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PARALISAÇÃO
28.05.2019 | 10h43 Tamanho do texto A- A+

“Governo não tem a menor condição de atender reivindicações”

Mendes diz que aumentos implicam gastos de R$ 200 milhões e nega falta de diálogo com servidores

Alair Ribeiro/MidiaNews

O governador Mauro Mendes: Governo não tem dinheiro em caixa

O governador Mauro Mendes: Governo não tem dinheiro em caixa

DOUGLAS TRIELLI E CÍNTIA BORGES
DA REDAÇÃO

O governador Mauro Mendes (DEM) afirmou não ter como atender as reivindicações dos profissionais da Educação, que estão de greve desde segunda-feira (27).

 

Em conversa com a imprensa, nesta terça-feira (28), o democrata disse não ter de onde tirar R$ 200 milhões para cumprir a lei da dobra do poder de compra - aprovada em 2013, na gestão do ex-governador Silval Barbosa - que dá direito a 7,69% a mais anualmente na remuneração durante 10 anos.

 

“Eu lamento profundamente a greve da Educação. É extremamente lamentável isso no momento em que Mato Grosso faz um esforço grande para se recuperar. Todos sabem a dura situação em que recebemos o Estado no mês de janeiro, com metade das viaturas da Segurança fora das ruas por falta de pagamento; 13º atrasado; 11 mil fornecedores sem receber; caos na Saúde”, enumerou.

 

“Se nós estamos com dificuldade financeira, como podemos autorizar um aumento que vai representar R$ 200 milhões? De onde vamos tirar esse dinheiro? A gente não vive só dos nossos desejos e sonhos. Neste momento, lamentavelmente, o Estado de Mato Grosso não tem a menor condição de atender a reivindicação dos professores”, afirmou.

 

Se nós estamos com dificuldade financeira, como podemos autorizar um aumento que vai representar R$ 200 milhões?

Mendes confirmou que os grevistas terão o ponto cortado por conta de uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), de 2016, que estabeleceu o corte assim que os servidores se ausentarem do seu expediente em razão de greve.

 

Negou haver falta de diálogo com a categoria. Segundo ele, ao menos dois encontros ocorreram somente na semana passada.

 

E ressaltou que menos da metade das escolas do Estado aderiram à greve (leia mais AQUI).

 

“Poderíamos entrar na Justiça para derrubar a lei do aumento, mas apenas dissemos que não tem condição e no dia que tiver condição, podemos dar esse aumento. Mas hoje não tem a menor condição”, disse.

 

“Esse debate já foi feito em janeiro em relação à RGA (Revisão Geral Anual) e a mesma coisa agora com os profissionais da Educação. Não tem condição, não tem de onde tirar esse aumento para pagar. Se dermos esse aumento, seguramente íamos aumentar o atraso de salário ou complicar ainda mais a péssima estrutura da Educação”, afirmou.

 

Greve geral

 

O governador afirmou que não deve mudar o discurso mesmo que haja uma greve geral do funcionalismo público. O Fórum Sindical deve deliberar nas próximas semanas assembleias para que seja discutida essa possibilidade. Os servidores pedem o pagamento da RGA.

 

“Eu vou dizer a mesma coisa. Não é porque outras categorias estão falando que isso muda o jogo. [Greve geral] vai resolver o problema? Querem que eu faça o quê? Que dê o aumento de qualquer jeito e crie um caos maior?”, questionou.

 

“A saída é o que estamos fazendo. Tem outra? Vamos ceder quando o filho se joga no chão, faz birrinha? Não. Lamentavelmente, neste momento, temos uma dificuldade grande no Estado. E eu tenho que falar a verdade e é o que estou fazendo. Não temos condição. Estão lá os números abertos para todos verem”, completou.

 

Greve na Educação

 

Em assembleia que aprovou a greve, os profissionais da Educação apontaram que a paralisação é resultado das ações do Governo em relação à Revisão Geral Anual (RGA), ao escalonamento salarial e ao descumprimento da lei que prevê a dobra do poder de compra nos salários dos professores.

 

A lei, aprovada em 2013 na gestão do ex-governador Silval Barbosa, dá direito a 7,69% a mais anualmente na remuneração dos professores, além da RGA, durante 10 anos.

 

A categoria pede que o Governo faça um calendário para melhorar a infraestrutura das escolas, pague a lei da dobra do poder de compra, além de exigir a RGA, realização de concurso público e o não escalonamento da folha salarial.

 

Leia mais sobre o assunto:

 

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