LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
O Ministério Público Estadual (MPE), por meio da Promotoria de Justiça de Água Boa (730 km a Nordeste de Cuiabá), ofereceu denúncia contra a dona de casa Lucilei Sousa dos Santos, 30, por homicídio qualificado.
Ela é apontada como a principal suspeita de estrangular os dois filhos, Carlos Antônio Gomes da Silva, de 5 anos, e Carlos Gomes da Silva, de 1 ano.
Na denúncia, o MPE requereu a decretação da prisão preventiva da denunciada, que já cumpre, desde o dia 6 de julho, cumpre prisão temporária no Presídio Feminino Ana Maria do Couto, em Cuiabá. O crime foi cometido no dia 4 de julho passado
De acordo com o MPE, o homicídio foi cometido por motivo torpe, meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa das vítimas. Na denúncia, a promotora Clarissa Cubis de Lima Canan destacou informações contidas no inquérito policial.
“Por volta das 6h, a denunciada estrangulou seus dois filhos, sendo um de cinco anos e outro de um ano, utilizando-se da força das mãos para constrição do pescoço das crianças, causando-lhes as lesões corporais que causaram suas mortes. De acordo com os laudos necroscópicos, as vítimas tiveram um processo letal lento e dolorido, passando pela resistência, inconsciência, convulsões, asfixia e morte aparente”, diz trecho do documento.
O crimeSegundo apontam as investigações feitas pela Polícia, o crime ocorreu logo após o pai das crianças sair para trabalhar.
Na ocasião, Lucilei teria matado os dois filhos para se vingar do marido, porque acreditava que ele estaria mantendo relacionamentos extraconjugais e, em caso de separação, não queria que a guarda das crianças ficasse com ele.
“Para não levantar suspeitas, a denunciada dissimulou a ocorrência de um roubo em sua residência, dizendo que sua casa havia sido invadida e assaltada por um homem, que desferiu uma paulada em sua cabeça, o que a fez desmaiar”, diz a denúncia do MPE.
A Promotoria de Justiça ressaltou que a prisão temporária da denunciada encerra no dia 5 de agosto, sendo necessária a decretação de sua prisão preventiva.
“Além do clamor social causado na cidade por crime tão brutal e bárbaro envolvendo duas crianças, verifica-se o risco de fuga, já que os últimos documentos juntados aos autos do inquérito policial revelam que a mesma pretendia evadir-se após o delito, pois havia escondido dinheiro em sua residência”, diz a denúncia.
Para a Promotoria existe, ainda, a necessidade de garantir a regularidade da instrução processual, pois a maioria das testemunhas elencadas são parentes e/ou conhecidos da vítima e ela poderá usar da liberdade para coagir ou influenciar, de qualquer forma, os depoimentos que serão prestados à Justiça.