ANA ADÉLIA JÁCOMO
DA REDAÇÃO
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) decidiu adiar a entrega do relatório final sobre o superfaturamento de R$ 1,1 milhão, ocorrido na Câmara Municipal de Cuiabá, durante as obras de reforma na Casa, em 2009, na gestão do vereador Deucimar Silva (PP).
Todos os indiciados deveriam apresentar suas defesas em 10 dias, o prazo encerrrrou-se nesta terça-feira (17) e não houve tempo para a comissão concluir o documento. A previsão é de que a CPI apresentará as conclusões em plenário na quinta-feira (19).
O arquiteto Alexandre Lopes Simplício, proprietário da Alos Construtora, que foi contratada para executar as obras, entregou na segunda-feira (16), por meio de seus advogados, a defesa por escrito .
O depoimento do empreiteiro era um dos mais aguardados, durante as oitivas. Contudo, ele não compareceu pessoalmente para prestar declarações. O teor do documento entregue à comissão não foi revelado.
A CPI indiciou nove pessoas, entre elas, o ex-presidente Deucimar Silva.
Em entrevistas, na semana passada, o vereador se mostrou confiante com o final das investigações e continua mantendo a versão de que somente pagou pelos serviços prestados - cerca de R$ 3 milhões –, e que foi autorizado pelo setor financeiro da Casa a quitar os débitos.
Ele continua desmentindo o engenheiro civil Carlos Anselmo, que foi cedido na época pela Secretaria de Habitação, sob João Emanuel (PSD).
O engenheiro disse, em seu depoimento, que apenas teria assinado as planilhas, mas que não fez nenhum projeto e tampouco ajudou nas obras.
Deucimar, no entanto, chegou a chamá-lo de "mentiroso" e garantiu que ele fez tudo, inclusive, as planilhas que apresentaram sobrepreços de produtos e serviços, conforme auditorias do Tribunal de Contas do Estado e do Crea/MT.
Os outros notificados pela CPI são os membros da comissão de licitação da Câmara, Alfredo Alves de Moura Filho, Mauro Uemura, Izanete Gomes da Silva e Circe da Guia Medeiros Couto, e a assessora Sinara Marcondes Moura de Oliveira.
O presidente de Licitação da Secretaria de Fazenda (Sefaz), Válidos Augusto Miranda, que foi apontado como responsável pela confecção do edital, também responderá à comissão.
Leia mais sobre o caso
aqui.
