Cuiabá, Quarta-Feira, 30 de Julho de 2025
15.08.2015 | 08h00 Tamanho do texto A- A+

Por entre as bancas do Mercado do Porto

Bem mais que um entreposto, um verdadeiro “museu cultural”

FERNANDO MACK
Toda cidade tem seu mercado. Costumo dizer que, para conhecer um lugar, vou à feira. As feiras têm o poder de traduzir a cultura gastronômica e, de forma ampla, cultural de toda uma região.

É uma maravilha! Em New York, por exemplo, eu indico a Union Square Greenmarket, que fica no lado norte e oeste do Union Square. É uma feira num clima bem orgânico e algumas barracas até usam painéis solares.

Já o Mercado Municipal de São Paulo, mais conhecido como Mercadão, tornou-se um dos edifícios mais emblemáticos da metrópole. Sobretudo, é um ponto turístico muito movimentado com a gastronomia bem no meio de tudo.

E o que dizer do mercado Ver-o-Peso, em Belém? Os mais variados sabores e aromas do Pará em uma imensa feira livre bem às margens da histórica baía do Guajará… Sem dúvida, o ambiente perfeito para experimentar as exóticas frutas típicas e as delícias regionais da Amazônia.

"Hoje queremos celebrar este local único no planeta, pois o Pantanal só existe aqui. Em outros momentos, vamos analisar – como já fizemos anteriormente – as nuances gastronômicas e toda a rede de empreendedores que envolve a problemática questão do arranjo produtivo de Cuiabá"


E assim chegamos ao Mercado Varejista Antônio Moisés Nadaf, o querido Mercado do Porto, em Cuiabá. Os números são expressivos: Cerca de 800 feirantes trabalham lá diariamente. Em um final de semana, o local recebe cerca de 5 mil pessoas. Portanto, voltarei a falar outras vezes do mercado que traduz a cultura gastronômica do Pantanal mato-grossense.

Talvez este seja o número mais marcante do Mercado do Porto: 114 anos de fundação. Só para se ter uma ideia, o Mercadão de São Paulo tem 80 anos. Ou seja, esta comunidade trabalha todos os dias com comida há mais de um século!

E o que se vende por lá? Peixe, farinha de mandioca, queijo, doces regionais, frutas, legumes e verduras recém-colhidas. É claro que não só cuiabanos, mas também muitos turistas visitam o local. Então, eles conhecem também os tipos de peixe da região, os cortes das carnes, as variantes de linguiças, as comunidades que criam frango caipira e os pantaneiros que produzem carne seca. Tudo muito bem misturado, ali mesmo.

No setor de lanchonetes e restaurantes podemos, entre uma banca e outra, degustar caldos variados, ou saborear uma mujica de pintado e outras iguarias da Baixada Pantaneira. Tudo isso em meio ao clima vibrante, muitos risos, falas, cores e músicas. É o Bairro do Porto, afinal das contas. Experimente em um sábado pela manhã...

Na verdade, para entender um lugar como este é preciso adotar alguns pontos de vistas diferentes, como o do lazer e o do turismo numa cidade como Cuiabá. É preciso relacionar o mercado com o próprio Bairro do Porto! E, como nada é só beleza, é muito importante observar os problemas das cercanias do Mercado do Porto e os problemas de logística e de produção regional de alimentos.

Mas, não neste momento. Hoje queremos celebrar este local único no planeta, pois o Pantanal só existe aqui. Em outros momentos, vamos analisar – como já fizemos anteriormente – as nuances gastronômicas e toda a rede de empreendedores que envolve a problemática questão do arranjo produtivo de Cuiabá. Hoje, vamos às compras!

Eu, por exemplo, fui lá é comprei uns peixes e um pouco de maxixe. O que eu fiz com isso? Bem, vou começar apresentando para vocês uma surpreendente receita de picles feito com o maxixe e uma técnica japonesa.

Na próxima edição, vejam o que fiz com o peixe… Na linha regional do “peixe com maxixe”, vamos assistir ao vídeo de hoje?

Assista no vídeo abaixo como fazer um Picles de Maxixe:



FERNANDO MACK é chef, consultor gastronômico e pesquisador independente.

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OSÉIAS BATISTA ROCHA  16.08.15 20h49
BASTANTE INTERESSANTE AS INFORMAÇÕES SOBRE ALGUNS MERCADOS BRASILEIROS E PRINCIPALMENTE O NOSSO PORTO CHEF. SUA RECEITA COM O MAXIXE, EU VOU FAZER, ESSE VEGETAL É MARAVILHOSO.
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