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14.05.2012 | 17h30 Tamanho do texto A- A+

Ministra critica promoção de juiz a desembargador em MT

Eliana Calmon critica CNJ por favorecer Fernando Miranda, que tem problemas no TJ

MidiaNews

Para ministra Eliana, juiz Miranda vai engrossar lista de condenados do Tribunal de Justiça de MT

Para ministra Eliana, juiz Miranda vai engrossar lista de condenados do Tribunal de Justiça de MT

DA REDAÇÃO
"Pronto, agora vai se juntar aos outros bandidos que estão lá para tocar o horror". Segundo o site da Revista Veja, a frase foi dita pela ministra Eliana Calmon, corregedora nacional de Justiça, na última sessão plenária do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que decidiu promover o juiz Fernando Miranda ao cargo de desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, na semana passada.

A coluna "Radar Online", do jornalista Lauro Jardim, trouxe o desabafo da ministra no último sábado (12). Confira AQUI.

De acordo com a publicação, Calmon teria ficado muito irritada com a decisão dos conselheiros de anular o ato do TJ que negou a promoção de Fernando Miranda.

"Nesta semana, o CNJ agiu na contramão de decisões anteriores e resolveu promover a desembargador o juiz Fernando Rocha Miranda, às voltas com problemas disciplinares e na Justiça", diz a coluna de Jardim.

A referência citada pela ministra sobre "os outros bandidos", segundo a Veja, é acerca dos 11 magistrados (sete juízes e quatro desembargadores) mato-grossenses que foram aposentados compulsoriamente pelo CNJ, em 2010.

Eles são acusados de integrar um suposto esquema de desvio de dinheiro do Judiciário mato-grossense para favorecer uma cooperativa de crédito ligada à Maçonaria. Um desembargador foi acusado de prática de nepotismo.

Após a punição, eles conseguiram retornar ao cargo graças a uma liminar proferida pelo ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal. Entretanto, eles devem perder os cargos, já que o Supremo reafirmou os poderes do CNJ para julgar e processos magistrados na esfera disciplinar.

Por maioria, na semana passada, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu invalidar o ato administrativo do Tribunal de Justiça de Mato Grosso que recusou o nome do juiz Fernando Miranda da Rocha ao cargo de desembargador. Com essa decisão, o magistrado deverá ser conduzido ao cargo de desembargador no prazo de 10 dias.

“O que está sendo impugnando administrativamente é a proclamação da decisão que foi proferida após o julgamento e se verificou pela maioria, mas não qualificada, que ele não teria condições de ser alçado ao cargo de desembargador”, destacou o conselheiro Wellington Saraiva.

De acordo com o entendimento da maioria dos conselheiros, a recusa somente poderia ser feita por dois terços dos desembargadores, conforme estipula a Constituição Federal, fato que não ocorreu no julgamento, pois não atingiu o quórum suficiente.

Segundo as informações contidas nos autos, apenas 17 desembargadores participaram da votação que recusou o nome do juiz, sendo que eram necessários no mínimo 20 votos para a recusa.

“Se não houve recusa, houve a promoção do juiz. O juiz não foi recusado porque não teve quórum suficiente. (...) Ele é membro efetivo do Poder Judiciário e não serviria para desembargador se o quórum de dois terços fosse alcançado, o que não aconteceu”, explicou o presidente do CNJ, Carlos Ayres Britto.

Com essa decisão, a desembargadora Maria Erotides Kneipp deverá perder o cargo nos próximos dias, assim que o Tribunal for notificado pelo CNJ, já que ela entrou na vaga na qual o juiz Fernando Miranda foi recusado, sem respeitar os ditames da Constituição Federal.

Minoria

A ministra Calmon, que seguiu o voto vencido do relator Jorge Hélio, destacou que, no fato em questão, teria restado claro que o Tribunal de Mato Grosso não quis se comprometer com o caso.

“Aqui o Tribunal não quer se comprometer e os julgadores de bem não o aceitam. E nós vamos dar o aval para promover uma pessoa que tem uma folha corrida com irregularidades graves? A promoção dele será feita pelo CNJ?”, questionou ao proferir seu voto.

Recurso

Por maioria, os desembargadores que compõem o Pleno do Tribunal de Justiça de Mato Grosso autorizaram, na quinta-feira (10), o presidente Rubens de Oliveira Santos Filho a tomar as providências consideradas necessárias contra a decisão do Conselho Nacional de Justiça, que invalidou a recusa do nome do juiz Fernando Miranda ao cargo de desembargador.

“O Tribunal vai tomar as medias cabíveis que o caso requer junto ao Supremo Tribunal Federal”, declarou Oliveira.

No entendimento da maioria dos desembargadores presentes na sessão, o quórum de dois terços do número de desembargadores deveria ser considerado pela quantidade de cadeiras ocupadas naquele momento, ou seja, deveria ter sido considerado que o Tribunal tinha apenas 24 desembargadores, ao invés de 30.

Na época da eleição, quatro desembargadores estavam aposentados compulsoriamente pelo próprio CNJ e duas vagas estavam abertas, em função das aposentadorias dos desembargadores Díocles de Figueiredo (vaga disputada pelo juiz Miranda) e Paulo Inácio Dias Lessa (atual secretário de Estado de Justiça e Direitos Humanos).

Com reportagem de Laice Souza, do MidiaJur

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COMENTÁRIOS
8 Comentário(s).

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Luiz Antonio  15.05.12 10h52
Só faltava esta, agora está completo o pleno. Até aonde vamos aguentar? será que não temos homens públicos dotados de boas índoles? porque não começar a moralização pegando uma brecha nesta abertura? êta Brasil!...é MT, é MS é o Nordeste, é SP, é RJ. é AC, é RO..pqp....um dia seremos agraciados se Deus quizer...só ÊLE PODE.....E NOS PROVERÁ.....porque por aqui não temos que esperar mais nada......
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sandro barbosa  15.05.12 09h51
sandro barbosa, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas
Ary  15.05.12 09h35
Por Curupira: A ministra esta corretíssima, enfim alguém sensato e com com imparcialidade em nosso tribunal superior. Com idoneidade e sem amarras com esse sitema viciado que ai se encontra, e dizer a verdade que todos nós sabemos que existe. Ora, o nosso Tribunal de Justiça teve nada menos que 11 magistrado aposentados compulsóriamente por suspeita de corrupção, que inclusive retornaram ao cargo por força de uma liminar do STF´. Portante e nesse contexto que a Ministra fez o seu pronunciamento, referindo a esses 11 Mgistrados que todos nós sabemos das suas reputações, tanto é assim, que a banda saudável da nossa Corte já entrou com recurso pedindo seja revogada a decisão do SNJ. Parece que dizer a verdade tornou-se uma excepcionalidade nesta sociedade que vem se tornando cada vez mais hipócrita. Mas, ainda bem, que temos pessoas como a Ministra que não tem seu rabo preso com ninguém e vem de público explimir a sua indignação. PARABENS MINISTRA, PARABENS MEMBROS DO TJ QUE NÃO PACTUAM COM ESSA SUJEIRA TODA.
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luiz Carlos  15.05.12 08h46
luiz Carlos, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas
sandro barbosa  15.05.12 08h41
sandro barbosa, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas