ISA SOUSA E LAÍSE LUCATELLI
DA REDAÇÃO
O senador Blairo Maggi (PR) afirmou, há pouco, que está "tão desestimulado" para ser candidato ao Governo do Estado que, se já estivesse em campanha, a "derrota seria certa".

"Não tenho desejo, vontade, nem estímulo para ser candidato ao governo em 2014. Do jeito que me sinto hoje, a derrota é certa. Não vou ser a locomotiva do partido para frear ninguém."
Ele se mostrou contrariado com a pressão vinda do seu partido e de aliados para que tente retornar ao comando do Palácio Paiaguás, com a responsabilidade de ser o único nome do PR para a disputa de 2014.
“Não tenho desejo, vontade, nem estímulo para ser candidato ao governo em 2014. Do jeito que me sinto hoje, a derrota é certa. Não vou ser a locomotiva do partido para frear ninguém. O PR tem total liberdade para trabalhar outros nomes para a disputa do governo. Não quero ter a obrigação de conduzir nada”, afirmou Maggi, em entrevista coletiva em Cuiabá, na sede do grupo André Maggi.
Apesar de descartar ser o condutor do projeto eleitoral do PR para as próximas eleições, o senador admite a possibilidade de voltar a tratar do assunto em 2014. Para este ano, está descartada uma definição sobre sua possível candidatura.
Para Maggi, o foco neste momento deve ser trabalhar em candidaturas a deputado estadual e federal.
"Esse projeto tem meu total apoio. É preciso construir nos diretórios do PR no interior do estado possíveis nomes, novas filiações", disse.
A decisão do senador foi comunicada à cúpula do PR em reunião na tarde de terça-feira (28), que se estendeu pela noite.
O primeiro suplente de Maggi no Senado, Cidinho dos Santos (PR), informou que, apesar do comunicado do senador, os deputados do PR vão continuar o trabalho de convencimento para que ele saia candidato.
Sacrifício Para justificar ainda mais a decisão de não bater o martelo em relação a uma possível candidatura no Poder Executivo, Maggi qualificou a função de governador como um "grande sacrifício".
Segundo ele, é difícil trabalhar em cima de uma receita pífia, que rotineiramente é menor que o Estado precisa diariamente.
"Ser governador é trabalhar rotineiramente falando mais não do que sim. É um grande sacrifício", afirmou.
Futuro
O senador também voltou a citar a vontade de se desvencilhar da política após seu mandato no Senado Federal, que vai até 2018.
Segundo ele, há um "conflito interno" entre a vontade de permanecer na vida pública e a de focar em sua empresa, o grupo AMaggi.
"A política não é minha primeira opção. Tenho um conflito interno, já que ambas as opções são responsabilidades muito grandes. Meu desejo é concluir o mandato e a carreira. A política nunca foi minha atividade principal", disse.