Cuiabá, Quarta-Feira, 16 de Julho de 2025
10.01.2016 | 08h00 Tamanho do texto A- A+

Algumas verdades sobre a gastronomia de MT

Uma verdade bem cuiabana é que toda cidade tem seu mercado

FERNANDO MACK

Quero oferecer para você um prisma diferenciado para analisarmos nossa gastronomia regional ao longo de 2016. Para isso, precisamos de parâmetros. Por isso, ofereço aqui o que chamo de “verdades”, que são fatores que diferenciam Mato Grosso (para melhor) de outras regiões do País. Vamos ver quais são elas?

 

Uma verdade sobre a gastronomia mato-grossense está em nossos peixes – em particular o Pintado e a Piraputanga – que têm a carne de água doce mais saborosa do mundo! E olha que conheço peixes do mundo inteiro. Há também a Matrinxã, que no nosso caso vem de Alta Floresta.

 

Este peixe amazônico também tem um alto padrão de sabor. Esta também é uma carne nobre. Em que pese a queda na qualidade de nossos rios, Mato Grosso é o maior produtor de peixes cativos do Brasil, já sendo responsável por 20% da produção nacional. E nossa psicultura tem uma pegada especial, pois o solo, a água e o clima dos criames são, em tudo, muito parecidos com o próprio Pantanal. É perfeito! 

 

Outra verdade é que a carne bovina produzida em nosso Estado é nobre e está nos pratos dos melhores restaurantes e com os melhores chefs do mundo. Melhores casas do ramo significa dizer os mais seletos clientes, certo?

 

Uma verdade bem cuiabana é que toda cidade tem seu mercado. Costumo dizer que, para conhecer um lugar, vou à feira. As feiras têm o poder de traduzir a cultura gastronômica

Porém, existem muitas contradições neste mercado. Mato Grosso não tem acesso a esta mesma carne que nós produzimos e exportamos. Por aqui, comemos carne boa, mas não as mesmas, da mesma seleção e do mesmo cuidado das que são exportadas. Além disso, consumimos aqui muita carne de São Paulo, por exemplo, que já vem encarecida pelo frete. Contudo, temos sim muitos produtos de qualidade à disposição. 

 

Uma verdade bem cuiabana é que toda cidade tem seu mercado. Costumo dizer que, para conhecer um lugar, vou à feira. As feiras têm o poder de traduzir a cultura gastronômica e, de forma ampla, cultural de toda uma região. 

 

Por isso, o Mercado Varejista Antônio Moisés Nadaf, o querido Mercado do Porto, tem números que são expressivos: Cerca de 800 feirantes trabalham lá diariamente. Em um final de semana, o local recebe cerca de 5 mil pessoas. E muita história cabe ali, pois são 114 anos de fundação. Só para se ter uma ideia, o Mercadão de São Paulo tem 80 anos. Na verdade, para entender um lugar como este é preciso adotar alguns pontos de vistas diferentes, como o do lazer e o do turismo numa cidade como Cuiabá. É preciso relacionar o mercado com o próprio Bairro do Porto! E, como nada é só beleza, é muito importante observar os problemas das cercanias do Mercado do Porto e os problemas de logística e de produção regional de alimentos.

 

Como tenho afirmado (e isto também é mais uma verdade) 2016 será o ano-chave para a expansão e consolidação de nossa gastronomia, do ponto de vista profissional.

 

Definitivamente, 2015 não foi um ano de crise para a gastronomia cuiabana. Posso dizer isso com toda a segurança, pois particularmente tive a oportunidade de me envolver em diversos projetos de sucesso ao longo do ano. Veja um artigo recente em que detalho este ponto de vista.

 

Fiquemos atentos e aproveitemos as oportunidades deste setor tão potencial e tão interligado com os demais setores produtivos. Saibamos destas verdades e acreditemos na expansão de nosso mercado gastronômico!

 

FERNANDO MACK é chef, consultor gastronômico e pesquisador independente.


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