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23.03.2023 | 16h09 Tamanho do texto A- A+

MPE vê "brutalidade fora do comum" e denuncia autor de chacina

Crime aconteceu no dia 21 de fevereiro; comparsa morreu em confronto com policiais

Reprodução

Momento em que Edgar e o comparsa atiram nas vítimas

Momento em que Edgar e o comparsa atiram nas vítimas

GUSTAVO CASTRO
DA REDAÇÃO

A 1ª Promotoria de Justiça Criminal de Sinop (a 500km de Cuiabá) denunciou Edgar Ricardo de Oliveira, nesta quinta-feira (23), pela chacina que deixou sete mortos na cidade, em fevereiro.

 

Edgar deve responder a ação penal por sete homicídios qualificados (motivo torpe, emprego de meio cruel, por meio que resultou perigo comum e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima), furto qualificado e roubo majorado.

 

O denunciado deve responder ainda por mais uma qualificadora, por ter matado vítima menor de 14 anos.

 

O Ministério Público ainda requereu a conversão da prisão temporária do acusado em preventiva. O outro envolvido, Ezequias Souza Ribeiro, morreu em um confronto com a polícia.  

 

As vítimas da chacina foram Maciel Bruno de Andrade Costa, Orisberto Pereira Sousa, Elizeu Santos da Silva, Getúlio Rodrigues Frazão Júnior, Josue Ramos Tenorio, Adriano Balbinote e Larissa de Almeida Frazão (12 anos).   

 

De acordo com a denúncia do MPE, na manhã de 21 de fevereiro Edgar Oliveira, acompanhado de Ezequias Ribeiro, apostou dinheiro em jogos de sinuca em um bar da cidade, perdendo cerca de R$ 4 mil para Getúlio Rodrigues Frazão Júnior.

 

No período da tarde, Edgar retornou ao estabelecimento acompanhado de Ezequias e “chamou a vítima Getúlio para novas partidas de sinuca, também com aposta em dinheiro, ocasião em que perdeu novamente e, de inopino, jogou o taco sobre a mesa, verbalizou com seu comparsa Ezequias que, de imediato, sacou uma arma de fogo e rendeu as vítimas, encurralando-as na parede do bar, enquanto Edgar se dirigiu à camionete e se apossou de uma espingarda”.  

 

Em seguida, Edgar seguiu em direção às vítimas e efetuou o primeiro disparo contra Maciel Bruno, tendo, na sequência, realizado o segundo tiro em Orisberto, enquanto o comparsa Ezequias disparou contra Elizeu. Edgar efetuou mais dois disparos, acertando Getúlio e Josue. Adriano e a adolescente Larissa tentaram correr e também foram atingidos por ele. As vítimas Maciel Bruno e Getúlio também foram alvejadas por Ezequias quando já estavam caídas no chão. 

 

Para a promotora de Justiça Carina Sfredo Dalmolin, os crimes foram cometidos por motivo torpe, “impulsionado pelo sentimento de vingança em razão de perder aposta em jogo de bilhar”, e praticados por meio cruel, “tendo em vista que foram efetuados disparos de espingarda calibre 12, arma de elevado potencial lesivo e causadora de múltiplas lesões simultâneas, e também pistola calibre .380, sendo as vítimas atingidas uma a uma, a maioria a curta distância, o que revela uma brutalidade fora do comum e a ausência de elementar sentimento de piedade”.  

 

Ainda conforme a denúncia, “os delitos foram perpetrados por meio que resultou perigo comum, visto que o denunciado Edgar efetuou disparos de armas de fogo em estabelecimento comercial com várias pessoas, bem como em direção à rua, colocando em risco número indeterminado de pessoas”, e mediante recurso que dificultou a defesa das vítimas, uma vez que efetuou disparos de arma de fogo enquanto as vítimas estavam rendidas e encurraladas ou correndo (sendo atingidas pelas costas).  

 

 

“Após o assassinato das vítimas, o réu Edgar Ricardo de Oliveira e Ezequias Souza Ribeiro (falecido) subtraíram a quantia em dinheiro que estava sobre a mesa de sinuca do estabelecimento comercial, referente à aposta do jogo feita com a vítima Getúlio”, narrou a promotora de Justiça, acrescentando que Edgar ainda ordenou ao comparsa que pegasse o dinheiro, tendo ele pego a bolsa com o celular e os pertences pessoais de Raquel Gomes de Almeida, que estava no local. Em seguida, os homens fugiram em uma camionete S-10 branca.

 

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