A Polícia Federal cumpre, na tarde desta segunda-feira (6), mandado de busca e apreensão na sede da Aprosoja MT (Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso), no Centro Político Administrativo de Cuiabá.
As contas da entidade também foram bloqueadas.
A determinação é do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que acolheu um pedido da Procuradoria-Geral da República, no âmbito do inquérito sobre atos violentos e ameaça à democracia.
Conforme apurou a reportagem, os agentes estão recolhendo documentos e vasculhando computadores atrás de provas referentes a possíveil financiamento de atos antidemocráticos.
A manifestação pró-Bolsonaro deve ocorrer em todas as capitais do País nesta terça-feira (7), mas terão como polo Brasília e São Paulo.
Há ainda em cumprimento o bloqueio de saques das contas bancárias da instituição e também da Aprosoja Brasil, que tem como presidente o produtor rural mato-grossense Antônio Galvan.
Reprodução
Agentes da Polícia Federal vasculham a sede da Aprosoja Mato Grosso
Moraes alegou que os bloqueios são necessários “para coibir eventuais financiamentos dos atos antidemocráticos marcados para o próximo dia 7 de setembro”.
"[Determino] o bloqueio de saques de eventuais fundos em que essas pessoas jurídicas detenham participação, na proporção respectiva, até o dia 8.9.2021, quarta-feira", consta na decisão.
Galvan é investigado no inquérito sobre atos violentos e ameaça à democracia. Ele chegou a ter a sua residência vasculhada pela Polícia Federal no fim de agosto, em cumprimento de mandado e apreensão.
Ele é presidente da Aprosoja Brasil, e é acusado pela PGR de supostamente financiar por "meio de ativos alocados em pessoas jurídicas" atos antidemocráticos.
"À guisa de exemplo dessa organização, cita-se a utilização de receitas advindas da Aprosoja Nacional, e de possível uso da estrutura da APROSOJA-MT (de onde é originário o atual presidente e investigado) a serem destinadas aos apoiadores de atos antidemocráticos", justificou a PGR em seu pedido.
"Para tanto, seriam utilizados fundos (FETHAB e IAGRO) compostos por recursos públicos (contribuições), os quais, segundo documento dos autos, não possuem uma maior transparência nem têm sido destinado para suas finalidades originárias, mas sim, como capital para o financiamento de agentes para a realização das condutas antidemocráticas acima descritas", completou.
Inquérito
Reprodução
Viatura da PF em frente à Aprosoja Mato Grosso
A Polícia Federal cumpriu no dia 20 de agosto 29 mandados de busca e apreensão em todo País. Um deles foi em Sinop, na residência de Galvan.
Além dele, também foram alvos outras nove pessoas: o cantor Sérgio Reis, o deputado federal bolsonarista Otoni de Paula (PSC-RJ), o cantor Marcos Antônio Pereira Gomes, conhecido como “Zé Trovão”, o cantor Eduardo Araújo, Wellington Macedo de Souza, Alexandre Urbano Raitz Petersen, Turíbio Torres, Juliano da Silva Martins e Bruno Henrique Semczeszm.
No despacho, Moraes proibiu que o grupo – exceto o deputado - se aproxime no raio de um quilômetro da Praça dos Três Poderes, em Brasília (DF).
O grupo planeja realizar um protesto no dia 7 de setembro, comemoração da Independência do Brasil, justamente na sede dos Poderes na Capital Federal.
Galvan entrou na mira do STF após realizar uma reunião em que o cantor Sérgio Reis defendeu o afastamento dos ministros da corte pelo Senado Federal.
No áudio, uma conversa com um amigo que veio a público no fim de semana, Reis disse que "se em 30 dias não tirarem os caras nós vamos invadir, quebrar tudo e tirar os caras na marra. Pronto. É assim que vai ser. E a coisa tá séria".
Reis também falou de uma reunião que teve com o próprio presidente Jair Bolsonaro e com militares "do Exército, da Marinha e da Aeronáutica", em que informou o que faria.
O outro lado
A Aprosoja Brasil, por meio de nota, se manifestou sobre a decisão. Leia abaixo.
As contas da Aprosoja Brasil seguem rigorosas regras de compliance. Desta forma, não foi e nem pode ser feita nenhuma movimentação irregular nas contas da entidade, pois os gastos são utilizados estritamente com as atividades fim da Aprosoja Brasil.
Entre no grupo do MidiaNews no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).
11 Comentário(s).
|
Julio 06.09.21 20h54 | ||||
E viva a censura prévia!! Ainda bem que vivemos num país "democrático"... | ||||
|
Marcos Oliveira 06.09.21 19h21 | ||||
A Aprosoja hoje envergonhando todo o Estado de Mato Grosso. De entidade formada por respeitados e grandes empresários, tornou-se puxadinho da Famílicia Bolsonaro, apoiando atos antidemocrático a e envergonhando toda uma classe em empresários que tanto contribuem para o crescimento do Brasil. Uma lástima é uma enorme vergonha seu presidente e a ferida imunda que este está causando em todos da Aprosoja. | ||||
|
Roger 06.09.21 18h36 | ||||
Será que os da esquerda vão continuar defendendo o Moraes quando ele começar a pegar no pé do Lula? Até agora não estou acreditando que esse senhor pode voltar a presidir o Brasil,impressionante a ignorância desse povo, como pode isso meu Deus. | ||||
|
Rodrigues 06.09.21 17h00 | ||||
Resposta ao senhor "Roberto". Leu a decisão do magistrado, ou está apenas especulando? O senhor Galvan, presidente de Aprosoja, já esperava por isso, ele está envolvido até o pescoço em erros. Outra coisa, o ministro apenas atendeu o pedido feito pela PGR. Por favor, não cause mais confusão. | ||||
|
joao 06.09.21 16h08 | ||||
É isto aí ministro. | ||||
|