Cuiabá, Segunda-Feira, 16 de Junho de 2025
CRISE NA SAÚDE PÚBLICA
13.10.2012 | 09h08 Tamanho do texto A- A+

MPE pede bloqueio de R$ 12,3 milhões da Conta Única do Estado

Valores deverão ser repassados imediatamente aos municípios de Cuiabá e Várzea Grande

Thiago Bergamasco/MidiaNews

Promotor Alexandre Guedes não acredita que o Estado não possui verbas para quitar as dívidas com a Saúde

Promotor Alexandre Guedes não acredita que o Estado não possui verbas para quitar as dívidas com a Saúde

LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
O MPE (Ministério Público Estadual) requereu, na quarta-feira (10), o bloqueio de R$ 12,3 milhões da Conta Única do Estado, a fim de garantir o repasse imediato das verbas em atraso na área da Saúde aos municípios de Cuiabá e Várzea Grande - Confira o arquivo em anexo.

O promotor Alexandre Guedes, autor da ação que trata do atraso em repasses do Estado a mais de 100 municípios, anexou no requerimento as certidões que comprovam que o prazo concedido ao Governo do Estado na decisão judicial para a regularização expirou na última terça-feira (09).

Guedes explicou que, somente para a Capital, o Estado deve um montante superior a R$ 9,8 milhões, enquanto para Várzea Grande, a dívida já chega a R$ 2,5 milhões quanto aos serviços de urgência e emergência no município. Os valores foram repassados ao MPE, via ofício, pelos dois municípios.

Para o promotor, a justificativa apresentada pelo Governo do Estado de que não há verbas suficientes para a quitação e de que os pagamentos são feitos de acordo com a dotação orçamentária do Estado, não procedem.

"[...] denota-se que a saúde não é prioridade governamental, eis que dispondo de recursos livres, o Estado optou por não cumprir suas responsabilidades para com o SUS", diz o promotor

Para demonstrar que o Executivo Estadual possui recursos financeiros para quitar as dívidas com a saúde, Guedes anexou no requerimento cópias de publicações feitas no Diário Oficial do Estado referentes a repasses feitos à AL (Assembleia Legislativa) nos valores de R$ 21,1 milhões, no dia 4 de outubro, e de R$ 13 milhões, no dia 19 de junho.

As verbas, conforme as publicações, são para reforma do prédio do Legislativo, publicidade institucional e manutenção dos serviços administrativos.

“O que mais chama a atenção é que o repasse, conforme se verifica do decreto orçamentário 411/2012, se deu por excesso de arrecadação, não havendo, portanto, a crise financeira que se anuncia publicamente. Portanto, denota-se que a saúde não é prioridade governamental, eis que dispondo de recursos livres, o Estado optou por não cumprir suas responsabilidades para com o SUS, já que existe decisão política de não pagamentos das despesas atinentes a esse serviço público essencial”, afirmou.

Agora, o requerimento se encontra na Vara Especializada em Ação Civil Pública e Ação Popular, para apreciação do juiz titular Luís Aparecido Bertolucci Júnior.

Sem UTIs


Na Capital, os usuários do SUS (Sistema Único de Saúde) na Capital estão com apenas um mês de atendimento garantido nas UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) dos hospitais conveniados, graças ao repasse de R$ 1,5 milhão feito pelo Ministério do Saúde.

Porém, com o atraso nos repasses voluntários e obrigatórios por parte do Estado, a expectativa é de que as portas dos cinco hospitais conveniados ao SUS em Cuiabá (Santa Casa, Hospital de Câncer, Júlio Müller, Santa Helena e Amecor) sejam fechadas.

No interior, municípios têm investido até 20% do seu orçamento na Saúde, mas não é o suficiente. Com isso, ficam comprometidos programas básicos de atendimento à população, como o PSF (Programa Saúde da Família), Farmácia Popular, Saúde Bucal, tratamento de endemias e compra de medicamentos de alta e média complexidade.

Leia mais sobre o assunto nos links abaixo:


MPE pede à Justiça o bloqueio de contas do Estado

Justiça manda Estado regularizar repasses da Saúde

Repasse garante só um mês de UTI para usuários do SUS

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COMENTÁRIOS
7 Comentário(s).

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edezio  04.12.12 23h55
Por favor quero saber o que sera feito do plano MT saúde do Estado de Mato Grosso, onde desconta de nossos salários e não somos atendidos. Muito Obrigado.
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Jonas Melo  14.10.12 02h04
Jonas Melo, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas
Carlos  13.10.12 16h31
O mesmo se aplica a outras orgãos publicos no que diz respeito aos concursados que não tomaram posse em seus cargos por motivo de não haver dinheiro para tal. Oras, estamos vendo que esse discurso não procede, visto que dinheiro tem, mas há pessoas nos bastidores ganhando com isso e não querem perder seus contratos com o governo e usam de sua influência para tal. Vamos parar com essa besteira, dinheiro tem, alguma coisa de muito serio tem que ser feito, estamos sendo prejudicados, MPE tome providências, não deixem esses interesses serem maiores que a necessidade da população.
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Edson   13.10.12 15h32
A paralisação do INDEA foi resolvida em menos de 24 horas. As liminares do VLT foram derrubadas no maximo em 48 horas, ENQUANTO ISSO, o MT SAUDE há mais de 01 ANO sem solução, os REPASSES DA SAUDE há mais de tres meses se arrasta sem solução. QUE GOVERNO É ESSE? QUAL O VALOR DA VIDA PARA ESSE GOVERNADOR E OS PARTIDOS QUE OS APOIAS? E OS DEPUTADOS CADE A SENSIBILIDADE E O ALINHAMENTO COM O POVO?
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João Leite Jr.  13.10.12 12h04
João Leite Jr., seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas