Revista semanal trouxe uma pesquisa feita pelo Instituto Quaest com cerca de 10 mil pessoas de todos os estados do país. O resultado da pesquisa mata a ideia de que o Brasil está politicamente polarizado entre esquerda e direita, entre Lula e Bolsonaro. Não é bem assim.
Somente 11% do eleitorado, ou algo como 18 milhões de pessoas, se dizem de esquerda ou direita e seguem os princípios de cada um desses lados da politica no país. A pesquisa mostra que 54%¨da população não tem nenhuma paixão politica, ideológica ou se ligam a partidos políticos. A impressão que se tem hoje no Brasil é que existe uma enorme polarização entre lados e não é nada disso.
Aquele 54% da população ou 88 milhões de brasileiros são classificado como “invisíveis” e totalmente fora da polarização. Os radicais de esquerda são 5% da população e os da direita 6%. Tem um percentual de 14%, não esquerda e nem direita, que vota no lula. Do outro lado, 21% se identificam mais com candidatura da direita, sem paixão nenhuma também.
Esses não estão engajados em redes sociais, como estão aqueles percentuais mais a esquerda ou direta. Esses invisíveis querem melhor educação, saúde pública e melhora na área social. Algo como 24% dos chamados invisíveis não querem em 20216 nem Lula e nem Bolsonaro como candidato.
Enfim, a polarização é entre grupos menores e parece que é gigante. Um dos motivos, como já colocado, é o alto engajamento desses dois grupos na mídia social. Até um tempo atrás os mais a direita usavam mais que qualquer grupo a mídia social. De uns tempos para cá também os mais á esquerda passaram a usar esse meio para atingir seus objetivos políticos.
Vindo para o dia a dia da política nacional. A esquerda, se nada de anormal acontecer, já teria um nome para a disputa presidencial em 2026: Lula da Silva. Ele confirma isso. E porque também não há outro nome naquela área politica para a disputa. Se alguma coisa acontecesse com o Lula e ele não pudesse ser candidato por esse bloco não se tem nome para substituí-lo. Falam vagamente em Fernando Haddad e que muitos não veem nele força ou carisma para um enfrentamento maior em 2026.
No lado da direita politica aparecem vários nome com pretensão de substituir Bolsonaro como candidato em 2026. E a disputa se acirra cada dia mais desde que o ex-presidente não pode, por decisões judiciais, participar daquele embate politico.
Um deles, Ronald Caiado, governador de Goiás, até já está em movimentação pelo país se mostrando como um dos nomes desse grupo. Falam ainda em Romeu Zema, ex-governador de Minas Gerais e Ratinho Junior do Paraná. O nome, em tese, que mais agregaria a direita seria o de Tarcísio de Freitas, governador de são Paulo.
Nenhum nome da direita teria força para enfrentamento com Lula se não tiver o apoio direto de Jair Bolsonaro. Será que ele, ao invés desses nomes, se voltaria para a candidatura do filho, Flavio Bolsonaro ou da esposa, Michele, para presidente, para não deixar o espólio politico para nenhum daqueles nomes ali de cima? O tempo dirá
Alfredo da Mota Menezes é analista político.