O ex-presidente estadual do PSDB, deputado federal Nilson Leitão, afirmou que o posicionamento do governador Pedro Taques, que cogitou deixar a legenda, foi um "ato momentâneo". Segundo Leitão, o chefe do Executivo estadual não deve deixar o partido.
A possibilidade de saída de Taques passou a ser cogitada após Leitão manifestar interesse em ser candidato ao Senado Federal no próximo ano. O governador teria visto a eventual candidatura do parlamentar como prejudicial ao seu projeto de reeleição, tendo em vista que o PSDB abrigaria dois nomes em chapas majoritárias em 2018.
Leitão, que deixou a presidência do PSDB na última sexta-feira (10), comentou que recebeu com tranquilidade a informação de que Taques poderia deixar o PSDB.
“Recebi [a informação sobre a possível saída de Taques] como um posicionamento momentâneo. Não acredito que essa seja a vontade dele. Talvez seja algo colocado naquele momento".
"Então, quando se trata de uma discussão ou debate entre correligionários, não se pode potencializar isso”, declarou, durante a cerimônia de posse do ex-vereador Paulo Borges, eleito novo presidente estadual do PSDB.
O parlamentar comentou que Taques possui descontentamentos com o partido – Leitão não entrou em detalhes sobre o assunto – e destacou que a legenda também está descontente com algumas situações do Governo.

“O descontentamento é, principalmente, na saúde. Não com o governador, mas com a Secretaria de Saúde do Estado, porque é muito ruim. Quero que mude o sistema da saúde. O nome do secretário pouco importa, mas a saúde tem que melhorar”, disse.
Ele não confirmou se pretende disputar o Senado no próximo ano. Porém, o parlamentar declarou que o PSDB tem interesse em lançar candidato ao cargo, assim como pretende apoiar a reeleição de Taques.
“Isso não é segredo pra ninguém. Quando a gente quer alguma coisa, a gente faz. Quando não quer, a gente tem desculpa. Há muitos históricos de governador e senador no mesmo partido, como Jayme com Júlio e Dante com Antero. Isso não é desculpa. O partido tem que querer e ter escopo político para isso. É importante que isso seja colocado no partido. É uma vontade da grande maioria de seus filiados”, comentou.
O ex-presidente regional do PSDB negou que tenha conversado com Taques sobre a possibilidade de disputar uma vaga no Senado. Entretanto, Leitão garantiu que o governador nunca reclamou da possibilidade.
“Todas as vezes em que tratei sobre o assunto do Senado com o governador, foi na presença de outras lideranças, como Jayme Campos, o presidente da Assembleia, Eduardo Botelho, o vice-governador, Carlos Fávaro. Não foi nada às escondidas. Então, é um desejo do partido ter essa candidatura. Isso não é um debate para agora, mas para 2018. Não é uma pauta que tive com o governador”.
Segundo o deputado federal, mesmo com as notícias e o descontentamento do governador, não houve nenhuma discussão interna no PSDB para debater um novo nome para disputar o Governo do Estado em 2018, caso Taques deixe o partido.
“Não houve discussão de plano B, porque quem tem governo não tem plano B. Temos o governador como plano A ou plano B”, disse.
Em caso de o governador deixar a legenda, o ex-presidente estadual do PSDB minimizou a situação. Segundo ele, mesmo sem o chefe do Executivo estadual no grupo, o partido continuará crescendo.

“Tem que ter muita calma nessa hora e esperar o que desejar fazer. O partido vai continuar existindo, independente dos nomes e sobrenomes. Governos passam e o importante é que os partidos cresçam independente de quem esteja nele”, afirmou.
Novo presidente do PSDB
O parlamentar informou que as questões sobre o futuro político do governador no PSDB somente serão debatidas quando ele retornar da viagem que faz à China e à Alemanha.
“Quem vai tratar sobre esse assunto agora é o novo presidente do PSDB, Paulo Borges”, declarou.
Por fim, Leitão rebateu as informações de que um dos descontentamentos de Taques com o PSDB seria a eleição de Borges como novo presidente da legenda. Nos bastidores, comentou-se que o parlamentar gostaria que um de seus aliados, entre eles a secretária-adjunta da Casa Civil, Paola Reis – que se tornou segunda secretária da legenda –, assumisse o cargo.
“O governador não vetou, por nenhum momento, o nome do Paulo. Ele não disse que não queria o Paulo, muito pelo contrário. Eles são amigos de infância e não possuem nenhum tipo de problema. A chapa foi totalmente equilibrada”.
“O PSDB está acima do Nilson Leitão ou do governador Pedro Taques. O partido somos todos nós”, concluiu.
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