LAÍSE LUCATELLI
DA REDAÇÃO
Líder nas pesquisas de intenção de votos, o candidato Mauro Mendes (PSB) minimizou a "rebelião" entre seus aliados, liderada pelo ex-secretário extraordinário da Copa, Eder Moraes (PR).
Ele disse não estar preocupado com o fato de o republicano ter desfalcado sua campanha a prefeito de Cuiabá, levando entidades e candidatos a vereador para apoiarem o candidato Lúdio Cabral (PT).
“Não pretendo ganhar essas eleições com 100% dos votos. Para ganhar as eleições, basta ter 50% mais um”, declarou Mendes, em entrevista ao
MidiaNews.
Eder se rebelou contra o PR, alegando ter sido desprezado pelo partido, e criticou o fato de a sigla ter abandonado a candidatura própria para indicar João Malheiros (PR) como vice de Mendes.
Ele garantiu ter reunido 56 entidades e 32 candidatos a vereador que pertencem à base de Mendes e do candidato Carlos Brito (PSD), e afirmou ter levado todos para apoiar o vereador petista.
Mauro Mendes disse que não fará nenhum movimento para tentar levar Eder de volta para sua base.
“Respeito todas as opiniões diferentes da nossa. Acredito que o Eder já tomou o seu caminho. Desejo a ele boa sorte”, disse.
O candidato observou, ainda, que assim como perdeu aliados para Lúdio Cabral, por outro lado, também tem o apoio de muita gente que deveria estar ao lado do petista.
“Na democracia, é normal a pluralidade de opiniões, mesmo dentro de um partido político. Eu tenho muita gente do PT que me apoia. Isso não é segredo para ninguém”, afirmou.
“Muitos me apoiam abertamente. Filiados ao PT, algumas pessoas ligadas diretamente ao partido. E, inclusive, alguns candidatos nessas eleições. Mas, não fico fazendo alarde público sobre isso”, declarou.
No entanto, Mendes se recusou a citar nomes.
“Também fiquei chateado com o PR”O senador Blairo Maggi (PR) também não deu grande importância à debandada provocada por Eder Moraes. “A política é assim mesmo. Se junta do lado de um, do lado de outro. Depois que passar a eleição, tudo passa”, minimizou o ex-governador.
O republicano disse que ter sua opinião contrariada faz parte da democracia, e lembrou que também foi derrotado, pois defendeu a candidatura de Francisco Vuolo (PR) a prefeito e, posteriormente, a vice-prefeito de Mendes.
“A minha candidatura dentro do partido era outra, todo mundo sabe. Eu também me senti chateado dentro do PR, mas reconsiderei e estou aqui, junto com o Malheiros e o Mauro”, afirmou.
“Eu trabalhei outro projeto, mas, democraticamente, o João Malheiros venceu dentro do partido. E vamos embora, não tem problema nenhum. Ou será que a gente sempre vai ter que colocar nossas vontades? É sempre minha opinião que vai valer?”, questionou.
Quanto à reclamação de Eder de que foi desprezado pelo partido, o senador ressaltou que sequer sabia que o ex-secretário tinha a intenção de participar do processo eleitoral.
“Nem sabia que o Eder ia entrar na politica. Depois que ele saiu do Governo, me ligou para agradecer o período que ficou comigo e disse que ia sair do partido, não ia mais mexer com politica, ia para a iniciativa privada. Depois, apareceu na campanha”, disse.
“Mas todo mundo é livre para fazer o que quiser. Nenhum cidadão é obrigado a votar em quem não está convencido”, completou Maggi.