A vereadora de Nova Monte Verde, Eliana Klitzke Lauvers (PSD), e seu marido Audrei Valério Prudência de Oliveira, teriam sido beneficiados com créditos florestais fraudados na ordem de R$ 19,46 milhões.
A informação consta nas denúncias relativas à Operação Dríades, oferecidas pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) e pelo Núcleo de Ações de Competências Originárias (Naco), na última segunda-feira (17).
Segundo a denúncia, Eliana é prima do deputado Mauro Savi (PSB). O deputado, todavia, negou qualquer parentesco com ela.
O suposto esquema, em tese liderado por Savi e pelo então deputado José Riva, teria fraudado créditos florestais na ordem de R$ 104 milhões, entre 2014 e 2015, por meio da inserção de dados falsos no sistema Sisflora (Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais), que geravam créditos indevidos a madeireiras.
Além de Riva e Savi, também foram denunciados: Juliana Aguiar da Silva (servidora da Sema) e seu marido Wladis Borsato Kuviatz ; Fabricia Ferreira Pajanoti e Silva (assessora de Mauro Savi); Jacymar Capelasso (ex-assessora de Riva); Paulo Miguel Renó (servidor da Sema, em Cuiabá); Eliana Klitzke Lauvers (prima de Mauro Savi e vereadora de Nova Monte Verde) e seu marido Audrei Valério Prudêncio de Oliveira.
Conforme a denúncia, duas empresas pertencentes a Audrei Oliveira foram beneficiadas pelo inserção dos créditos inexistentes.
O Gaeco e o Naco narraram que, em junho de 2014, a assessora de Mauro Savi, Fabrícia Pajanotti, intermediou um encontro entre Eliana Lauvers e a servidora Juliana Aguiar da Silva, responsável pela inserção dos dados falsos no sistema Sisflora da Sema.
A reunião teria ocorrido no gabinete de Mauro Savi, ocasião em que, segundo a denúncia, Eliana Lauvers se apresentou em nome de seu marido Audrei Oliveira.
“Os autos do inquérito revelam que nesta oportunidade Eliana Lauvers solicitou a Juliana Aguiar que procedesse à inserção de créditos florestais falsos no sistema informatizado da Sema-MT em favor da empresa Madeval Indústria e Comércio de Madeiras Ltda ME, o que se ajustou com a intermediação de Fabrícia Pajanotti”.
Conforme o Gaeco, a assessora Fabrícia Pajanotti ficou com a função de receber os pedidos de inserção e repassá-los a Juliana Aguiar que, por sua vez, teria inserido os dados falsos no sistema.
“Tudo em troca da contrapartida de vantagem ilicita da ordem R$ 30,00 por metro cúbico inserido, que seria recebida
através de Wladis Borsato Kuviatz e repassada por Juliana Aguiar a Fabrícia Pajanoti”.
O mesmo esquema teria ocorrido quando da inserção de dados falsos em favor da empresa Babilônia Comércio e Exportação Ltda – ME, também pertencente a Audrei Oliveira.
Créditos inseridos
Em favor da empresa Madeval, foram inseridos créditos florestais de 16.600 m³. Já a empresa Babilônia foi beneficiada com 11.200 m³.
O Gaeco afirmou que o valor médio do metro cúbico dos créditos é de R$ 700.
Assim, com base nesta estimativa, a Madeval recebeu R$ 11.620.000 e a Babilônia R$ 7.840.000, um total de R$ 19.460.000 em créditos às empresas do marido de Eliana Lauvers.
Caso tenha havido o recebimento, a título de propina, de R$ 30 por m³, a organização criminosa teria lucrado R$ 835,8 mil com a inserção de créditos falsos às duas madeireiras.
Outro lado
A redação não conseguiu entrar em contato com a vereadora Eliana Lauvers ou com seu marido Audrei Oliveira.
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1 Comentário(s).
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airton 19.10.16 09h58 |
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