O procurador-geral de Justiça Paulo Prado defendeu que os presidentes dos Poderes se reúnam e busquem uma saída diante do anúncio do Governo do Estado de que não irá conseguir pagar em dia o repasse da quarta parcela mensal do duodécimo (repasses constitucionais).
A transferência dessa parcela, que totaliza R$ 122 milhões e é usada para pagamento de folha de pessoal dos Poderes, deveria ser feita até o próximo dia 26. Mas o Executivo já adiantou que o pagamento ocorrerá somente em 10 de dezembro.
Nesta quinta-feira (17), o governador Pedro Taques (PSDB) se reuniu com Prado e com o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Paulo da Cunha, para tratar do assunto.
“O governador se reuniu individualmente com os presidentes. Para mim, ele disse que esperava entrada do dinheiro do FEX, de valores da repatriação e esses recursos não entraram no caixa do Governo. Se não entrar até final do mês, ele disse que só vai conseguir fazer o repasse no próximo dia 10”, disse o procurador Paulo Prado.
Parte de membros do MPE defende que a instituição ingresse com um mandado de segurança na Justiça para tentar bloquear as contas do Governo e obrigá-lo a fazer o repasse.
“Agora vou propor uma reunião com os presidentes dos demais Poderes. De que adianta entrar com uma ação na Justiça e não encontrar dinheiro em caixa?”, questionou o procurador.
Prado espera se reunir, até a próxima semana, com os presidentes da Assembleia Legislativa, deputado Guilherme Maluf (PSDB), do Tribunal de Contas do Estado, conselheiro Antônio Joaquim, e com o desembargador Paulo da Cunha para “alinhar um entendimento”.
TAC
Ainda segundo Prado, o governador já adiantou que existe a possibilidade de que o Executivo também não consiga honrar, até o próximo dia 30, com o pagamento dos primeiros R$ 149 milhões relativos ao termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre o Governo e os Poderes.
Em setembro, Taques anunciou o parcelamento em sete vezes os repasses do duodécimo, que estavam atrasados desde julho. Ao todo, são R$ 298 milhões, referentes aos meses de julho e agosto.
Pela proposta, seriam repassados 50% até 30 deste mês. A outra metade tem previsão de ser paga entre os meses de janeiro e junho de 2017 ou quando o Estado tiver caixa.
“O governador já adiantou que provavelmente não conseguirá pagar na data prevista. Sobre isso ele deverá se pronunciar ainda. E, se não tiver como pagar mesmo, ele irá solicitar a prorrogação do prazo firmado por meio do TAC”, afirmou o procurador de Justiça.
Atraso
Segundo a Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz), o atraso no pagamento do duodécimo ocorre em razão de dificuldades no fluxo de caixa do Executivo. A Sefaz confirma um aumento de 15% na arrecadação do Estado no segundo quadrimestre deste ano, o que não está sendo suficiente para cumprir com as despesas.
Além disso, uma série de fatores estaria contribuindo para o adiamento do pagamento. Um exemplo é o aumento de 21,5% na folha de pagamento, que saltou de 7,7 bilhões em 2015, para 9,3 bilhões neste ano.
Segundo a Sefaz, esse montante equivale a 70% da receita própria do Estado.
Também houve uma elevação no repasse aos Podres, que passou de 1,7 bilhão ano passado, para 2,3 bilhões em 2016.
Os repasses mensais à Saúde também saltaram, segundo a Sefaz, de R$ 35 milhões para R$ 65 milhões.
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6 Comentário(s).
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Gilmar Brunetto 18.11.16 21h55 | ||||
O procurador geral Paulo Prado, deveria se reunir com os presidentes dos outros poderes para propor o fim das mordomias acabando com os vergonhos auxilios. | ||||
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alexandre 18.11.16 17h03 | ||||
Na LDO que o taxis fez junto da equipe POP STAR, art 17 a 19, aumentou o repasse pros Poderes, tem por base todas as receitas, esse foi o erro , mas tem receitas que são vinculadas, portanto não podem ir para os Poderes gastar. orçamento não é dinheiro é premissa básica. | ||||
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Jean Barros 18.11.16 14h56 | ||||
Os dados repassados estão truncados, senão vejamos: os repasses da saúde e do duodécimo dos poderes são em razão da receita corrente líquida do Estado. Assim, se houver aumento de receita, aumenta o numerário desses repasses, se, por outra via, ocorrer diminuição na receita corrente líquida ocorrerá então a diminuição desses numerários. Pelo visto houve um incremento de 15% na receitas então no mesmo percentual devem ser elevados os numerários dos poderes. | ||||
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joaoderondonopolis 18.11.16 12h45 | ||||
Adianta sim, entrar na Justiça, emboras o estado não tem dinheiro no caixa, mas os valores que forem creditando, fica retido o governador impedido de sacar. | ||||
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alexandre 18.11.16 10h25 | ||||
Teve aumento de repasse aos Poderes de 600 milhões, revoga e paga somente o certo. | ||||
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