, nós queremos a Copa, essas obras são importantes, mas nós queremos muito mais do que isso”, declarou.

A solução, segundo ele, seria deixar as grandes obras a cargo do Estado, da forma como está sendo feita hoje, e o prefeito tomar para si a responsabilidade sobre esses outros investimentos.

“Isso é uma responsabilidade da Prefeitura. O Estado está fazendo sua parte. E a Prefeitura? Precisamos de muito mais do que o necessário para receber turista por um ou dois dias, pois nós vamos viver aqui a vida inteira. A maioria da população vai andar de ônibus e vai viver no bairro”, concluiu.



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Maurício M. S.  26.07.12 16h21
Caríssimos candidatos. Parem de demagogia. Felizmente isso não confunde mais o eleitor. Caso algum dos senhores lograrem êxito no pleito eleitoral, o que precisam é incentivar, facilitar, viabilizar, gerir, coordenar, participar, governar .... em prol de um melhor sistema de transporte coletivo. Nos últimos 10 anos, quantas vezes os senhores fizeram um deslocamento (como passageiros, nos horários de pico, em trajetos de cerca de 15 km (VG - CPA -CXP). Tentarei adivinhar ...NENHUMA. Então, se não é para terem um comportamento proativo no sentido de participar de esforço coletivo para efetivar obra de imensa significância para a Grande Cuiabá, FAÇAM UM GRANDE FAVOR à SOCIEDADE E À CAMPANHA DE VOCÊS... Fiquem calados.
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Denis  26.07.12 11h15
Para aqueles ingênuos, bobinhos, que defendem o tal BRT, uma espécie de lagarto om pneus, barulhento, poluente, caro(custa por volta de R$ 1 milhão cada ônibus, sem os pneus, na fábrica).
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ALEXANDRE  26.07.12 09h42
JÁ SEI EM QUEM NÃO VOU VOTAR. OBRIGADO POR ME AJUDAR SR CANDIDATO.
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Jeronimo Urei  26.07.12 09h28
Muito interessante essa discussão, sobretudo, quando se valem da ignorância da população. Se todos entendessem como funciona a Gestão Publica, nao ouviariamos ou melhor, nao leríamos certos absurdos.
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Luiz  25.07.12 21h36
Esse papo de que o dinheiro seria melhor para educação e saúde só pode ser alguém muito inocente e muito bobo acreditar que se cancelar o VLT esse dinheiro seria para educação e saúde, nem esses 2 candidatos ai em cima fará isso, pode dizer mais fazer não faz, o dinheiro ta vindo de um empréstimo federal para obras de mobilidade se o VLT for cancelado não teremos nem VLT nem nem dinheiro para educação e nem para saude nunca teve não vai ser agora que vai ter Santa inocencia meu Deus.
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