Bem mais que um entreposto, um verdadeiro “museu cultural”
FERNANDO MACK
Toda cidade tem seu mercado. Costumo dizer que, para conhecer um lugar, vou à feira. As feiras têm o poder de traduzir a cultura gastronômica e, de forma ampla, cultural de toda uma região.
É uma maravilha! Em New York, por exemplo, eu indico a Union Square Greenmarket, que fica no lado norte e oeste do Union Square. É uma feira num clima bem orgânico e algumas barracas até usam painéis solares.
Já o Mercado Municipal de São Paulo, mais conhecido como Mercadão, tornou-se um dos edifícios mais emblemáticos da metrópole. Sobretudo, é um ponto turístico muito movimentado com a gastronomia bem no meio de tudo.
E o que dizer do mercado Ver-o-Peso, em Belém? Os mais variados sabores e aromas do Pará em uma imensa feira livre bem às margens da histórica baía do Guajará… Sem dúvida, o ambiente perfeito para experimentar as exóticas frutas típicas e as delícias regionais da Amazônia.
"Hoje queremos celebrar este local único no planeta, pois o Pantanal só existe aqui. Em outros momentos, vamos analisar – como já fizemos anteriormente – as nuances gastronômicas e toda a rede de empreendedores que envolve a problemática questão do arranjo produtivo de Cuiabá"
E assim chegamos ao Mercado Varejista Antônio Moisés Nadaf, o querido Mercado do Porto, em Cuiabá. Os números são expressivos: Cerca de 800 feirantes trabalham lá diariamente. Em um final de semana, o local recebe cerca de 5 mil pessoas. Portanto, voltarei a falar outras vezes do mercado que traduz a cultura gastronômica do Pantanal mato-grossense.
Talvez este seja o número mais marcante do Mercado do Porto: 114 anos de fundação. Só para se ter uma ideia, o Mercadão de São Paulo tem 80 anos. Ou seja, esta comunidade trabalha todos os dias com comida há mais de um século!
E o que se vende por lá? Peixe, farinha de mandioca, queijo, doces regionais, frutas, legumes e verduras recém-colhidas. É claro que não só cuiabanos, mas também muitos turistas visitam o local. Então, eles conhecem também os tipos de peixe da região, os cortes das carnes, as variantes de linguiças, as comunidades que criam frango caipira e os pantaneiros que produzem carne seca. Tudo muito bem misturado, ali mesmo.
No setor de lanchonetes e restaurantes podemos, entre uma banca e outra, degustar caldos variados, ou saborear uma mujica de pintado e outras iguarias da Baixada Pantaneira. Tudo isso em meio ao clima vibrante, muitos risos, falas, cores e músicas. É o Bairro do Porto, afinal das contas. Experimente em um sábado pela manhã...
Na verdade, para entender um lugar como este é preciso adotar alguns pontos de vistas diferentes, como o do lazer e o do turismo numa cidade como Cuiabá. É preciso relacionar o mercado com o próprio Bairro do Porto! E, como nada é só beleza, é muito importante observar os problemas das cercanias do Mercado do Porto e os problemas de logística e de produção regional de alimentos.
Mas, não neste momento. Hoje queremos celebrar este local único no planeta, pois o Pantanal só existe aqui. Em outros momentos, vamos analisar – como já fizemos anteriormente – as nuances gastronômicas e toda a rede de empreendedores que envolve a problemática questão do arranjo produtivo de Cuiabá. Hoje, vamos às compras!
Eu, por exemplo, fui lá é comprei uns peixes e um pouco de maxixe. O que eu fiz com isso? Bem, vou começar apresentando para vocês uma surpreendente receita de picles feito com o maxixe e uma técnica japonesa.
Na próxima edição, vejam o que fiz com o peixe… Na linha regional do “peixe com maxixe”, vamos assistir ao vídeo de hoje?
Assista no vídeo abaixo como fazer um Picles de Maxixe:
FERNANDO MACK é chef, consultor gastronômico e pesquisador independente.
BASTANTE INTERESSANTE AS INFORMAÇÕES SOBRE ALGUNS MERCADOS BRASILEIROS E PRINCIPALMENTE O NOSSO PORTO CHEF. SUA RECEITA COM O MAXIXE, EU VOU FAZER, ESSE VEGETAL É MARAVILHOSO.