Cuiabá, Quinta-Feira, 7 de Agosto de 2025
EXAME DA ORDEM
09.05.2012 | 11h41 Tamanho do texto A- A+

Baixo rendimento revela precariedade de faculdades em Cuiabá

Instituições privadas não conseguem aprovar mais de 20% dos bacharéis nas provas da OAB-MT

MidiaNews

Unirondon é uma das faculdades que apresentaram baixos rendimentos com 13% de aprovados

Unirondon é uma das faculdades que apresentaram baixos rendimentos com 13% de aprovados

ALEXANDRE APRÁ
DO MIDIAJUR
O baixo número de bacharéis em Direito aprovados no último exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) revela a má qualidade de ensino e a precariedade das instituições de ensino privadas de Mato Grosso, especialmente em Cuiabá.

Levantamento feito pelo MidiaJur revela que, das quatro instituições privadas que oferecem o curso na Capital, apenas a Universidade de Cuiabá (Unic) conseguiu aprovar mais de 20% dos candidatos oriundos da instituição. Os dados foram divulgados pelo Conselho Federal da OAB.

O pior desempenho foi da Faculdade Afirmativo, que só conseguiu aprovar 8,33% dos bacharéis. O índice do Icec foi de 10,98%, enquanto o da Unirondon de 13,08%.

Em Várzea Grande, o índice da Univag ficou em 13,08%, enquanto a da Amec, que pertence ao mesmo grupo educacional da Unic, só conseguiu ver aprovados 7,69% dos candidatos que se formaram na instituição.

Enquanto as instituições privadas se mostram verdadeiras “fábricas” de bacharéis em Direito sem qualificação para ingressar na carreira de advogado, as instituições públicas dão exemplo de que ainda representam a força intelectual na profissão.

A Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat) conseguiu aprovar 45% dos seus ex-alunos no Exame. Enquanto a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) continua como líder no ranking estadual de desempenho, com 64,91% de aprovados.

Entretanto, os números da UFMT ainda se mostram abaixo aos de outras universidades públicas do País, principalmente do Sudeste e Sul, que apresentam média de 70%.

Muitos cursos e má qualidade

Para o presidente da seccional de Mato Grosso da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MT), Cláudio Stábile, os números confirmam que os cursos de Direito precisam ser mais fiscalizados e acompanhados pelo Ministério da Educação.

Segundo Stábile, a OAB já vem fazendo um trabalho preventivo junto às instituições, por meio da Comissão de Ensino Jurídico da entidade. O presidente da OAB garantiu que é feito um acompanhamento junto às faculdades. “Diversos relatórios são feitos e encaminhados ao Conselho Federal, que apresenta ao MEC”, disse Stábile.

Ele explicou que são analisados diversos aspectos, como a qualificação do quadro de professores, a estrutura das faculdades e o número de alunos por sala. Cláudio Stábile também pontuou que a média ideal de aprovação dos candidatos deveria, em tese, ser de, no mínimo, 50%.

No entanto, ele observou que o alto número de cursos de Direito espalhados pelos País resulta em um baixo rendimento dos bacharéis no exame da Ordem.

“Depois disso, a OAB cobra o MEC para que exija das faculdades as adequações que precisam ser feitas e que isso tenha um prazo”, completou Stábile.

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andre modesto  10.05.12 15h11
creio que existe uma margem muito grande entre o nivel do grau de dificuldade e a exigemcia do MEC para a abertura de faculdade de direito, na minha opinião só existe cursos de direito porque o MEC permite abrir, nessa ideia muitas universidades ate investe em professores, estrutura e tudo mais, porem a consciencia dos alunos só eles mesmo podem mudar, a responsabilidade é de cada aluno, é claro que os porfessores ajudam e tudo mais, mas se o aluno não estudar e se empenhar nem estudando no meu curso de direito do mundo ele poderia estar apto a passar no exame da ordem que é super dificil, e de nada garante que aquele que passou será um ótimo profissional.
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Janete Garcia de Oliveira Valdez  10.05.12 11h04
Quem faz a escola é o aluno. Numa época moderna e com amplo acesso ao conhecimento, não se deve atribuir o fracasso a esta ou àquela Instituição. Basta o acadêmico ter vontade. Se o professor trabalha um assunto numa determinada aula, vá para casa,avance na madrugada, amplie, pesquise, se aprofunde. Desenvolva o seu espírito de pesquisador. No entanto, o que se vê é um marasmo de uns que entendem que o conteúdo tem que ser esgotado ali. O que se vê mais ainda, é um descompromisso e irresponsabilidade dos alunos que se encostam nas costas largas do papai e se convencem de que " TUDO POSSO NAQUELE QUE ME SUSTENTA".
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mario  10.05.12 07h18
enquanto tiver pegando aluno que teve nota no vestibular da faculdade media 2, media 4 vai serisso ai.....
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Erick Leonam  10.05.12 00h21
Muito se fala no prestigio das federais e no insucesso das particulares! Mas, em ambas que consegue passar na OAB em sua grande maioria são aqueles alunos dedicados, que possuíram um ensino médio regular e se não são de família classe média, possui alguém por trás que ajude. É duro, mas tem muitos alunos, sobretudo da particular que trabalha exaustivamente para possuir pelo menos um ensino superior e ganhar um pouco melhor somando-se seu ensino de base muito fraco. Um índice tão ruim nessa proporção não é culpa exclusiva do candidato, mas sim da educação pública de base e do nível das instituições de ensino superior. Sem contar, que uma prova que se passe decorando mais leia seca não deveria ser parâmetro para julgar alguém apto a ser um bom advogado! Resumindo, a UFMT está tão ruim quanto a UNIC... Eu estudei lá e muitos professores ao invés de ensinar nos enganavam com poucas palavras bonitas ou alívio na hora de exigir o mínimo aceitável!
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Juliana Lima  09.05.12 23h09
Concluí minha primeira graduação na UFMT e a segunda na UNIC, assim como fiz meus cursos de pós graduação em ambas. Logo, posso afirmar que a diferença entre uma e outra não reside apenas na personalidade jurídica. Vejamos: tanto na UFMT como na UNIC existem problemas estruturais; professores bons e ruins que, não generalizando, pecam pelo excesso de estrelismo e falta de didática. O ônus que o Operador do Direito tem em relação àqueles que cursam na UFMT que, aliás, "ainda" têm a graduação gratuita, porque os cursos de pós graduação são pagos pelo aluno. Na universidade privada o aluno, além de assumir pesadas mensalidades; precisam pagar os famigerados cursos preparatórios para o Exame de Ordem (1ª e 2ª fases.) Isso sem contar com os livros jurídicos que não são baratos. Mas, essa experiência me ensinou o seguinte: UNIVERSIDADE NÃO FORMA, ELA INFORMA. Quem FORMA é o aluno sério e comprometido com o curso que escolheu para ser bem sucedido profissionalmente.
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