Cuiabá, Terça-Feira, 1 de Julho de 2025
ESQUEMA NA SEMA
19.10.2016 | 08h37 Tamanho do texto A- A+

MPE: prima de Savi teria sido beneficiada com R$ 19,4 milhões

Empresa do marido de Eliana Lauvers teria recebido créditos inexistentes

MidiaNews

Mauro Savi e Eliana Lauvers (em destaque) foram denunciados pelo MPE

Mauro Savi e Eliana Lauvers (em destaque) foram denunciados pelo MPE

LUCAS RODRIGUES
DA REDAÇÃO

A vereadora de Nova Monte Verde, Eliana Klitzke Lauvers (PSD), e seu marido Audrei Valério Prudência de Oliveira, teriam sido beneficiados com créditos florestais fraudados na ordem de R$ 19,46 milhões.

 

A informação consta nas denúncias relativas à Operação Dríades, oferecidas pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) e pelo Núcleo de Ações de Competências Originárias (Naco), na última segunda-feira (17).

 

Segundo a denúncia, Eliana é prima do deputado Mauro Savi (PSB). O deputado, todavia, negou qualquer parentesco com ela.

Eliana Lauvers solicitou a Juliana Aguiar que procedesse à inserção de créditos florestais falsos no sistema informatizado da Sema-MT

 

O suposto esquema, em tese liderado por Savi e pelo então deputado José Riva, teria fraudado créditos florestais na ordem de R$ 104 milhões, entre 2014 e 2015, por meio da inserção de dados falsos no sistema Sisflora (Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais), que geravam créditos indevidos a madeireiras.

 

Além de Riva e Savi, também foram denunciados: Juliana Aguiar da Silva (servidora da Sema) e seu marido Wladis Borsato Kuviatz ; Fabricia Ferreira Pajanoti e Silva (assessora de Mauro Savi); Jacymar Capelasso (ex-assessora de Riva); Paulo Miguel Renó (servidor da Sema, em Cuiabá); Eliana Klitzke Lauvers (prima de Mauro Savi e vereadora de Nova Monte Verde) e seu marido Audrei Valério Prudêncio de Oliveira.

 

Conforme a denúncia, duas empresas pertencentes a Audrei Oliveira foram beneficiadas pelo inserção dos créditos inexistentes.

 

O Gaeco e o Naco narraram que, em junho de 2014, a assessora de Mauro Savi, Fabrícia Pajanotti, intermediou um encontro entre Eliana Lauvers e a servidora Juliana Aguiar da Silva, responsável pela inserção dos dados falsos no sistema Sisflora da Sema.

 

A reunião teria ocorrido no gabinete de Mauro Savi, ocasião em que, segundo a denúncia, Eliana Lauvers se apresentou em nome de seu marido Audrei Oliveira.

 

“Os autos do inquérito revelam que nesta oportunidade Eliana Lauvers solicitou a Juliana Aguiar que procedesse à inserção de créditos florestais falsos no sistema informatizado da Sema-MT em favor da empresa Madeval Indústria e Comércio de Madeiras Ltda ME, o que se ajustou com a intermediação de Fabrícia Pajanotti”.

 

Conforme o Gaeco, a assessora Fabrícia Pajanotti ficou com a função de receber os pedidos de inserção e repassá-los a Juliana Aguiar que, por sua vez, teria inserido os dados falsos no sistema.

 

“Tudo em troca da contrapartida de vantagem ilicita da ordem R$ 30,00 por metro cúbico inserido, que seria recebida

através de Wladis Borsato Kuviatz e repassada por Juliana Aguiar a Fabrícia Pajanoti”.

 

O mesmo esquema teria ocorrido quando da inserção de dados falsos em favor da empresa Babilônia Comércio e Exportação Ltda – ME, também pertencente a Audrei Oliveira.

 

Créditos inseridos

 

Em favor da empresa Madeval, foram inseridos créditos florestais de 16.600 m³. Já a empresa Babilônia foi beneficiada com 11.200 m³.

 

O Gaeco afirmou que o valor médio do metro cúbico dos créditos é de R$ 700.

 

Assim, com base nesta estimativa, a Madeval recebeu R$ 11.620.000 e a Babilônia R$ 7.840.000, um total de R$ 19.460.000 em créditos às empresas do marido de Eliana Lauvers.

 

Caso tenha havido o recebimento, a título de propina, de R$ 30 por m³, a organização criminosa teria lucrado R$ 835,8 mil com a inserção de créditos falsos às duas madeireiras.

 

Outro lado

 

A redação não conseguiu entrar em contato com a vereadora Eliana Lauvers ou com seu marido Audrei Oliveira.

 

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airton  19.10.16 09h58
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