Cuiabá, Domingo, 23 de Novembro de 2025
“FAREMOS ORAÇÃO”
23.11.2025 | 08h13 Tamanho do texto A- A+

Prisão de Bolsonaro pega aliados de surpresa e dificulta mobilização

Poucas pessoas foram à porta da PF e à vigília organizada por Flávio Bolsonaro

Reprodução

Flávio Bolsonaro conversa com apoiadores na vigília organizada em favor de seu pai

Flávio Bolsonaro conversa com apoiadores na vigília organizada em favor de seu pai

CAIO SPECHOTO E LUANY GALDEANO
DA FOLHAPRESS

A prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pegou aliados de surpresa, dificultando uma maior mobilização do eleitorado do político contra a decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes neste sábado (22). A primeira reação do núcleo mais próximo do ex-presidente foi de recorrer a discursos religiosos para tentar dar coesão à parcela bolsonarista da população.

Faremos oração pela saúde do meu pai, por justiça, para trazer lucidez às autoridades desse país para não criminalizarem uma simples vigília

 

Apoiadores do ex-presidente se aglomeram em frente à Polícia Federal em Brasília, para onde Bolsonaro foi levado pela manhã. Também estuveram à noite em uma vigília organizada pelo filho mais velho do político, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). O público somado ficou em algumas centenas de pessoas.

 

Ao chegar à vigília, Flávio disse que não se tratava de um ato político, mas de uma reunião religiosa. "Faremos oração pela saúde do meu pai, por justiça, para trazer lucidez às autoridades desse país para não criminalizarem uma simples vigília", declarou o senador.

 

A vigília organizada por Flávio foi mencionada por Alexandre de Moraes como um dos motivos para a prisão de Jair Bolsonaro, que já estava detido em casa também por decisão judicial. Ao longo do sábado, o senador reforçou a divulgação do ato nas redes sociais.

 

Carlos Bolsonaro (PL), irmão de Flávio e vereador no Rio de Janeiro, também compareceu à vigília. Além deles, políticos como o senador Rogério Marinho e os deputados Helio Lopes (PL-RJ) e Bia Kicis (PL-DF). Os deputados Marcel van Hattem (Novo-RS) e Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) chegaram atrasados porque não estavam em Brasília no começo do dia.

 

Sóstenes, que também é líder do PL, afirmou que a mobilização popular pró-Bolsonaro não é maior por medo.

 

"As pessoas estão com medo, se não estariam tudo na porta da PF igual foi feito com o Lula. Não fazem porque têm certeza que se forem para lá serão presos. Que é assim que o Alexandre de Moraes ditador atua para intimidar o povo", declarou o deputado.

 

A menção ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é porque, em 2018, Lula foi preso sob fortes protestos de seus apoiadores. Grupos petistas fizeram uma vigília ao lado do local onde ele ficou detido, em Curitiba, durante todo o tempo de prisão.

 

A vigília pró-Bolsonaro foi realizada a algumas centenas de metros da porta do condomínio onde o ex-presidente mora. Havia um pequeno trio elétrico, mas nenhum dos políticos presentes subiu para discursar. Todos falavam do chão, junto dos apoiadores, e o equipamento apenas amplificava as vozes e tocava músicas religiosas.

 

O ato começou às 19h15, e os políticos foram embora por volta das 20h30, depois de uma confusão. Um pastor que se apresentou para fazer falas religiosas criticou Bolsonaro, defendendo sua condenação, e foi agredido. Saiu do local protegido pela polícia.

 

Em frente à PF, o ato foi menor. Alguns bolsonaristas vestiam verde e amarelo e levavam bandeiras do Brasil e dos Estados Unidos. Pediam para que motoristas buzinassem em favor de Bolsonaro -método usado também na vigília.

 

Houve atritos entre bolsonaristas e lulistas no local ao longo do dia. Por volta das 21h, a manifestação havia arrefecido e reunia 20 pessoas.

 

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