ANA ADÉLIA JÁCOMO
DA REDAÇÃO
A esposa do presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, vereador Júlio Pinheiro (PTB), Gisely Carolina Lacerda Pinheiro, protocolou, nesta quinta-feira (12), uma declaração pública na qual afirma que não foi agredida pelo marido.
Na carta, Gisely diz que veio a público para deixar claro que o episódio que a envolveu e ao marido "se situa na esfera pessoal, desentendimento de marido e mulher". Ela lamentou que o assunto tenha tomado "proporções maiores que o esperado".
"Muito ou só pelo fato de meu marido ser um homem público. Não estou deixando de lado o ato, mas reitero que, em momento, algum fui agredida ou tive a minha integridade física ameaçada pelo meu marido”, diz ela, em um trecho da declaração.
“Para mim o assunto encerra-se aqui, fui à polícia como cidadã diante de um quadro, que a principio poderia ser mais grae, meu marido estava de fato mais alterado que o normal e busquei o amparo da autoridade policial (...); entendo a preocupação dos que desejariam que eu fizesse um ato amparado por lei específica de violência contra a mulher, mas, repito, não fui vítima de violência de maneira alguma”, diz, em outro trecho
(leia a íntegra abaixo).
Na Sexta-Feira da Paixão (6), conforme informações da Polícia, o vereador chegou em casa, por volta das 3 horas da madrugada, alcoolizado, e, como não conseguia entrar em casa porque a esposa não abria a porta, começou a jogar pedras nas janelas.
Segundo o Boletim de Ocorrência, feito mediante declarações de Gisely, Pinheiro correu atrás dela com um garfo de churrasco, supostamente na tentativa de agredi-la.
A Polícia Militar foi chamada por vizinhos para conter os ânimos do parlamentar, que foi encaminhado à delegacia.
Na segunda-feira (9), Pinheiro assimiu, publicamente, durante entrevista coletiva, que é alcoólatra e que se excedera na bebida, antes de chegar em casa, na madrugada do feriado.
Diante da repercussão negativa, com membros da sociedade pedindo a cassação do presidente, Gisely Pinheiro afirma, no documento, afirma que o desentendimento foi um "ato isolado" e que seu casamento, de 14 anos, sempre foi "respeitoso".
“Meu casamento é sólido, meu relacionamento é estável e não quero, de forma alguma, fazer deste episódio uma ação de desavença perene. Agradeço a todos que nos levaram gestos e palavras de amizade. A única coação que sofri, até aqui, foi a de dar à minha consciência a paz e serenidade do meu gesto, coisa que espero que se reforce com esta declaração pública”, completa.
"Machista" e "covarde"Na quarta-feira (11), a União Brasileira de Mulheres de Mato Grosso (UBM/MT), com o apoio de outras 38 entidades, se manifestou publicamente pelo enquadramento de Júlio Pinheiro no crime de Quebra de Decoro Parlamentar e que tenha seu mandato cassado.
No documento, as entidades condenam a atitude "machista e covarde do vereador", acusado de tentar agredir a esposa, após se exceder no consumo de bebida alcoólica, no fim de semana passado.
E acrescentam que, diante do escândalo, o parlamentar "perdeu a condição ética e moral para continuar como presidente do Poder Legislativo Municipal e, até mesmo, a condição de vereador, por quebra de decoro parlamentar".
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